Bendito ópio do Povo
Não vou alardear o estado do país.
Já todos sabemos como estamos, e dispensamos mais arautos da desgraça.
Vou, isso sim, fazer algo que não esperava fazer agora, tendo em conta o tanto que me tenho queixado da política do nosso governo, e da inércia dos cidadãos face ao descalabro evidente, usando formas de evasão básicas, como que a assobiar para o ar a ver se passa.
Vou vergar-me ao peso que a Selecção Nacional tem na auto-estima dos portugueses.
Em meio a tanta desgraça - e acho de aqui DESGRAÇA pede mesmo maiúsculas - ainda bem que existe algo forte, uma paixão imensa que nos invade e nos faz esquecer as filas de não visionadores do República Checa - Portugal que se encontravam alinhados ao longo de centenas de metros junto aos postos de combustível, sem saber se, quando chegasse a sua vez, ainda haveria combustível, e que, com certeza, quando conseguiram chegar a casa, já o jogo tinha acabado. Pude tristemente observar o cenário de dentro de um transporte público - que qualquer dia também já não mexe.
Obrigado à Selecção pelo entusiasmo, a euforia a esperança (mal dirigida, mas esperança na mesma) que faz este povo triste e abatido sentir.
Não empunho bandeira, nem visto as t-shirts que guardei do último Euro. estou zngada, muito zangada com o nosso país.
Mas quanto ao resto, venha mais quem vier!
Até os comemos vivos!
(afinal, temos de acreditar em alguma coisa...)
Viva a nossa Selecção!!!!!
E mái nada!
Fátima