Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Ter | 30.06.09

Hoje acordei...

Fátima Bento

... a sentir-me assim:

 

 

... mas troquem lá o insignificante por esquisita. Mesmo esquisita.

 

Estou com os pensamentos num novelo, o raciocínio embotoado, já fui à rua e voltei um nadinha melhor, mas é a tensão que está baixa, o chão que me foge, e só me apetece deitar a ler o livro idiota que comecei à bocado "Não Digas a Mamã", daqueles livros que só compramos e lêmos porque é verão, e porque era oferta na compra do "Quando o Papá Chegar", mais do mesmo que a estória tem de ser a mesma, a mesma autora=a mesma realidade.

 

Para me mimar, hoje vou fazer o meu prato preferido para o jantar. Pois, já todos sabem qual é. Como ninguém ainda pediu, não dei ainda a receita ...

 

Bom, a ver se isto arrebita...

 

 

 

Ter | 30.06.09

O desmentido

Fátima Bento

Apesar de estar já a deitar as notícias que surgem de todos os lados sobre a morte de Michael Jackson, pelos olhos, tenho de falar de um assunto que me tem feito pensar desde sexta-feira à noite... e que agora veio a lume, com o jovem que acusou Jacko por práticas sexuais, a retratar-se.  

 

Eu de facto nunca acreditei que ele fosse pedófilo. Um pedófilo é alguém que se excita e tem o desejo de manter relações sexuais com crianças. Michael Jackson era uma criança que nunca cresceu. Fui mais longe e pensei que, a haver qualquer contacto mais íntimo entre ele e alguma criança, isso seria apenas aquela fase das descobertas pela qual todos os miudos passam uns com os outros.

 

"O que não deixa de ser um crime" diz a minha filha.

 

Pois não, legalmente não deixa de ser um crime. Psiquiátricamente, porém, tem contornos não associados de todo à pedofilia. Claro que a criança - a verdadeira - não vai entender o comportamento do adulto (que não cresceu) e o trauma não vai ser menor. E é claro que todos esses promenores o vão traumatizar.

 

No entanto, ao contrário da minha leitura, parece que nem isso se passou. O pai terá forçado o puto a denunciar uma situação inexistente, dando-lhe os promenores a contar. E isso destruiu a vida de Michael, que a partir dessa situação, nunca mais pisou o palco.

E a família acusadora abotoou-se com 2 milhões de dólares, crime (quase) perfeito.

 

A vida não é mesmo justa.

 

Agora o puto, que entretanto já cresceu, carregará nos ombros o peso de um gigantesco "...e se...", já que tudo poderia ter sido diferente na vida de Jacko, não fora este incidente...

 

É peso demais para qualquer um. E pode agradecer ao paizinho.

 

Canudo...

 

 

 

 

Ter | 30.06.09

Gostava mesmo de

Fátima Bento

Viajar mais. Ter mais gatos. Ter tido mais um filho. Ir à Disneyland todos os anos. Ir a Praga. Ir a Nova Yorque. Ir à India. Ajudar quem precisa. Ler mais. Ter sempre a casa mais arrumada. Ser uma mocinha organizadinha. Falar alemão, cantonês... Dedicar mais tempo a meditar e a fazer yoga - faz-me sentir bem mas não o faço... auto sabotagem. De escrever de uma vez o livro de que estou grávida há um ror de tempo. De não ter medo se escrever. De não ser mesquinha e ouvir as conversas pequeninas de gente pequenina com vidas pequeninas, porque precisam de ser escutadas. De ajudar pais a serem melhores pais. De ajudar as pessoas a serem mais felizes. De ter uma sala forrada de livros, do chão ao tecto. Continuar a ser feliz, com todos os que amo à minha volta. Que a minha mãe não fosse como é. Que o meu pai não morresse nunca. 

 

(este é o mais difícil... há muita coisa de que gosto, pouca de que não gosto, alguma de que gostaria... mas nada que altere o meu presente...)

 

Os meus agradecimentos à Claudia pela inspiração para estes três posts... Obrigado, 'miga!

 

 

Ter | 30.06.09

Não gosto

Fátima Bento

De piqueniques. De gente pequenina, com vidas pequeninas e conversas pequeninas. Que me acordem quando estou a sonhar. Que a minha gata me vire as costas por birra. Que me tomem por parva e me passem à frente na fila do supermercado - a menos que esteja com pressa, deixo sempre. Que encham o meu tempo e eu fique sem tempo para pensar. De crises depressivas. De quando não consigo ajudar a Inês. De quando o marido é parvo. De quando eu sou parva. De aturar os filhos dos outros. De no Natal, receber porcarias compradas à pressa sem pensarem em mim, só por dar. Que as pessoas se esqueçam que faço anos. Dos carros que não parem na passadeira em frente do meu prédio. De gente que opina sem fazer os trabalhos de casa. De blogues com comentários mal-educados. De gente mal educada. De quem não gosta de gatos. Que me apareçam em casa sem avisar. De decidir o jantar. De andar toda a gente a olhar para a crise e não olhar para o que ainda há de bom. De gente que só se sabe queixar. De quem está sempre pior que nós, e com pormenores. Que me obriguem a fazer o que não quero. De mentir. De ter de, seja lá do que for, não gosto de obrigações. De professores incompetentes, já tive a minha quota parte este ano. De (ainda) só falar cinco linguas. De emprestar livros. Que me devolvam os livros que empresto estragados. De ter de gostar da saga Twilight, só porque todos gostam. De toda a gente gostar de Lobo Antunes, mesmo quem nunca leu nada dele para além dos títulos - é bom demais para essas pedantices. De Dan Brown, do "Anjos e Demónios" para trás. De quem escreve a metro, como a Margarida Rebelo Pinto, a Danielle Steele, o Nicholas Sparks. De Danielle Stelle, novela mexicana, desgraça após desgraça. De frio. De não ter banheira, só cabine de hidromassagem. De quando não sou capaz, seja lá do que for. De não ter respondido ou dito o que devia, na hora certa. De quem não gosta de mim. Que magoem os meus filhos. De quem abandona os animais. De quem lhes faz mal. De fashion victims, que acham que o mundo se divide entre quem ´respira trapos', e quem se está nas tintas. De donos da verdade e fundamentalistas de qualquer tipo. De acordar cedo. De fazer dieta. De crises depressivas - sim já o tinha dito mas não gosto mesmo nada. Nem em mim nem em quem amo. Nem em ninguém.

 

(e neste caso não me lembro mesmo de mais nada...)

 

 

Ter | 30.06.09

Gosto

Fátima Bento

Do meu marido e dos meus filhos. Das minhas gatas, principalmente da Mia. Gosto de ver o mar bravo, sob o céu cinzento. Do cheiro das primeiras chuvas depois de um Verão quente. Do cheiro de relva acabada de cortar. De quando uma musica me enche a alma. De quando os livros me fazem esquecer as horas. De quando um filme me deixa sem palavras. De chorar. De rir. De fazer maluquices com os meus filhos. De fazer maluquices sózinha. De brincar com o meu marido. De gambas a l'ajillo. De coisas doces (ih, que sou gulosa!). De me sentir elevada quando leio alguma coisa que me toca o coração. De descobrir a solução para pequenas coisas depois de magicar nelas. Da paz de sentir o passado no seu devido sítio. De quando a minha filha me diz que o namorado diz que a mãe dela é um espectáculo. De quando o meu filho diz que sou a melhor mãe do mundo. De quando o marido diz que há barreiras com os filhos que só eu consigo ultrapassar. De ir ao Continente encher um carrinho, depois de andar duas horas a comparar preços. Que a Mia se deite no meu colo debaixo dos lençois. Do "Mentes Criminosas. Do "Mental". De ouvir musica alta. Do swing de Sinatra e de Bublé. De escrever. Dos meus blogues. De comentários. De ir à cabeleireira. De ir ao cinema. De viajar a ouvir MP3. De viajar tout court. De ver filmes no portátil. De bébes recém nascidos. De água lisa, Vitális ou Penacova - também pode ser Luso. De batidos de morango. De Caramel Machiatto. De brownies. Da Disneyland. De Donner box's. De clima moderado. De roupa nova na mudança de estação. Do cheiro dos livros acabados de comprar. De Nespresso, Indirya, Rosabaya, Roma, Dulsão. De compras online e entregas ao domicílio. De revistas. De pilhas de livros espalhadas pela casa. De um caos ordenado. De quando consigo ultrapassar a barreira de mãe e ajudar a Inês para além de maternalismos sonsos. De quando o meu filho compreende o que digo. De ver o meu marido feliz. De me sentir inteligente. De rir por ser petulante e me achar inteligente. De ser forte. Gosto mesmo de saber que sou forte.

 

(há mais um sem número de coisas de que gosto, mas por agora fico-me por aqui, ok?)

 

 

 

Seg | 29.06.09

Só mais uma coisinha:

Fátima Bento

Para quem ainda não leu, no blogue "...no país das palavras", um post sobre planificação, que é uma ferramenta preciosa para a organização doméstica. Será o primeiro de uma série de não sei quantos, que faço tenção de escrever, criteriosamente à terça-feira.

 

Se ainda não leu, vá lá e espreitar, clicando no hiperlink acima.

 

 

Seg | 29.06.09

Hoje não vai ser muito possível...

Fátima Bento

... desatar aqui a escrever feito louca, devido a ontem ter ficado a ler até tarde, o "Daqui a Nada" do Rodrigo Guedes de Carvalho, um livro "falsamente pequeno", e imenso na sua beleza intimísta... e que ainda não acabou, graças a deus, que este é  daqueles livros que nos dão saudades do futuro, de quando o livro já tiver acabado e a gente deseja que ainda estivesse por começar. Resta-me a consolação que ainda tenho mais dois para comprar e ler, para além deste e do "A Casa Quieta", que já li; são eles "A Mulher de Branco" e "Canário". Mas são só dois! Acho que vou enviar um e-mail ao senhor, pois que deixe de apresentar tantos noticiários, e que escreva mais um livrito... que reúna as crónicas todas que escreveu para a revista Máxima e edite, já deixa muitos leitores felizes...

 

Pois que, como dizia, li até tarde, e hoje levantei-me (mais) cedo, para ir com a filhota à medica, e até entrar no consultório estive a modos que acordada a 1/4... e agora, mesmo tendo já  tomado dois cafés, não estou a muito mais...

 

De maneira que vou mergulhar em vale de lençóis e fazer uma sesta, que o meu corpinho está mesmo a pedi-las... com este tempo parvo (que me deixa com a sensação de ter nuvens de chuva coladas ao alto da cabeça), e mais o raio do período já no red carpet - a palavra red aqui não é um trocadilho... - e ainda por cima já devo estar na perimenopausa, que o gajo volta na volta abstém-se, e eu fico assim a modos que uma semana avariada... somando-se a este quadro as parcas horas de sono: se não faço sesta, AINDA MATO ALGUÉM!!!!!

 

E aqui hoje é feriado. O comércio está todo aberto, mas é feriado municipal. Ninguém diria, mas é. E o que que isso interessa, perguntam vocês?

Boa pergunta, respondo eu.

 

Vou mas é dormir, que já estou a começar a escrever como estou a pensar: sem grande nexo...

 

Quando acordar, se, SE me sentir com vontade, ainda escrevo mais qualquer coisa, ok?

 

 

 

Sab | 27.06.09

Complexo de Peter Pan...

Fátima Bento

Pois é mesmo, todos os os adultos têm uma criança dentro de si, como dizem. Até os felinos...

 

Esta gaja tem 4 anos - o que equivale a 24 anos de gente, e desde que veio cá para casa que adora mamar na gata mãe. Desde que a gata mãe esteja a jeito, é na barriga, nos braços, nos ombros... e desta vez foi na mouche!

 

 

Porque é que a gata mãe deixa? Sei lá, acho que não devo jogar com o baralho todo... é que só saem duques...

 

Enfim...

 

 

 

Sab | 27.06.09

Do últmo "picanço" dos dois:

Fátima Bento

"Fecha a porta do meu quarto, ouviste?"  berrou ela mesmo à beirinha do descontrolo.

 

Pás, fez a porta da casa de banho onde ele entrou para tomar duche.

 

E a Inês por ali afora terétété, e ele lá saiu e fechou a porta do quarto. Ela descontrola-se, a enfermeira-psicologa-mãe entra em acção.

 

Ela por entre lágrimas "Ele além de não me fechar a porta, quando a veio fechar, que-não-era-mais-que-a-obrigação-dele, olhou para mim e disse "...azia...!"

 

Ele diz-me "quando lá fui a porta não estava fechada". Faço-lhe ver que estava mais fechada, e que não lhe caía um bracinho se a fechasse à mesma. E que deve ser delicado com a irmã, e tal.

 

Resposta do puto:

 

- Eu fui delicado! Eu disse '...azia...' baixinho, ela é que ouviu!

 

Palavra de honra, cada vez que me lembro não consigo evitar  rir!...

 

 

Sab | 27.06.09

Não deve ser muito saudável...

Fátima Bento

O meu puto está no quarto, a jogar com um monte de marmanjitos como ele.

 

E ninguém me tira da cabeça que isto não é muito saudável.

 

Porque, embora eles sejam assim uns quatro ou cinco, e eu consiga ouvir daqui as suas vozes - fantástico, nenhum diz palavrões!! - a verdade é que está cada um na sua casa em frente ao seu monitor.

 

O Tomás desde que entrou de férias, só sai de casa para ir (desde que o carro veio da oficina) à natação. De resto deita-se às quinhentas, acorda ás setecentas, e está sempre online com aquele grupinho. Canudo, gastou 10 € no jogo, já estão mais que pagos, à média de utilização diária!

 

O que é que isto diz de mim? Mal, muito mal. O problema é que não tenho alternativas para lhe oferecer. Senão arregaçava as mangas, e passava uma noite sem dormir, a vigiar se ELE estava desligado. É que mesmo quando desligamos o router, ele escolhe um filme que entretanto já descarregou, e fica a vê-lo.

 

Durante o tempo de aulas, cheguei a ameaçar que tirava o cabo que ligava o mnitor à unidade, e ele acatou. Mas agora, fazer o quê?

 

Na última quinzena de Julho tem colónia de f´erias, e logo se desintoxica... e depois em Agosto estamos todos em casa, vamos à praia, e tal, e e la nave va...

 

Depois, a Inês "exige" muito acompanhamento e disponibilidade... tenho agora um ano para a ajudar a lidar consigo própria, organizar-se e ser suficientemente independente para conseguir estudar em Inglaterra.

 

Eu no meio disto tudo, não tenho muito tempo para estar com os meus botões... mas a vida não é como nós queremos, é como é. E a Inês é uma miuda espectacular, merece tdo o apoio.

 

O Tomás também é um puto fantástico, e eu sinto que no meio disto tudo, está a ficar um nadinha de lado... e eu não consigo dar mais, emocionalmente. Aqui era a vez do pai contrabalançar, mas ele não consegue entender que as reacções parvas dele são próprias da idade... de vez em quando os dois pikenos pegam-se, e lá estou eu a meter na cabeça da Inês que ele está na, como ela chama, "a idade parva", e que na idade parva, os miúdos fazem coisas parvas... e depois vou ter com o Tomás e dizer-lhe que ele deve respeitar a irmã e ser mais delicado com ela... e depois vou ter com o pai e explico que o "picanço" do pequeno à grande é natural na idade, e que ela tem de conseguir separar o que é importante do que não é.

 

E  o mais difícil de convencer é o mais velho...

 

'tou cum'ós outros, que fazem aquela oração: deus me dê capacidade para ver as coisas como elas são, força para mudar as que posso, e paciência para aceitar as que não posso mudar - não é bem assim, mas é apróximado.

 

Ufffff...

 

 

 

 

 

Pág. 1/6