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Vi ontem, no noticiário dahora do almoço, na Sic, a repetição da reportagem que na véspera não me tinha sido possível ver.
E a minha reação foi a mesma de largos milhares de portugueses: nausea.
Nada disto tem a ver com o que nos é dado ver: isto é politica, pura e dura (e já no caso Maddie não foi assim?), em que a menina Alexandra é só um numero - e neste caso, será o numero 1 - e por isso não lhes interessa nada. Aparte o repatriamento, que era assunto prioritário. E o governo Russo teve o que queria, finalmente: pela primeira vez conseguiram recuperar uma criança descendente de um nativo da grande pátria, Russia, de volta à mesma. E onde é que eles conseguiram que a lei tal premitisse? Neste país de m***a, com um código penal igualmente fétido (e utrapassado, antigo, omisso em tanta coisa tão importante...)
Porque este, meus amigos, é o país que temos. E as aventesmas que elegemos para a Assembleia da Répública, criadora de leis por excelência, estão mais preocupados em discutir o sexo dos anjos à exaustão, de que em propôr alterações ao código penal - ah, dá muito trabalho!
E nos continuamos a elegê-los e a colocar nos assentos, mais do mesmo, que também alternativas não há, e remetemo-nos à nossa bonomia de robe e chinelos, aos nossos brandos costumes, em que ninguém perde realmente a cabeça além da vociferação de alguns impropérios, mesmo quando está a ser f****o (caso BPP e BPN)...
Desenganem-se se acham que eu estou a fugir ao assunto: o caso Alexandra deu-se porque ninguém se dá ao trabalho de alterar o nosso código penal, e o Sr. Putin (que presidente ou primeiro ministro, "ele é que é o presidente da junta", e quem manda ali é ele) viu a abertura e mandou esgueirarem-se por ela e conseguir uma vitória para a mãe Russia.
Porque aqui as pessoas não interessam nada.
Mas pessoas somos nós.
Aquela mãe, se o fosse realmente (para lá de ter aberto as pernas e feito força) aquando da aflição da Alexandra no Aeroporto, tinha seguido sem ela. Mil vezes perder um braço de que sujeitar um filho meu a uma aflição e sofrimento tamanhos.
Quanto às imagens na Russia, o que se vê ali é o pouco interesse da mãe, subjugado ao grande interesse da pátria. Vê-se uma criatura ébria a defecar diarreia mental. Vê-se a mesma criatura a dar umas palmadas à Alexandra.
Mas o grande problema, não é o que se vê... é o que não se vê!
Longe de acabar, que os média só largam o osso muito depois dele já não ter carne há muito, acredito que este caso está, de facto, "arrumado". Porque, em termos práticos, o lado humano NUNCA se sobrepõe ao legislativo. E a brecha estava lá. E o juíz foi uma besta.
E agora já está.
Desenganem-se os que ainda acreditam que no dia 3 de Outubro de 1990 ao ser derrubado o Muro de Berlim, ficámos todos unificados, juntos. E que com a Perestroika (reestruturação) e a Glasnost (transparência) , políticas introduzidas por Mikhail Gorbachev, que culminaram com a queda da União Soviética, a 26 de Dezembro de 1991, tinhamos um mundo novo, e o fim da Guerra Fria.
Tretas.
A História repete-se, esse é um facto adquirido. E a Guerra Fria está a levantar-se de novo, devagarinho, como um submarino a imergir em silêncio.
E a Alexandra passou a ser um pequeno grande símbolo do poderio russo.
Criou-se neste momento, uma petição online para a Alexandra - nº de assinaturas até agora, 459...
O blog oficial é este
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E sim, tenho vergonha da justiça portuguesa. E de quem a faz, e de alguns que a aplicam.
E por ora, é só o que tenho a dizer.