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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Qua | 31.10.07

O prédio onde (ainda) vivo...

Fátima Bento

Um dia destes, o Vítor chegou a casa e disse-me: “Olha, está um presépio, ou o que é, ali no patamar das nossas escadas!” “AHN? Quando eu cheguei a casa (30 min. antes) não estava lá nada… “. Acto contínuo tive de sair, abro a porta de casa e deparo-me com uma jarra de faiança a imitar porcelana (arrrghhhh!) em cima da caixa da conduta de gás natural. Cheia de flores de plástico cor-de-rosa, um mimo!

 

Até congelei.

 

E depois lembro-me que no fim do mês estou a fazer a mudança, e que não vale a pena estar com preocupações. Encolho os ombros, e preparo-me para descer as escadas quando deparo com uma camilla sem “saia”, mas com um lindo naperon bordado. Em cima, estavam dispostas uma boa dúzia de casinhas em miniatura, e no meio um jogador do Benfica em barro das Caldas (‘tão a imaginar a cena?). Q'ais presépio q'ais quê, aquilo era um disparate dos mais insólitos que vi. Voltei a encolher os ombros e disse a mim própria: agora é que não lavo mesmo a escada. E segui escada a baixo. Chegada ao átrio, eis senão quando me cruzo com a decoradora “a mesinha ali não estorva, pois não?” “ não, deixe-a lá estar!” “é que eu não tinha sítio para a meter em casa, e pensei que ali sempre dava uma certa graça à escada…” “’tá bem, deixe ficar assim!”

 

Saio para a rua, e quando dou por mim estou a revisar os habitantes de cada andar do meu prédio. O 3º andar mudou de mãos há uns meses, mas reportei-me à antiga proprietária. O edifício tem 4 andares, com uma habitação por andar.

 

E então é assim:

 

Começando por baixo, temos a depressão do rés-do-chão. É dos casos mais (e desculpa lá a expressão, amigo…) mais fascinantes com que me pude deparar. Já dura há três anos, e tem tido altos e baixos, e nuances menos comuns, que eu, como embrião-de-aprendiz-de-psicóloga digo, sinceramente, ser o género de caso que adoraria acompanhar quando profissional.

 

A depressão do 1º andar: tem 28 anos de vida, com volta e meia umas coffee breaks de um ou dois meses. Controlada pela medicação que toma, faz uma vida perfeitamente normal e a família já se habituou às fases mais difíceis em que ‘a cama é a melhor amiga da mulher’.

 

A depressão do segundo andar: caso típico de solidão a empolar um problema que vem muito de trás. O marido era alcoólico, até que faleceu de cirrose hepática. O filho assumiu o papel do pai e proibiu a senhora de refazer a vida. Ela obedeceu (?!!!!), entretanto o filho sai de casa, e ela agora está completamente sozinha, que passam meses e meses sem que o filho e a nora a visitem. Não consigo dizer quantos anos tem a depressão, mas aposto que muitos. Agora está a atravessar uma crise aguda, daí os arroubos de decoradora…

 

A “depressão” do 3º andar: o único caso que não era depressão. Pensei eu que fosse esquizofrenia ou psicose. A senhora nunca precisou de fazer nada na vida, nem fora nem dentro de casa, e entregou-se completamente à ‘doença de nervos’ que tinha. Foi acompanhada durante muitos anos por um psiquiatra espanhol em Badajoz (não resisto a afirmar, pedófilo, e infelizmente, que eu saiba, nunca denunciado…), que entretanto se reformou. Volta e meia davam-lhe umas “coisas” e ia em braços para o hospital, em que lhe davam 10 mg de Valium na veia e a mandavam para casa. A última “coisa” que lhe deu foi quando o filho (que juntamente com o marido fizeram de ama seca durante anos e anos… o filho, quase com a minha idade, desde que nasceu…) disse que ia sair de casa. Conveniente, portanto. Uma amiga com quem ela se zangou diz que as “coisas” lhe davam quando era contrariada. Portanto a esquizofrenia ou psicose hipotéticas podiam ser só uma neurose hiper valorizada de uma senhora mimada, que dava muito jeito à conta bancária do Senhor Doutor pedófilo…

 

Enfim…

 

E aí está o panorama do meu prédio: podiam chamar-lhe “a gaiola dos malucos”, que não fugia muito à verdade!

 

Uma maluca já se foi embora (depois de comprar um Mercedes com um porradão de anos, mas em óptimo estado, e uma vivenda - que afinal é um andar - fez a mudança de noite e ficou a dever dois anos de condomínio…) a outra vai no final do mês… agora a dúvida instala-se: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Será que os que vêm ocupar o lugar dos que vão, são sãos e acabam malucos? Ou será que já são malucos por contingência, e só malucos é que vêm para aqui? Ou será que pouco a pouco os malucos vão sendo substituídos por pessoas normais?

 

UUUHHHHH!........

 

Duvidas muito apropriadas para o Halloween…

 

Fátima

 

P.S.: A mesinha desapareceu durante umas horas e reapareceu aperaltada como uma camilla a sério: saia até os pés, e sem “Zé Tolas” do Benfica - alguém lhe deve ter explicado o que aquilo era…

Ter | 30.10.07

Liliana Campos na Maxmen...

Fátima Bento

(tou -m'a passar c'o Sapo!  Já tou farta de tentar uploadar uma foto para as minhas fotos, para a publicar aqui... e nada! Olhem, se não aparecer foto, imaginem-na, ok?)

Então é assim:

Este fim de semana a imprensa diária andou num virote, com o facto da Liliana Campos ter decidido posar nua pra a  Maxmen . Inclusive vi/li uma noticia que apregoava que a dita senhora se tinha despido por 5000 euros. Acho que essa noticia deveria ter o prémio de disparate do ano, porque ninguém se despe por uma quantia dessas. Ou se enganaram na moeda, e queriam dizer contos (o que mesmo assim me parece pouco), ou então faltaram ali uns zeritos...

Bom, mas adiante.

Há bocado fui à papelaria ver se já tinha chegado o livro de Geometria da minha pikena (chegou, finalmente!), e estava lá a super-hiper mencionada revista. Como a curiosidade matou o gato, e eu ainda não faço miau (por enquanto, já faltou mais...) comprei. Já a vi, e fartei-me de rir, a FHM já conhecia (tenho um amigo, o Àlvaro, que a compra, e quando vamos tomar café lá a casa dou sempre uma espreitadela...) mas esta foi novidade. Tem colunas, expressões... bom, diverti-me aos molhinhos!

 

 

(pronto, cá está a foto, caramba!)

Agora a revista está em cima da secretária à espera do marido.

Quem é amiga quem é?

 

Fátima

 

Dom | 28.10.07

Amanhã é dia de Activa

Fátima Bento

Sou, há meia dúzia de meses, assinante da Activa.

Sou, há dois meses assinante da Máxima.

A assinatura da Activa prolonga-se por 36 meses.

A da Máxima é de 12 meses. E chega.

Passo a explicar: a Máxima é a minha revista favorita. Claro que toda a gente sabe que gosto muito da Vogue, que considero uma revista fundamentalmente estética, e trendy. Mas a Máxima é a que considero mais completa, os artigos são muito bons, e as crónicas uma delicia. É, para mim, uma revista com imensa qualidade. 

A Activa (que há meia dúzia de meses foi copiada pela Lux Woman, no formato exterior e interior), é, uma revista de leitura fácil e rápida (li o numero de Novembro sexta-feira no treino de natação do Tomás, aproximadamente 90 min.), e que tem artigos com interesse.

E tem um "plus": chega a casa sempre na véspera de sair nas bancas.

 

SEMPRE.

Já a Máxima atrasa, atrasa, atrasa... A última atrasou exactamente 7 dias. Avisei, ccomprei na banca, e creditaram-me mais um numero na assinatura. Com o primeiro numero foram 3 dias - que para uma freak de revistas, é aflitivo!

 

Por isso, a Máxima não se assina: compra-se na banca.

 

Pronto.

 

Agora, a razão porque decidi escrever sobre o assunto agora:

Amanhã sai o numero de Novembro da Activa.

 

 

Recomendo vivamente. Mesmo que não seja para ler de fio a pavio, em meia duzia de minutos, entre o autocarro e o metro, dá para ficar informada sobre o in e o out mais básico deste Inverno. E também tem artigos que vale a pena (e a crónica da Alice Vieira é sempre imperdível!)

 

Por isso, vão por mim: amanhã comprem a dita.

Inté,

 

Fátima

Dom | 28.10.07

PARABÉNS!

Fátima Bento

Pois é!

 

O que tem que ser tem muita força!

 

Algum dia era dia...

E não havia volta a dar-lhe!

Por isso...

PARABÉNS MARIDO!!!!!!!!

Bemvindo aos entas, que os intas já lá vão, e só sais destes se dobrares os cem!

É bom ter companhia nos 40, o único senão é que acabaram os 26 dias de obediência-total-e-cega-à-minha-pessoa-por ser-mais-velha-e-o-respeito-ser-muito-bonito (keep dreamingm mocinha!)

Continuação de um bom dia!

Muitos     

 

Fátima

Sab | 27.10.07

Falta de...patine!

Fátima Bento

Bom, acabei de chegar das minhas compras semanais no hiper, e quando nos dirigíamos para o parque de estacionamento, o Vítor comentou, a propósito de uma senhora que se tinha acabado de cruzar connosco quando saía da Zara: “Bolas, há pessoas que se produzem demais!”. Fiquei “???”, e pedi-lhe que explicasse o que queria dizer. “É pá, aquilo é novas tendências dos pés à cabeça, não há ali nada que não seja ‘porque se usa’… uma peça ou duas ainda vá, mas aquilo é um exagero!”

 

Concordei. Por acaso reparei na senhora, uma ‘tia’ entrada nos 50 (não sei se ‘cinquentinha’ se ‘cinquentona’, que nas ‘tias’ isso é um bocadinho ambivalente…), toda “produzida”, como o Vítor disse, tipo corta-e-cose de meia dúzia de revistas de tendências. Ou então, tinha “batido” as lojas mais fashion, e aparentemente, não havia ali nada que não tivesse acabado de sair da prateleira de uma delas.

 

Numa palavra, a senhora estava aquilo que eu penso que ninguém quer/deve estar quando tem assim a modos que uma idade respeitável – e os meus recentes quarenta também encaixam nessa equação. Numa palavra: descaracterizada.

 

Existe um certo “must” no facto de aumentar a idade (ó para os eufemismos que eu arranjo só para não usar o termo ‘envelhecer’): a patine que só os anos, a vivência, trás. Com ela, vem a sedimentação dos lugares onde estivemos, das situações que vivemos, do que aprendemos, do que nos marcou, do que não vem nos livros mas se instala debaixo da nossa pele e, qual nódoa teimosa, não sai mais.

 

E isso salta à vista. Chama-se estilo. O estar na moda depende da cart€ira, o estilo, não. Diz Coco Chanel que o luxo não é o oposto de pobreza, mas sim o oposto de vulgaridade. E parecendo que não, mesmo não estando a falar de luxo, esta paráfrase encaixa aqui na perfeição. Pergunto eu o que está debaixo das peças de roupa trendy que a tia vestia. Não havia sinal contrário à ideia de que quando, no final do dia, despir e pendurar a roupa, pendura também a si própria, o cunho pessoal que não mostra, o nada - que nada aparentemente contraria – que é por dentro.

 

(Que horror até parece que estou para aqui a ‘cortar na casaca’ de alguém que não conheço de lado nenhum).

 

A verdade é que, como aquela tia, há um sem número de tias e menos tias que em meio às revistas de tendências e às prateleiras de lojas procuram um ‘eu’ que lhes encaixe… ainda que por uma estação. E que quando saírem as próximas colecções, vão despir este que criaram, e vão enfiar o novo eu que os criadores mandarem.

 

Sem cunho pessoal, sem personalidade visível, sem a patine do vivido.

 

E isso, desculpem, mas eu acho que mais que um bocadinho, é MUITO triste.

 

Fátima

 

P.S. Ah, ontem na minha aula de condução, o instrutor levou-me para a auto-estrada…

 

Uh-uhhhhhhh!

 

 

Espectáculo! Então ultrapassar pesados é cá ‘ma coisa! A gente até consegue apalpar a adrenalina!

 

Uau!

Sex | 26.10.07

Para que é que os orçamentos servem???

Fátima Bento

(tou c'uma lanzeira qu'é obra... só para que se saiba...)

Ontem consegui fazer tudo o que me propunha e ainda mais umas coisas.

Porque será que os dias mais cheios são os dias que rendem mais? É como quando a gente tem um emprego (ou uma ocupação fora de casa, mesmo não paga, que o dinheiro não é para aqui chamado...), regra geral faz-se muito mais em casa de que quando se é "dona de casa", mesmo nos casos que não levam aspas (no meu caso é capaz de ser melhor por um par delas de cada lado, tipo «"dona de casa"»).

É um mistério...

E à noite lá fui à IKEA. E lá comprei a cozinha , só ficaram a faltar uma bancada e os painéis laterais para o acabamento dos armários, que chegam segunda ou terça (terça, vá de retro, dia em que fazem 5% de desconto nas cozinhas e aquilo vira pandemónio). Depois de pagarmos a dita na caixa, fomos para a zona de entrega e montagem. E foi aí que descobrimos (sim, que nós não conseguimos fazer aquelas contas...) que a entrega e montagem ficava em 500 euros, e o encastre dos exaustor, placa e fogão, em 81.

Tóóóóóiimmmmm!!!!!!!!!

Lá pagámos (claro, fazer o quê?) enquanto observávamos o orçamento a derrapar tentando desesperadaemente agarrar-se a qualquer coisa para não se estatelar. E ainda falta tanta coisa para comprar! O pavimento flutuante mais a tinta para as 7 portas... e o roupeiro, o quarto da Inês, as minhas estantes...

 

Ai, ai, ai (ler com entoação mexicana)!

 

Mas juro que não vou perder tempo a pensar no assunto. As coisas vão-se resolvendo à medida que aparecem...

 

Bem, e agora (sexta feira, tarde só minha!) vou lavar loiça, passar a ferro e tenho aula de condução às quatro... por isso, acho que vou mas é ver um episódiozinho do "Sexo e a Cidade"

E faço o resto quando vier da aula.

 

Prontos.

 

Inté,

 

Fátima 

Qui | 25.10.07

Raios, pá!

Fátima Bento

Os putos estão os dois nas escolas saíram de casa às 13:15h. e chegam por volta das 19:00h.

Ou seja, uma casa inteirinha só para mim, sem 'Oh mãe' e relatos urgentíssimos (e longuííííííssimos, os meus filhos - os dois! - têm uma capacidade de debitar palavras por segundo que contado ninguém acredita! Irra!) uma tarde inteirinha!

Yess!!!

Isto se não tivesse que ir a correr a um banco, JÀ, depois a outro, e depois verificar se já chegou o livro de geometria da Inês, comprar uma caixa nova para os óculos da pikena, e depois ter uma aula de condução. Vou entrar em casa às 17:00h, o marido chega 45 min depois e vamos comprar ladrilhos, que o empreiteiro fez mal as contas, e o material não chegou. Depois vamos levá-los à outra casa, e vamos ter uma pequena reunião com o empreiteiro. A seguir voltamos a casa, comemos qualquer coisa, e arrancamos para a IKEA para comprar a cozinha.

Ahn? Fantástico, não?

Vai ser uma corrida só. Só vai dar para meter ar nos intervalos...

Irra!

Bem tenho MESMO de ir. É claro que o post não vai ser editado, pelo que vai estar cheínho de gralhas.

Sorry

Fátima

Qua | 24.10.07

O Outono chegou / A “Twilight Zone” das 4 da manhã

Fátima Bento

Uau!

 

Choveu a sério, e a temperatura baixou. Os pássaros bem que faziam uma chilreada doida no final do dia, a prepararem-se para a migração (não sei como é que não perderam o pio, os gajos despediam-se todos os dias e não havia maneira de o tempo dar o empurrãozinho que precisavam…).

 

Até p’ó ano, passarada!

 

Chegou o Outono (se for como no ano passado, chega logo o Inverno, as urgências começam a encher, os putos a adoecer, e ‘tá tudo estragado…), e já estava mais que na altura!

 

Agora, p’las alminhas, arrumem as flip-flops, havaianas ou não, numa caixa, e ponham-nas no fundo do armário: para o ano há mais!

 

*******

 

Por motivos hormonais (e ansiedade, que estou quase a ir a exame de código), há duas noites que tenho insónias. A primeira vez, porque me lembrei de desatar a fazer testes antes de deitar, e com o cansaço, ou vá-se lá saber porquê, reprovei em todos. Apanhei uma carga de nervos, que quando apaguei a luz, fartei-me de enxotar o pensamento “não vou conseguir…não vou conseguir…”

 

Como nestas coisas, pensamentos deste calibre são mais de meio caminho andado para a ‘morte do artista’, acendi a luz, puxei do portátil, da 3ª série do “Sexo e a Cidade” que a minha sobrinha me emprestou, e passado um bocadinho continuava sem sono, mas sem pensamentos pessimistas.

 

Ia eu no meio do 4ºou 5º Episódio do 1º disco, isto entre as 3:30h e as 4:00h, quando, apesar dos auriculares, me apercebo de barulho vindo da zona da porta do quarto: a minha filha levantou-se para ir à casa de banho, e como viu a luz do ecrã, lembrou-se de vir explicar que ia à casa de banho, e porquê. Isto, às quatro da manhã!!!! E eu aflita, que se ela acordava o pai, eu tinha que desligar o pc, porque a luz não o deixaria (re)conciliar o sono. Ela lá seguiu caminho, eu lá suspirei de alívio, já tinha decidido que era o último episódio que via, ia deixar o resto para o dia seguinte, mas, bolas, queria vê-lo até ao fim.

 

Debalde.

 

A criança grande sai da ‘casinha ’, e volta ao quarto, cabeça enfiada na nesga da porta, blá blá blá (que eu nem percebi, que não cheguei a tirar os auriculares dos ouvidos) e eu a agitar o braço num ‘adeus, adeus’ já quase frenético. E ela imbuída de inspiração, a debitar um qualquer discurso que eu nem ouvia, e

 

“Porra, miúda, vai-te deitar!”

 

que até eu ouvi, enquanto se virava na cama. Automaticamente, fecho o portátil, sem o desligar, para ele não ‘espertar’ – uma vez que se levantava daí a pouco mais de duas horas. Poiso-o um nadinha mais longe, abro a tampa e começo a clicar nos fechos todos, e a preparar o encerramento. “O que é que estás fazer?” pergunta sem abrir os olhos, “a desligar o computador” “estava ligado?” “estava, dorme”.

 

Ontem, para acabar o episódio tive de ver mais de metade num fast fw muito lento, que eu corro os dvd’s em WMP (o som é melhor que em Quick Play), e o fwd é tudo menos fast…

 

Já esta noite, depois de passar em 80% dos testes que fiz, os últimos só com uma errada, todos feitos antes das dez da noite, para não repetir desgraças, deitei-me sossegadinha e relaxadinha… mas cheia de vontade de repetir o doce da véspera. Depois de 153 voltas na cama, lá liguei o cabo de alimentação, liguei e inseri o dvd. Só vi dois episódios, mas mal por mal, inteirinhos, e sem percalços.

 

Agora já vai sendo altura de me agarrar outra vez ao Código.

 

Inté,

 

Fátima

  

Ter | 23.10.07

Estamos no Outono, canudo!

Fátima Bento

Ontem deu uma reportagem no noticiário da Sic, em que os comerciantes se queixavam do tempo estar a prejudicar seriamente as vendas. Havia uma vendedora de castanhas – aquela que está na Rua Augusta ao Rossio, ao lado da Loja das Meias – a dizer que só conseguia vender a estrangeiros ou a meia dúzia de portugueses resistentes para quem castanha assada, é em qualquer altura, com frio ou calor (e aqui eu levanto o braço, e digo que ainda só não comi castanhas assadas este ano porque não me cruzei com nenhum vendedor, e ainda não ‘me deu’ para comprar e fazer em casa. Mas é um facto, que com o frio sabem melhor…).

 

Depois entrevistaram um retalhista com a montra repleta de casacos de peles, que se queixava que os 26º C de 22 de Outubro lhe estavam a provocar uma medonha quebra de vendas (oh, que pena!). E depois alegava que era só olhar para a rua e observar a forma como as pessoas estavam vestidas e calçadas “…algumas ainda de sandálias…”, dizia, reprovador.

 

Tirando o facto de o senhor fazer a féria, como diria a minha avó, a vender casacos de pele, eu concordo um nadinha com a estória das sandálias (apesar, e contra mim vou falar, de ainda hoje ter saído com umas nos pés - mas nada de tirinhas, que o Verão, pareça ou não, já lá vai). Por algum pudor, ando às voltas no guarda-roupa para descobrir roupa que não tendo de todo ar de Verão, consiga não me fazer transpirar as estopinhas que a maior parte da roupa de meia estação combinada com os referidos 26º provoca. É um verdadeiro quebra-cabeças, mas pronto, lá se vai arranjando qualquer coisa, umas camisas e umas malhas leves de mangas ¾, umas camisolas de manga comprida de algodão… mas não é fácil. E nos pés, as sandalitas de hoje (só com sol) dividem o espaço com as sabrinas, ou, se o dia o justificar, com os sapatos fechados.

 

Mas, há quem exagere. Estamos quase em Novembro, certo? Domingo muda a hora, o que faz com que às 18:00h já esteja de noite. Não há como dar-lhe a volta.

 

No entanto os/as resistentes andam por aí. No Domingo 21, as minhas sobrinhas e a minha irmã fizeram anos (o tal caso em que mãe e duas filhas com 1 ano de intervalo fazem anos no mesmo dia, que já referi aqui). De tarde, foram os parabéns da minha sobrinha mais velha – que vestia um topzinho em chiffon e calçava umas sandálias prateadas. Ao princípio da noite fomos dar os parabéns à mais nova, que ia jantar com o filhote (o meu afilhado, lembram-se?) e iam os dois de havaianas. Bolas, isso já é mesmo atirar o conceito de Outono pela janela. É que, se de tarde até esteve calor, à noite não estava mesmo nada!

 

Está tudo doido ou quê?

 

(o Vítor diz que a onda das flip-flops é influencia dos emigrantes brasileiros. Bom, mas ele vai mais longe e diz que até a temperatura se está a pôr de feição para os seus hábitos… não é exagero, não senhor!...)

 

Eu por mim só ainda não encafuei a roupa de Verão, porque agora com a preparação da mudança, isto anda uma rebaldaria no meu quarto que está tudo misturado.

 

Mas pronto. Hoje o dia já está mais Outonal, pode ser que o tempo e o pessoal encarrilhem. E a senhora comece a vender mais castanhas…

 

Fátima

Qui | 18.10.07

Hoje o post vai morder na dona....

Fátima Bento

É que ele há coisas inconfessáveis…

 

Bom, a minha inépcia como dona de casa é conhecida de todos ou quase [e não é bem inépcia, é mais o gostar de dividir as 24 horas do dia de modo que não seja escrava da casa, como quem “não faz nada”(grumpft… GRUMPFT…), tem tendência a ser. Há tanto livro para ler, tanto filme para ver, tanta coisa para aprender…]. Estavam duas teias de aranha (mesmo com aranha e tudo) a formar-se no tecto do meu quarto, na parede por cima da cabeceira da cama. Escusado será dizer que só as via quando à noite me deitava. E pensava: amanhã aspiro aquelas duas. Na manhã seguinte, pés no chão e não me voltava a lembrar da coisa.

 

Entretanto começou a odisseia de ir mudar de casa, primeiro com a ideia, e depois com o início das obras. E as teias de aranha mantiveram-se nos seus lugares. E eu, às tantas, baptizei-as: a da direita é a Carlota, e a da esquerda, Carolina.

 

O meu filho é que fica muito apreensivo quando vai para cima da minha cama – geralmente para ver um filme no portátil – porque tem medo de aranhas, e elas, mesmo pequeninas, lá estão, uma a guardar a Carlota, e outra a guardar a Carolina.

 

É de facto uma vergonha! Mas é que nem é preguiça! Aspirar duas teias de aranha, ainda vai, agora aspirar uma Carlota e uma Carolina?! Não se faz!

 

Fátima

 

P.S.: Como, com os meus dotes de boa anfitriã, a família dos aracnídeos está a sentir-se à vontade, e chamaram mais um membro, que está a construir uma Clarisse na parede da porta.

 

Fazer o quê??

 

P.P.S., o que me diverte mesmo nesta história, é que um dia os meus filhos vão contar aos filhos deles que a avó sempre foi uma pessoa estranha… tão estranha que em vez de aspirar as teias de aranha que tinha no quarto, lhes deu nomes… eheheheheheh!!!!!

 

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