Parem o carrossel que eu quero sair!
Pois hoje foi um daqueles dias de autoclismo: se tivesse ido à casa de banho quando acordei, tivesse atirado o dia para dentro da sanita, e puxado o autoclismo, era igual. Correcção: não me tinha chateado tanto.
Fui acordada por volta das 8 e picos da manhã de um sono profundo pela minha filha, que, como é hábito, entrou pelo meu quarto dentro com se eu já estivesse acordada há horas, e explanou de uma assentada que "a pasta de arquitecto tinha ficado na casa do (não-se-quem), e que o material de desenho estava todo lá, e que a primeira aula era desenho, e que como ela já andava até farta desta m*r*a, ia dormir, e ia mais tarde".
(Ora façamos aqui um parêntesis: eu como sou uma pessoa que, como diz o meu filho não é possível aborrecer facilmente, quando me acordam de sopetão às 8 da manhã, se me disserem "olha, vou matar o cão do vizinho, que m'anda a irritar", o mais provável que saia desta boca é: 'sim, vai'. Ou então: 'deixa lá isso para logo e agora vai-te deitar...')
Por isso, a minha resposta foi: "tu é que sabes. Vai, vai-te deitar e deixa-me dormir."
Deixa-me O QUÊ?????
'Tá-se mesm'a ver...
Engoli 4 calmantes, para ver se o coração parava de me querer sair pela boca, e se me chegava o soninho interrompido.
Ah, pois sim!
Enquanto ela dormia no quarto ao lado eu dava voltas sobre mim mesma, que os calmantes acalmaram-me, mas sono nem vê-lo.
A manhã passou, com um olho no relógio, e às tantas resolvi sair paa tomar café, ir à farmácia, comprar a Visão, e o pão.Voltei para dar o almoço ao rapaz.
- e com isto garanto, se não tivesse de lhe dar o almoço, tinha arrancado para Lisboa logo de manhã, e tinha ido buscar o meu cartão do cidadão, que já está pronto há mais de 3 semanas. Eu só queria era sair daqui...
A seguir ao crianço ter ido para a escola, tomei mais 3 calmantes, um hipnótico, e fi-nal-men-te consegui dormir! Quando acordei, fingi que ainda estava a dormir, até que resolvi vir navegar na net.
À bocado ela chegou, chamei-lhe a atenção e ela desculpou-se outra vez com o material, e que estava desmotivada na escola e "deixa passar, mãe". Deixo passar como, se ela anda desmotivada desde o 1º dia de aulas? "Mas isso não impede que isto se esteja a passar agora! Eu sei quando estou apta para dar rendimento, e quando não estou." "E quando tiveres um emprego também só vais trabalhar quando estiveres em dia sim, ya?" "mas isto não é um emprego" e bla bla bla, rebéubéu pardais ao ninho.
"Agora vou aquecer o jantar e vou-me deitar, porque preciso de descansar." "O que é que fizeste durante a tarde?" "dormi".
Ok, eu sei que o problema de saúde que ela tem é chato, para dizer o mínimo. Mas o diagnóstico da médica actuou assim como uma "carta de alforria", que agora até tem justificativa para tudo.
Estou agoniada. Só me apetece dormir. E fugir.
Qualquer dia acordo na terra do meu pai. Estou no meu limite. Porque isto vem fazer bola de neve com outras pequenas coisas que se amontoam...
Fátima