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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Sex | 10.09.10

Só me saem é duques!!!!!!!!!!!! E s(c)enas tristes...

Fátima Bento

Oh caramba!

 

 

 

Tocaram-me à campaínha, toque do carteiro - sim, aqui é como no filme: sempre duas vezes... eu, FEITO PARVA, vou abrir a porta da escada - aqui não há intercomunicador, e mesmo que houvesse, dava igual. EU SABIA que o parvo do empreiteiro que me remodelou a casa (vai para 3 anos), andava a aparecer aqui de vez em quando, e COMO EU NÃO O QUERIA ATURAR, nunca abria a porta... mas, canudo, esqueci-me. Ora quando o senhor (sim, que já tem idade para ser meu pai, e mais que idade para ter juízo), começa a bater toc toc toc, eu ai-que-já-me-f@coise. Nem mais. Lá tive de abrir a porta, e tal, "como está o Vitor", e coise, e que "precisava de falar por causa da limpeza dos algerozes"... fartinho de saber que a merd@ do condomínio está a ser tratado por uma empresa (grrrrrrr...), ah, e tal "então nada feito" e eu a recuar, mas sem querer recuar demais, que não o queria dentro de casa... o gajo ás tantas agrra-me pelos ombros "ah, és tão linda, o Vitor devia era andar contigo ao colo!" e eu ali feita parva (aliás, de há uns tempos para cá, PARVA devia mesmo ser o meu apelido...), "ele anda comigo ao colo, ele anda!", e vai de o empurrar com o indicador (imaginem o ridiculo! ) e que tenho de ir fazer o almoço p'ó puto, e ele a tentar abraçar-me (!!!!!!!!!!!!!), e eu de pé à frente, já quase capaz de lhe arrear - eu! a PARVA!- lá o consigo empurrar para a escada, ele "desculpa, mas quando te vejo não resisto, é que tu és (e eu cá para mim, mas onde é que esta aventesma foi desencantar o tu???)... e eu fico assim..." E eu "Ok, tenho de ir", e quando fechei a porta o gajo a recuar e a atirar beijos (não ter caído pelas escadas foi uma pena...)

 

Sui generis? Pouco, muito pouco

 

Twilight zone? Morno... só morno.

 

Se ele agora voltasse atrás, ia buscar o taco do puto e arreava-lhe. Chiça, o gajo é inofensivo, quanto mais não seja, porque

 

a) com um valente empurrão fica esticado no chão, e eu quando me passo (como toda a gente), fico cega;

b) e o puto estava em casa, era só mandar um grito...

 

Mas canudo, arrrghhh, arrrrggghhhh, AAAAARRRGGGHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

Porque diacho é que ultimamente são umas atrás das outras? Irra!

 

Nossa Senhora!

 

Ter | 07.09.10

180º de latitude e longitude

Fátima Bento

Ontem o dia começou, estranhamente sem o toque do telemóvel - e hoje idem - mas eu acordei à hora de sempre. À ideia ficar em casa a contar moscas que não há, no rescaldo se um fim-de-semana de pesadelo, resolvi "pegar em mim" e ir à praia, pôr a cabeça em ordem.

 

 

Quando cheguei ao areal eram 10:05, e eu era a única pessoa na minha praia (nas dos lados havia gente). Estendi a toalha e fui molhar os pés - a água estava numa temperatura agradável, mas ainda não era altura para grandes aventuras. Puxei do MP3, de uma revista, e mergulhei na voz do Bublé e nas paginas da Womans'Day. Ás tantas, a revista já voltara para o saco, mas a música continuou a acompanhar-me.

 

A praia começou a povoar-se, e de Bublé saltei para Robbie Williams. Sentei-me onde as ondas morriam e deixei-me estar, em absoluto estado de quietude. Tomei muito sol, passei com água pelo joelho, nadei, mergulhei... e borrifei-me para a "hora segura", tendo saído da praia ás duas. De cabeça arrumada, e decisões assentes.

 

A volta vai ser de 180º, mas vai vales a pena. Por mim, princípalmente por mim, mas, por inerência, pelos outros.

 

Depois entro em pormenores, por ora basta.

 

B'jinhos e obrigado pela força a todos.

Dom | 05.09.10

Cavaleiro Andante?!?

Fátima Bento

Diziam os outros que "já não há heróis".

 

Eu prefiro afirmar - sim, afirmar - que já não há cavaleiro-andantes. Eu não acredito - e que me perdoem as feministas empedernidas, para quem abro desde já a excepção - que haja por aí uma muher que não deseje ardentemente um gajo que largue tudo o que tem em mãos, monte no seu cavalo branco, e a venha salvar. Ainda que seja do monstro que, insiste, está debaixo da cama. Ou do papão.

 

Poucas coisas são mais afrodísiacas de que um "put your head on my shoulder", e um "hold me tight". Nada bate aos pontos um abraço apertado e um vai ficar tudo bem, descansa (e já agora, que se possa descansar mesmo e que ele tome o assunto em mãos).

 

Problema de nós, mulheres de hoje? Acumulamos papeis atrás de papéis, e além de mães dos filhos, acabamos por ser mães de cavaleiros sem armadura nem cavalo. E quando a exaustão se instala, de mal habituados, olham para nós como se fossemos maluquinhas, e não conseguem seguir a nossa linha de raciocínio, nem que queiram. E geralmente não querem.

 

Eu não sei quanto a vocês, mas eu reivindico o meu direito a colo, a mimo, a aconchego, a ternura. Se calhar serei mal-amada? Quiçá.

 

Estou é farta de estar sózinha estando acompanhada. Se é para estar sózinha, pois que seja. Prepetuar um erro, ad eternum, é que não.

 

 

Fátima

 

Dom | 05.09.10

Nem vale a pena argumentar.

Fátima Bento

Quando a gente olha em redor e não tem nada a que nos agarrarmos. Quando não há um abraço e um vai ficar tudo bem, deixa. Quando não há ao menos o silêncio de que precisamos, ao invés do inventário do-que-deveria-ter-sido-feito-e-não-foi-porquê. Quando, após o rodar a chave na fechadura, antes ate do boa tarde ribomba "o que é que estás a fazer com a luz acesa? Qual crime de "lesa majestade" em estar com a luz acesa? Isto, temeprado com uns miminhos aqueles qe a gente não repete... meus amores, a vida não vale a pena. Não vale a pena porque "é uma selva lá fora", e não é melhor cá dentro. Porque o buraco no peito é cada vez maior

Porque já nem consigo ver o copo, quanto mais se está meio cheio ou vazio...

 

 

A quem tem estado aqui comigo, obrigada.

A quem não pode ou consegue dar mais, obrigado.

A uem tem uma vida, e chega-lhe, obrigado.

 

 

De uma maneira ou de outra, vocês têm ajudado todos. Acho que estou é a ficar "para lá do ponto de ajuda"...

 

Obrigado por tudo

 

 

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