Infidelidades, traições e nada disso...
Pois onde é que traçamos a fronteira entre o que é infidelidade e o que não é? Entre o que é traição ao outro é o que é ser fiel a nós próprias?
Desculpem eu escrever isto no feminino, mas eu sou mulher, e para mais, acho que as opiniões masculinas divergirão das que aqui vou apresentar; quanto mais não seja porque, segundo me parece, homens e mulheres "traem"* por razões diferentes... pelo menos, diz o mito que os homens traem em busca de (melhor/mais) sexo, e as mulheres em busca de emoções (mais) fortes, ou do que lsentem falta...
Isto, segundo reza a lenda, que nas minhas contas vale o que vale, que andam por aí muitas mulheres que gosta muito de sexo, e outros tantos homem com apetite mais moderado, e mais dados aos mimos...
Vem à baila este assunto, pelo seguinte: ontem, andando eu ás compras no Almada Fórum, encontrei uma amiga que não via há imenso tempo. Fomos tomar um café e conversa puxa conversa, ela contou-me que ia jantar com alguém novo, mas que estava com sentimentos ambíguos, já que, se o Mário me fizesse isto eu não ia gostar...
Desdramatizei de todo a situação. Afinal, ela tinha aceite um convite para jantar, não se tinha enrolado com alguém. E acto-contínuo, pensei na velha analogia da florzinha que se não é regada e cuidada, PELOS DOIS, morre, tal como o amor. E é que é mesmo assim. Se é necessário uma terceira pessoa para fazer uma mulher se sentir interessante, bonita, desejada, mais segura, algo nos bastidores da relação esta mal. Ou mesmo muito mal.
Neste caso específico, posso falar do que sei; desculpa, amiga, mas a Vida jé te enviou e-mails, cartas, telegramas, sms, até já usou pombos-correio com um papel na patinha com os dizeres: "Acabou! Segue em frente e não olhes para trás!", e tu nepes. Não abres os mails nem as cartas, não lês as sms, e até o pombo enxotaste! Agora a Vida decidiu usar outra estratégia: olha só o que estás a perder, e que mereces tanto! E ficou a espreitar atrás do biombo junto da vossa mesa, a ver se tu assinalaras a hipótese.
A verdade, minha querida, é que não podes continuares como estás. Com jantar ou sem ele, mas sem Mário, com certeza. És demasiado jovem para cuidares de um "filho", ainda para mais tão problemático... Está na hora de sacudires a poeira, levantares a cabeça e seguires em frente.
Se, no entanto, analisares as coisas e as vires de outro modo, só posso dizer-te que um jantar após o qual te deixam em casa, "no strings attached", não é de todo um "pecado". É, antes, um balão de óxigénio. É um sorriso que se quer colar nos teus lábios. É uma distração para quando te deitares à noite não ficares a pensar nas mer**s todas que se estão a passar à tua volta, e para teres um memória boa para reviveres.
A vida é tão curta, amiga! Agarra-a toda, morde-a bem, com a boca toda, saboreia cada paladar, sorve cada aroma. E cresce. Eu acho que está na hora de cresceres para além do Mário.
Tu és muito mais tudo! E mereces este mundo e o outro, tonta!
B'jinhos muito, muito grandes!
[traem* - o acto de trair pode ser encarado de diversas formas. Aqui refiro-me à traição física].
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