E porque hoje é domingo...
... todos os domingos desço a rua, vou tomar café ao sítio do costume, e leio a revista do Correio da Manhã. É o que há, é o que marcha; ao sábado é o Vidas, ao domingo, é o Domingo Magazine.
Hoje foi diferente. saí, enfiei-me no bus e fui para o Almada Fórum - estive lá na sexta-feira e fiz uma compra desastrosa na Zara (também, estava assim um bocadinho zombie...) e como aqui nesta Zara, já não há saldos, só uma banca de ciganos no fundo da loja, lá fui eu trocar a túnica (ah, g'and'aldrabona, o que tu querias era ir ao Starbucks, maldito vício...).
Bom, eu fiz assim:
Cheguei e fui comprar o Correio da Manhã, e depois, tratar da Zara - e perdi tanto tempo lá!!!! Mas trouxe um casaco linnndo! - de caminho ainda trouxe uma t-shirt da Bershka para a pikena.
Depois, e com toda a tranquilidade, fui para o Starbucks, Caramel Machiatto em chávena grande feito com leito magro e duplo caramelo (é para equilibrar...lol), e lá tirei a revista do Correio do saco, e abri assim quase directamente na carta da semana. E estava lá: FÁTIMA BENTO. ah, ganhei! Ganhei! Um livrito, mas canudo, cada tiro cada melro: cada vez que escrevo, jornal ou revista, tenho o prazer de ver impresso.
Não é por nada, mas estava mesmo a precisar de um miminho!
O texto, apesar de ligeiramente "reduzido"(conforme se pode ver pelo riscado), segue abaixo:
Os meninos da era moderna
"Em frente a uma folha em branco num domingo de manhã, quero debruçar-me sobre o tanto que não é feito pelas nossas crianças. Fala-se dos professores (oh se se fala dos professores, que eles não deixam esmorecer o assunto), fala-se de indisciplina, crianças mal educadas, que não sabem estar em aula, que mandam os professores para onde não devem, que fazem e acontecem, e levantam-se processos disciplinares, e suspensões, e chamam-se os encarregados de educação dos meninos “problemáticos” à escola, sabendo de antemão que eles nunca aparecem. E não aparecem porque não lhes interessa, ou porque têm horários de trabalho díspares, que a obrigação de trabalhar mais de que 8 horas por dia, ou mesmo sair de um emprego e ir para outro não lhes deixa espaço sequer para conhecer os filhos, quanto mais para ir à escola, de certezinha para ouvir falar outra vez mal do educando...
Quem cuida destes meninos da era moderna “sem pais” presentes, que lhes ensinem a estar à mesa, a comer de faca e garfo, a não interromper os outros quando falam, que lhes espantem os monstros que se escondem debaixo da cama, que lhes expliquem dos outros monstros que andam lá fora à espreita? Quem lhes dá o beijo de boa noite e lhes diz “gosto muito de ti”?
Ninguém. A escola penaliza-os, adicionando às suas dores a critica, o desprezo, e vira-lhes costas ostensivamente, quando às vezes era preciso tão pouco...
Mas a comunidade educativa agora só faz aquilo para que lhe pagam (abençoados os que assim não são...)
Fátima Bento"
Gostaram? Eu, definitivamente, gostei.
B'jinhos,
Fátima