16 eus
Corre aí na blogosfera uma espécie de repto, que consiste em dizer 16 coisas sobre o blogueiro que escreve na altura, e depois passar a 16 bloggers. Escusado será dizer que ainda não vi ninguém passar a ninguém, qu'isto de ir buscar 16 blogues à memória é obra, e então estão todos a usar o passa-e-agarra.
Ora como eu não gosto do conceito passa-e-agarra, vou fazer o seguinte: não vou mencionar nenhum dos blogues onde vi publicado o desafio, e vou depois passá-lo a 5 ou 6 bloggers.
E então vamos lá debruçar-nos sobre a minha pessoa:
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Nasci mãe há quase 18 anos. Têm sido anos com muitas alegrias, algumas ansiedades, mas o saldo tem sido muito positivo.
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Nasci neta há 41 anos. A minha avó foi sempre o meu grande apoio e suporte, a minha grande rocha em momentos de tempestade, que chorava comigo quando eu chorava, ao mesmo tempo que me limpava as lágrimas.
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Nasci filha não sei precisar há quanto tempo. O meu pai tinha muito trabalho e eu quase não o via, embora quando o visse, ele gastasse sempre momentos muito agradáveis comigo. Não me lembro nunca de o penalizar por não passarmos mais tempo juntos... Depois reencontrámo-nos, na reforma, e desde aí, somos os melhores amigos.
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Nasci esposa há 15 anos. “Eu, Fátima, aceito-te Vitor para meu esposo para amar-te e honrar-te por todos os dias da minha vida” - foi mais ou menos este o juramento que trocámos no registo civil do Seixal, há tantos anos que tanto parece ontem como desde sempre. Tem sido uma viagem acidentada, a estrada de vez em quando tem tido mesmo muitos buracos, mas temos conseguido controlar a viatura, e se fora já amanhã, faria o mesmo juramento.
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Pelo meio, nasci muita coisa: estilista, assistente de bordo, empresária... mas o mãe ganhou a todos.
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Cresci sozinha. nunca tive muita capacidade de integração em grupos nem de fazer grandes amizades (condicionalismos maternos que exacerbavam a necessidade de competir e que me transformou num bulldozer que arrasava tudo e todos, com as notas e a aparência, desapropriada para a idade).
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Acalentei o gosto pela leitura, pelo bom cinema, pela imprensa (sou viciada em revistas), pela musica.
E agora, 9 palavras... para completar as 16 coisas sobre mim...
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Resiliência – o melhor presente que a natureza me deu. Porque há “sobrevivências” que não se explicam.
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Gatos – não consigo viver sem eles, jamais.
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Solidão – mas da que se escolhe. Gosto de ir sozinha ao cinema, gosto de estar sozinha em casa, viajar... mas com os anos, esse desejo de solidão tem vindo a restringir-se a períodos mais curtos. E com pontos de referência, não porque tema perder-me, mas porque não quero que os outros se sintam perdidos. E quero o “quentinho” de saber que não estou realmente sozinha.
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Paciência. “Ó mãe, não é possível aborrecer-te?” perguntava há dias o mais novo depois de impossibilitar-me pela décima vez de tentar ler uma revista, enquanto aguardávamos uma consulta há duas horas na sala de espera. “Não”, respondi. “mas às vezes, sabes que me passo...” “ e quando levantas a voz até fazemos continência! Mas são tão poucas vezes...” (e tive direito a beijinho*)
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Paixão. A vida sem paixão não tem graça, faz-me sentir zombie. Seja um livro, um filme, um projecto. Tem de haver paixão, senão sinto-me a mirrar por dentro.
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Mimo, muito mimo, muita atenção, muita ternura, muito carinho, muita envolvência, muito tudo.
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Dormir. Na outra encarnação devo ter sido gato: isso explicaria o facto de os entender tão bem, e de dar tudo por uma noite bem dormida. E a languidez, que Roma e Pavia não se fizeram num dia...
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Viajar. Sempre, muito. Quando a conta bancária e eu chegarmos a acordo...
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Aprender. E por muito que consiga, morrerei na certeza de que nada saberei do tanto que existe para aprender... (sim é uma verdade Sócratica, da Grécia antiga)
E agora a parte díficil: passar a meia dúzia de bloggers. Que tenham tempo, paciência e vontade de se exporem e o fazerem.
Então cá vai:
life, inc – ah, esta vai dar trabalho, é para as três. Nancy, “fáchavor” de responder aqui num comentário, ok?
Rita (achas que em meio a tanto trabalho, consegues?)
E pronto, hei-de passar por todos e deixar comentário a desafiar, mas agora vou m'imbora qu'o pikenino tá a ficar mesmo, mesmo sem bateria.
B'jinhos,
Fátima