Quem tem medo do FMI?
Acabei de responder a um comentário no "Step in to my closet", e juro solenemente que só me apetece mesmo é falar de cosméticos, e de roupa, e dos saldos, e do que se deve e não comprar em saldos, e o que ainda se vai usar por isso vale a pena comprar já... juro, tudo assim levezinho. Estou pelas orelhas com 2011, é que já ninguém se lembra da profecia Maia, e parece que o fim do ano é mesmo já depois de amanhã, e acaba em tortura. Lenta e agonizante.
O pior, é que eu, que me tenho mantido muito zen, mau grado, no meu orçamento, o deve e o haver estarem separados por uns valentes euros, e todos os meses termos de fazer o número do arame e do trapézio sem rede por forma a conseguirmos fazer os extremos se encontrarem -
(quem me lê faz uma ideia de mim um bocadinho diferente... eu NÃO sou a tia que vai às compras dia-sim dia-também, que vai ao cinema quando está entediada - esta, juro que gostava - e passa a vida no cabeleireiro, yada, yada. Ficar em casa a tratar dos miudos a tempo inteiro não foi coisa de dondoca; foi decidido, sim, com todos os "strings attached" - aperto de cinto, e malabarismos incluídos...)
- juro que começo a ficar com um bocadinho de taquicárdia quando penso mesmo no que aí vem. E ter lido o artigo de opinião de Pacheco Pereira na "Sábado" (rubrica a Lagartixa e o Jacaré, página 12) de ontem, não ajudou nada. Pois que sim, que não está ali nada de novo. Mas saltemos já um capítulo e chamem lá o FMI, ó fáchavor. Porque eu cá não acredito que eles nos penalizem mais de que a "1ª fase" de implementação do orçamento, que vai assim falhar redondamente, e nos vai deixar a subir paredes, quanto mais no plano B! Porque a política que está a ser usada neste momento - e daqui não retiro PS, PSD, CDS, CDU, BE nem (nem pensar!!!!) o Presidente da Républica - é o "a eito", no que diz respeito ao contribuinte. Nós somos a galinha dos ovos de ouro do Estado, mesmo todos falidos, mal por mal damos para vender para peças. E esta política (leiam-se estes políticos todos, direita/centro/esquerda, chefe da nação) não vai hesitar até nos ver todos desmanteladinhos, e se deles depender, só "convidam" a ajuda do FMI, quando já nem houver carne no osso...
Não entendo, não consigo mesmo entender que diacho de servir o país e amar a pátria é este, quando avançamos com os portugueses em pelotão, crescendo da linha da frente para a rectaguarda com base nos rendimentos dos contribuíntes. Já não existe o respeito pelos mais fragilizados, os idosos, doentes, desempregados.
Perdeu-se a moral e a vergonha.
Este já não é o meu país. Com pena e vergonha o digo, esta é uma pátria à deriva, onde o comandante há muito abandonou o navio (alguma vez lá esteve?).
E mais não consigo, lamentávelmente escrever...