Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Sab | 08.12.07

Está quase!

Fátima Bento

Estou a escrever isto na sexta à noite, mas já não publico hoje. São 21:51h e estou  cheia de sono – a culpa é da minha filha, que me mandou uma boca bué da foleira quinta à noite, que, “ajuntando” ao stress (ou estresse?) em que ando, me pôs a soluçar feito bezerro desmamado , e, apesar de ter reforçado a dose de soporíferos, me fez passar a noite em branco. Às 6:30, tomei mais dois, e depois hoje andei a cafés para não me atrapalhar na condução… qualquer dia tenho uma apoplexia e a culpa é dos comprimidos – ou neste caso, de quem os toma…

 

Mas enfim, o pai “puxou as orelhas” aos filhos, e sexta de manhã, antes de ir para a escola, ela veio pedir desculpa, e estava muito preocupada comigo quando voltou. Mas como eu sou forgive and forget (excepção feita à estória da árvore de Natal, que ‘inda me está atravessada – e há-de estar…), já está tudo bem.

‘Tou é c’uma soneira que dá dó  …

 

Bom, mas o motivo da minha missiva não se prende com vir para aqui queixar-me da pikena, e tal, mas sim com a minha casa: dois meses e meio depois do início, já só falta pôr o chão!!!!! Por isso, quarta-feira, A-C-A-B-O-U!!!!!!! E eu mal posso esperar pelo dia em que meto a chave à porta e dou de caras com o meu pavimento flutuante! Na segunda o Vítor até vai lá sozinho (temos ido juntos todos os dias), porque eu quero guardar o “tchan!!”. Hoje acabaram de pintar as portas – um crime, são em mogno rosado maciço, mas como as aduelas são de origem, tinham de ser pintadas de igual… -  e era um pivete, que eu fiquei aos vómitos.

 

Mas estão lindas (tinta acrílica Robialac, marca da das paredes, acabamento Tartaruguinha)

 

E a cozinha está linda (Ikea, claro – rai’s parta as almôndegas suecas!)

 

E a casa de banho ‘tá um mimo (louças Roca, cabine de hidromassagem e móvel + espelho MaxMat)

 

Porta de segurança semi-blindada com uma chave assim toda High-Tech (não sei marcas, só sei que duplicar as chaves vai ser um castigo…)

 

E chão Tundra envelhecido, Ikea.

 

Está quase, está quase!

 

(depois falta a parte das mudanças, um santo pincel, mas como não há volta a dar-lhe, é como diz o slogan da Nike: Just do it!)

 

E agora vou ó-ó.

 

Fiquem bem e tenham um bom fim-de-semana!

 

B’jinhos,

 

Fátima

Qui | 06.12.07

Geração "tenho-tudo-e-não-preciso-de-mais-nada"

Fátima Bento

Este Natal vai entrar para o ranking dos Natais-mais-estranhos, arrebatando assim sem qualquer dificuldade, o primeiro lugar.

 

É que está oficialmente aberta a estação do “o-que-é-que-os-teus-filhos/sobrinhos/netos-querem-receber-este-Natal”? E o nosso bem-educado “não sei…” este ano, e depois de inquiridos os interessados, é substituído por um “nada”.

 

A primeira vez que ouvi tal isso foi da boca da minha pikena, por altura do aniversário, porque não precisava de nada e já sabia que gostávamos muito dela, por isso era melhor pouparmos os neurónios e os euros (!!!!!!)

 

Agora a cena repetiu-se, com a filha da minha cunhada: “olha lá, o que é queres para o Natal?” “Nada. Já tenho tudo! Vê lá, tenho computador, PS2, televisão no quarto, jogos não vale a pena que eu não jogo, só me falta mesmo a Internet, mas isso não és tu que vais dar, por isso, nada. Quem me quiser dar prenda pode dar dinheiro…”

 

Tunga, arremata-se assim o assunto!

 

Eu pertenço àquela classe de pessoas que acham que no Natal não se dá dinheiro, que é impessoal e preguiçoso, mas este ano parece não haver outra hipótese.

 

É caso para perguntar, o que é que nós andamos para aqui a fazer… ter tudo não deveria ser uma constatação em si, devia ser quando muito, um desejo. E agora criámos uma geração que exibe com gosto a incapacidade de ansiar por algo, numa palavra, de sonhar.

 

Desculpem lá, mas isto não é normal…

 

Quanto aos meus infantes, e bem vistas as coisas, tirando os inevitáveis e incontornáveis jogos para o Tomás – para a Playstation, a Wii ou a Nintendo DS – não há muito por onde fugir. Eu consigo dar sempre a volta ao miolo (e - palmadinha nas costas - este ano não foi excepção ), mas vai ficando cada vez mais difícil. Já nem consigo imaginar o Natal do próximo ano…

 

Ando para aqui a apregoar que nunca na vida receberam tantas cuecas/boxers e meias como vão desembrulhar este ano (ao que a Inês atira um descorçoante “não faz mal desde que sejam giras…"), com os derradeiros possíveis presentes bem escondidos.

 

Opções para quem já tem tudo:

 

*    Um livro: o problema é que esta gente não lê…

*    Um CD: quem é que quer Cd´s quando se tem MP3…

*    Um filme: se quiser mesmo, já têm. E viva o e-mule e os desencriptadores…

*    Roupa: o dinheiro previne que não se goste do que dão…

*    Material escolar: material O QUÊ????

*    Acessórios: aplica-se o mesmo que à roupa…

*    Telemóvel: pode ser a solução. Há sempre um modelo novo com mais funções acabadinho de sair;

*    MP3: como o telemóvel: com sorte, pode ser que precisem de um novo, com maior capacidade, e tal. Problema: no ano seguinte só lá vai de I-Pod de grande capacidade para cima…

*    Pesquisar interesses pessoais, e dar-lhe algo relacionado. Por exemplo, a um estudante de Ates, um livro dentro do tema; vouchers: para exposições nos principais museus, para peças de teatro… (esta é a minha opção favorita)

 

E mais não digo, que estou a ficar sem ideias. Há sempre os sacrossantos bombons. E para quem está mais longe, um chocogram é uma excelente opção (e já agora, para quem está perto também…)

 

Bom, me voy mas eu volto, e volto ao assunto. A ver se consigo dar sugestões de presentes para a família… vou pensar nisso…

 

B’jinhos,

 

Fátima

P.S: Ah-ah! Já acabei as compras de Natal! Ainda não fiz foi os embrulhos... E a Santa Sogra vai levar os Ferreros sim senhora !

Qua | 05.12.07

A entrar na quadra um 'cadinho irritada...

Fátima Bento

Hoje é dia de fazer embrulhos de natal, que os presentes estão a organizar-e num tal caos, que daqui a pouco não encontro metade.

 

E além disso, é mais um assunto que quero ver despachado antes de começar a mudança.

Já fiz as compras quase todas. Falta-me a prenda para a sogra - acho que vai levar um caixote de Ferrero Rocher, já que todos os anos me oferece uma caixa, mesmo sabendo que eu não gosto do raio dos chocolates, que é para o Tomás comer.

 

Desta vez leva ela uma, para dar ao neto. "Prontos", a vingança do chinês é pequenina e redondinha, como se costuma dizer!

Também me faltam as prendas para a mana e o cunhado. Gostava de ser mais fria e pragmática em relação a estes dois, que depois do saco do Seixal que me deram nos anos, mereciam era um das Caldas! Mas como eu sou boa mocinha, ando a ver se encontro as prendas ideais dentro do meu orçamento, claro.

Parva!

Voltando à sogra, este fim-de-semana, aquando do habitual almoço, deixou-me sem palavras e sem ar. Eu tinha uma àrvore de Natal artificial liiinda, que me tinha custado uma nota preta há um ror de anos, com as pontas das agulhas semeadas de branco, um espectáculo. Como nesta casa, durante três anos seguidos tivemos gatos bebés, que se atiravam à dita, e além disso, com os putos maiores, ninguém cabia na sala com ela montada, comprei uma mais pequena, e mandei a maior para casa dela, que tem arrecadação. Além disso, como passávamos o Natal lá, era o sítio certo para estar a àrvore grande. Este ano, como o Natal vai ser na minha casa, no domingo disse-lhe que na próxima semana precisava de levar a árvore. Resposta da senhora: "ah, a àrvore! Há que tempos que a pus no lixo!" E ó p'ra mim de boca aberta e olhos esbugalhados... "você tá a gozar comigo!" gargalhada de gozo: "caíu, 'tava toda partida, foi para o lixo. Nem tinha aonde a meter!" (acho que se fosse outra pessoa tinha levado um estalo; e eu detesto bater - nunca bati aos meus filhos nem sequer aos gatos... e partida não estava de certeza, que a dita era "dura na queda"...)

A MINHA àrvore !

Saíu-me um  politicamente incorrecto "mas ela foi caríssima!", que caíu mal até a mim. "Mas eu pago-lhe outra, fique descansada!"

Pois.

O problema é que não consigo encontrar uma igual. E ela não faz ideia quanto é que custa uma árvore boa, daquelas em que levamos quase uma tarde inteira para endireitar os ramos.

Ah, mas paga, paga!

Agora vamos a ver se ainda consgo encontrar alguma como deve ser, qu'isto este ano tem sido uma razia. Vi umas muito bonitas no Le Roy Merlin, a ver se ainda têm.

Tou mesmo f*d**a (pardon my french)! Mal por mal tinha-me dito quando a deitou fora!

E depois, todos os fins de semana vem com a mesma história: "porque é que vai comprar presentes, não compre, deixe lá isso, 'tá a preocupar-se com os outros para quê, dê só aos nossos miúdos, blá blá blá". E eu respondo sempre "se você não quiser dar não é obrigada, mas para mim, Natal sem dar prendas não é Natal". Para a semana mudo o discurso. Quando ela repetir a sacrossanta frase, levanto a voz e berro: "Outra vez a mesma cantiga?" De certeza que não volta ao ataque mais vez nenhuma.

Chiça!!

Mmmmm... arghh!

Prontos, me voy hacer los embrulhos de nöel...

Inté

Fátima

Seg | 03.12.07

A tricotar... e com dor-de-tola

Fátima Bento

Estou a fazer um cachecol - em tricot, claro.

Ontem depois do almoço na sogra, como não tinha nada que fazer, fui a uma loja chinesa, e deparei-me com umas agulhas de tricot. Eu andava louca para descobrir se ainda me lembrava como se fazia (a última vez que tricotei tinha 20 anos!!!) e gastando 1 euro nas agulhas, mais 75 cêntimos num novelo de lã, descobria. Se já não me lembrasse ou não tivesse jeito, o prejuízo não era grande!

Pois, acabei o novelo de lã à noite. e como não tinha mais desmanchei o que tinha feito (estava muito largo), e refiz, mais estreito. Hoje resolvi ir às lojas chinesas daqui, e não descobri a mesma cor; acabei por comprar um burgundy, em quantidade suficiente para fazer um cachecol de uma vez, e lá vou eu desmanchar outra vez o outro, e começar este - é que aqui não há agulhas... já tenho encomendas para mais 3 : para a Inês em vermelho, para o Tomás em preto, e para o Vitor... às riscas (vai ser o último, ainda não me tou a ver a fazer riscas, lol)

Liiiindo! Até parece que não tenho nada para fazer!!!!

Agora  contando a história da porta da garagem:

Foi esta alminha mais o respectivo mais-que-tudo à garagem do pai, falar com o mesmo, e quando vamos a sair, o marido-cavalheiro segura o portão (é uma garagem para três carros, com um portão antigo que pesa este mundo e o outro), para eu passar, e eu dobro-me, pelo sim pelo não, que o seguro morreu de velho... só me lembro do peso e da dor. Podia ter caído de joelhos! Sai-me assim um "fónix!" sem nix, e com outras consoantes e vogais, que se deve ter ouvido num raio de três quilómetros! E dez minutos depois comecei a lembrar-me... a verdade é que eu não tinha batido no portão, o portão é que tinha batido em mim! E como o marido lindo estava a segurá-lo, era tentativa de homicidio, no mínimo !

Ele só se ria.

Mas às tantas, estávamos a ver que tinhamos de ir ao hospital, que nem passava a dor (imensa e horrivel, juro!) nem as tonturas, que duraram dois dias. Mas depois passou, para descanso dos dois (ah, e a "agressão", foi só um erro de calculo: ele estava de costas, e pensou que eu já tivesse passado - mas isso, só se fosse o Speedy Gonzalez!)

 

E "prontos"!

Vou-m'imbora, não tricotar, mas encaixotar mais um bocadinho, que daqui a pouco vou para o Centro Comercial, acabar as compras de Natal. Falta a prenda do sogro, a da sogra, a da mana e a do cunhado - já faltou mais...

A última coisa que eu quero é estar a pensar no que falta comprar quando estiver a fazer a mudança - IIIIICK!!!!!

Por isso, inté!

Fátima

Pág. 2/2