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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Qui | 24.03.11

Pelo MSN, directamente de Londres...

Fátima Bento

 

21:30h, mais ou menos, toca o telemóvel: Ines GB. Desligo-o, sinal para ligar o MSN. Ainda mal abriu, já me dá toques de chamada de atenção e

 

establece chamada sonora, e eu nem tinha conseguido começar a desenrolar o fio do auricolar... lá aceito, ligo, e ela, de chofre:

 

 - mãe, o gajo demitiu-se MESMO?

 

Pois que sim, demitiu, (devem estar todos para aí a bater palmas...) crónica de uma morte anunciada, e não, não vai mudar grande coisa, exceptuando que em vez de sermos f**id*s por este vamos sê-lo por outros. E isso é uma lufada de ar fresco. As medidas apresentadas em Bruxelas são para cumprir, já que não há hipótese de serem alteradas, como tinha sido veiculado por lá, na terça-feira, para acabar com quaisquer dúvidas.

 

Ou seja, novidades, novidades até nem há nenhumas, tirando a má educação dos senhores Primeiro Ministro, Ministro da Presidência, e Ministro das Finanças ontem no Parlamento...

 

Mas acho que já nada nos conseguia surpreender...

 

 

Qua | 23.03.11

De barriga cheia de beleza. E aqui tão perto...

Fátima Bento

Chamem-me lá burra: B-U-R-R-A! É que "mesmo aqui ao lado" fica um dos lugares mais bonitos do mundo, logo a seguir à minha baía – desculpem lá mas não há como deixar de ser bairrista. A serra da Arrábida sempre foi dos meus lugares favoritos, e já lá não ia – pasmem – há p’r’aí uns quinze anos, mais uns pozinhos, menos uns pozinhos. Isto para quem é apaixonada por água e paisagens naturais e/ou em bruto, não faz sentido nenhum. Acresce ainda o facto de, de cada vez que lá ia, vir com a cabeça completamente limpa. Comentava-o, na altura, com o meu recém-marido. Entretanto um ou dois fins-de-semana que voltámos, apanhámos daqueles trânsitos de fazer desesperar um monge budista, e... nunca mais. De semana o homem trabalhava, e eu não conduzia... mas a saudade era muita, e volta na volta lá vinha o assunto, e as saudades. Na passada segunda-feira, aquando da minha primeira visita à minha praia, refleti sobre o assunto, e tendo eu hoje de me deslocar a Setúbal para ir ao médico, decidi que era desta que ia “fazer a Arrábida”.

Não tendo mais referências de que as placas indicadoras na estrada, e o facto de que, no fundo da Praça Luisa Todi, virava à direita, não sabia mais nada, não tinha qualquer recordação do tipo de estrada, nada. Tinha noção de que era uma zona arriscada, e por isso nem me tinha aflorado à ideia ir lá antes, carta há menos de um ano, as aventuras querem-se grandes mas não imensas... e de facto a estrada que serpenteia a serra é estreita, e o panorama de tal forma deslumbrante, que galga-se a valeta com facilidade (e o asfalto é alto), não  sendo, de todo o local ideal para ter um furo com tal desnível. Mas hoje, dia de sol (como se vê nas fotos), a serra estava vazia de carros, exceptuando dois ou três com que me cruzei, parados nas escapatórias, com os seus ocupantes do lado de fora, a tentar digerir tamanho deslumbramento. Porque é de deslumbramento que falamos; aqui a vossa amiga fez a subida pontuada de uau’s e de expressões similares, e no alto, parecia uma maluca aos gritos. A sério, a melhor frase que me saiu, lá no alto, a mirar a imensidão azul com Tróia no meio, foi: “Até dói!”

A sério, tamanha beleza não se descreve nem se quantifica: vive-se!

Levei, como prometido, a máquina fotográfica, mas antes de atingir o cume, onde ficamos sem respiração, mar de um lado, vale a perder de vista do outro, já tinha decidido: para quê a máquina, mesmo parando em todas as escapatórias, não havia maneira de fazer juz ao que o coração atingia. No entanto, quanto mais não seja para recordação da minha “aventura”, ilustrei a viagem com alguns instantâneos.

Infelizmente “falhei” a Figueirinha – presumo que deveria ter virado para o Portinho da Arrábida, e que posteriormente haveria uma placa que divergiria para ambas as praias. Na altura só raciocinei que o Portinho, que era a única estrada de que me lembrava, tinha uma inclinação acentuada, e não quis infernizar a vida ao Rocinante e forçar a embraiagem, por isso, segui em frente. Acabei, então aqui, em Brejos de Azeitão onde me encontro, e tendo seguido as indicações, logo à entrada, de “casa de chá”, dei de caras, numa zona nova, com "Terras de Sabores"  , um local muito acolhedor, com tortas de comer e chorar por mais (juro, nunca comi tão boas!) num ambiente tranquilo que se divide entre o chá e café, objectos decorativos escolhidos a dedo, elementos de cozinha gourmet, vinhos e demais produtos - da região e não só.

 

Agora, que o meu chá está a chegar ao fim, e a minha montada já descansou de tamanha cavalgada, vou pegar no corcel e galopar para casa – com a alma cheia, cheiinha de azul. E tão, TÃO feliz.

 

Pormenores...

 

A foto não está centrada, o ângulo é um susto, o cabelo está de fugir, a única coisa que se aproveita é mesmo o fundo... mas ó pra mim, eufórica, no alto da serra!

E  este local é onde acabei a subida, e começa a descida. O que valeu foi não haver carros na estrada.. liguei os quatro piscas e fui rápida no gatilho... ATENÇÃO: isto não se faz, de todo...

 

 

Há-de seguir-se, que fiquei com o bichinho e a vontade, Sintra. Com sorte, daqui a um mesito...

Ter | 22.03.11

Dia de sonho...

Fátima Bento

Ontem tive um dos melhores dias deste ano. A sério. Às três da tarde resolvi ir apanhar-sol-na-moleirinha, e decidi ir até à "minha" praia. 15 km depois, saio da estrada princípal, e deparo-me com um acesso um bocadinho danificado... e do parque de estacionamento, então, nem falo: 10 km/h, e vai de fazer gincana à volta dos buracos... sendo o chão de areia/pó branco, só se vêem os buracos quando estamos em cima... bom, estacionei o carro debaixo de um "chaparro", que mal por mal, ficou à sombra, e dirigi-me devagarinho e pelo passadiço, até à praia. 

 

Maré cheia. Praia linda de morrer, corria uma brisa muito ténue, e o solinho fazia-se sentir, suave. Larguei o telemóvel, o molho das chaves, a revista, e o porta-moedas pequenino (sim como não tinha própriamente planeado a ida, não levei saco, nem toalha, e claro, nada de fato de banho, nem roupa apropriada...) sobre os sapatos, arregacei a saia - prendi as laterais no elástico das cuecas (estava com um vestido até aos tornozelos), e fiz-me à agua: estava melhor de que em muitos dias de verão. Escusado será dizer que, tendo eu esta paixão assolapada pela água - disparatada porque sou um signo de ar, com ascendente em fogo - comecei a molhar os pés e acabei com a água pelas coxas... pois, o vestido a razar as cuequinhas, molhadito (oh, que chatice!), e a água transparente e agradável... quinze minutos depois fui para a areia, sentei-me e deixei-me ficar a olhar para o mar, em silêncio. Não quis musica nem quejandas, só ouvir o mar, e olhar a água. É fabuloso para os pensamentos assentarem nos sítios certos, como peças de tetris - e sem qualquer esforço da minha parte.  

 

Às quatro e vinte, fiz-me ao regresso - tinha lá ficado até ás seis tivesse eu ido preparada... ainda fiz um desvio, e fui até ao McDonalds buscar um sunday que tinha saído num flurry do meu filho. Comi-o no carro, e voltei para casa a seguir. Fiz o caminho para lá numa média de 40K/h, e para cá a 30K/h encostadinha à direita, para não atrapalhar ninguém. O ponteiro do combustível "nem mexeu".

 

Cheguei a casa relaxadíssima e zen, e cheínha de vontade de repetir. Estes momentos que passo na minha companhia são os melhores do mundo. Adoro estar com as minhas amigas, mas a maior parte das vezes preciso de momentos só meus. Por mais absurdo que possa parecer, são os meus momentos mais vividos.

 

(a foto foi tirada da net, já que também não levei a maquina fotográfica, e o meu vodafone não tem câmara... sim, o meu telefone tem um teclado qwerty mas nada de camara nem MP3, só mesmo um radiozinho... e chega!)

 

Amanhã vou ao médico, a Setúbal e venho pela Arrábida. Espero que esteja tempo para parar na Figueirinha... e sim, vou levar pelo menos a máquina fotográfica =o) 

Seg | 21.03.11

Cidadania e água benta...

Fátima Bento

Ora vejam lá o que eu encontrei à porta do meu prédio quando cheguei da farmácia:

 

 

Mais um bocadinho e a minha vizinha de baixo levava com o furgão na sala!

 

E disse o meu filho, quando chegou da escola: "não consegui passar, tive de ir pela estrada" (esta gaita é uma avenida, e o transito é um nichinho acelerado...). Yá coisa mái linda! Mas "ó mãe o carro não se podia afastar, é muito comprido deixava a traseira no meio da estrada!" Sim... olhem lá o passeio é para os peões! E se o gajo queria mesmo estacionar em cima do passeio, fazia o que eu fiz, que estacionei ao lado - alguém por acaso vê o meu rocinante? Não, pois não? É fácil: ESTACIONA-SE NA DIAGONAL, caracoles, em espinha, se fôr caso disso ocupam-se dois lugares - o meu estaria a ocupar dois espaços, SE houvessem espaços marcados em cima do passeio!

 

 

Estaides a verdes (parece que a trazeira está no meio da estrada mas não está)? Ora se o pessoal estacionasse assim, cabíamos mais, e mais arumadinhos! Não é neurocirurgia! À frente do meu bólide cabe um carinho de bebé (à vontade), um(a) velhinho(a) de andailho ou de canadianas. É assim tão dificíl pensar nos outros????? Chiça penico!

 

É que nós-povo, ainda nem sabemos gatinhar em democracia! Se fosse gramática, só sabiamos usar os verbos na primeira pessoa!

 

Hajam paciência e caldos de galinha!

Qui | 17.03.11

Valha-m'o santinho ou, É desta que vou viver com a minha filha...

Fátima Bento

Ora bem, eleições ao virar da esquina. Claro. Digo eu, que não percebo nada de economia, e pouco de política, que a bancarrota/falência deste país é incontornável. Digo eu.

 

Agora o sr. Eng. vai recandidatar-se, e prepara já a sua campanha. Estou em estado de choque. Porque este país é uma caixinha de surpresas, e eu não me admiro nada que o gajo ganhe outra vez. E, garanto, se a cena se repete, vou m'imbora. Com gatas, ratas, ou sem elas.

 

Já não há pachorra para o sado-masoquismo nacional. Vou votar, pois claro! Mas juro, que o resultado das eleições a ser o que prevejo, não me identifico com os meus compatriotas. Falta de sentido democrático? Muito provávelmente. mas estou farta de levar porrada com um sorriso nos lábios.

 

Aceitam-se pois, apostas...

Sab | 12.03.11

Da manif "Geração À Rasca", ou, AFINAL HÁ MOTIVOS PARA SENTIR ORGULHO!!

Fátima Bento

 

Pois é.

 

São 17:10h, e os números "oficialmente oficiosos" apontam para um mínimo de oitenta mil participantes desceram desde o Marquês, encontram-se concentrados no Rossio, os que lá cabem, espalhando-se até aos Restauradores, num exemplo de cidadania e pacifismo. Fabuloso, é tudo o que tenho a dizer. Uma emoção só, sim, "o povo é sereno", mas faz-se ouvir.

 

Ah, grandes cidadãos!

 

Eu, euzinha, estou arebentar de orgulho - e nem estava muito à espera de tal isto... voltarei ao assunto, este é o meu input de momento, agora que acabaram de elevar o número aos 200 mil, só em Lisboa.

 

17:27h, Números oficiais Lisboa +Porto: TREZENTOS MIL.

Sex | 11.03.11

Do meu pasmo, ou expliquem lá, que eu devo ser MUITO burra...

Fátima Bento

É pá, ontem deparo-me com isto:

 

Ói, então, expliquem-me lá, "fáchavor", quais são, à luz da Constituição Portuguesa, os poderes do Presidente da Républica.

 

Ói, então, expliquem-me lá, "fáchavor", quais são as obrigações de um Chefe de Estado, neste caso, da républica portuguesa.

 

Ói, então, expliquem-me lá, "fáchavor", porque ética se deve reger um Presidente da nação, neste caso, a pátria de todos (?) nós.

 

Ói, então, expliquem-me lá, "fáchavor", que diacho passou pela cabeça do nosso rico presidente da républica (não é gralha, é mesmo com minúsculas), douto, letrado, cheio de princípios, que põe o seu ego à frente dos interesses do país e apela à revolta, para tirar semelhante coelho da cartola, e disparar um pesadíssimo recado, de que, esperemos, alguém venha a recordar-se que dele veio.

 

VERGONHA...!

 

Quando eu julgo que não é possível ser mais poucochinho, há sempre um sacrossanto político a apressar-se a fazer pose para a camara. Só que neste caso, o energúmeno de serviço não é só um político: é o representante máximo desta nação.

 

É que nem há palavras... irra!

Sex | 11.03.11

Dos Homens da Luta, ou ‘… é que não há volta a dar-lhe…’

Fátima Bento

Eu 'sou do tempo' em que a televisão era a preto e branco e só haviam dois canais, que trabalhavam meia dúzia de horas por dia e encerravam cedo e boas horas ao som do hino nacional com a bandeira portuguesa hasteada a ondular ao vento num fundo de céu azul (nesta altura o hino ainda não era da Seleção). Eu 'sou do tempo' em que não havia grande escolha ou víamos o que dava ou íamos fazer outra coisa – alguém se lembra no pós 25 de Abril, qual imperialismo, qual capitalismo!, o Vasco Granja dava-nos grandes tareias de animação dos países de leste, e era para quem queria! Lembro-me que não gostava mas se queria ver bonecos, não tinha outro remédio…

 

Ora, nesses tempos idos da "pré-história", haviam dois grandes momentos televisivos e meio: o festival RTP da Canção; o Eurofestival da Canção, e o meio-grande-momento, a transmissão da eleição da Miss Portugal. Deixemos o meio, e concentremo-nos nos primeiros: era noite de festa jantávamos mais cedo comprávamos snacks, e era uma nervoseira a noite toda até se anunciar o ganhador. Portugal ficava sempre, como ainda fica, num lugar muito re-nhó-nhó, mas isso não diminuía a emoção, nem a gritaria cada vez que alguém dizia Portugal, one point, Portugal un point. Depois com o nascimento dos canais privados, e a explosão do cabo e da Internet, caiu totalmente em desuso a alegria kitsh do dito; volta e meia é furado por grupos como os Lordi grupo heavy (ou trash?) metal, que ganharam há uns anos, e lá se voltou a ouvir falar do dito. Depois, ZUT, black out outra vez, não por "segredo-de-estado", mas puro desinteresse.

 

 

Ora este ano a coisa fia mais fino. Não li, não sabia, não vi, mas parece que toda a gente leu e sabia que os Homens da Luta iam entrar no Festival, e viu, e as audiências devem ter feito história. Obviamente, e tendo em conta que andamos todos muito contentes (!!!!!!!!) com a situação política e económica, ganharam. E muito bem por todas as razões e mais alguma.

 

Olhando para eles temos a sensação que viajámos no tempo e voltamos a estar em 74/75. Acho que a Europa é capaz de estupidificar, mas nós sabemos. E é uma lufada de ar fresco, ó se é, farta que estou de bradar por estas bandas aos céus, falam, falam mas não fazem nada e tal. Pronto, eis um ponto de exclamação!

 

Não é inédito, Fernando Tordo tinha fintado – não se sabe, de todo, como – o lápis azul com “A Tourada” em 1973. E agora temos os Homens da Luta, a incitar ao fala menos e mexe-te mais, ó fáchavor, camarada, e isto uma semana antes da manifestação da Geração à Rasca, que vai ter lugar amanhã às 15horas (não sei se a concentração é no Marquês, se é nos Restauradores, se é na Praça do Comércio. Estou um nadinha a leste…), e vai ser, de certeza, o seu hino.

 

Por isso, e venha de onde vier a vontade ou empurrão, esta lufada de ar fresco é muito benvinda!

 

Bem hajam!

Qui | 10.03.11

Dos Óscares ou, se fosse iogurte, já estava no caixote do lixo…

Fátima Bento

Antes de mais, a quem se detém aqui a ler umas linhas que já passaram de prazo há, digamos, uns dias, passo a explicar que aqui não escrevi nada sobre este assunto, porque andava para ver “O Discurso do Rei” há uma eternidade, e achei que sem o ver, não podia expressar a minha opinião com segurança... e, filmes visionados (finalmente!) passo a compartilhá-la. 

 

Posso começar pelo espectáculo de entrega dos prémios, saltando a carpete vermelha, que sobre isso já meio mundo escreveu e outro meio mundo comentou (engraçado, durante a apresentação, Anne usou um vestido azulão-metálico, Armani Privé, que me causou um impacto tal, que até agora não consigo perceber se gostei ou não…)

 

 

 

Estava tudo a postos para um final diverso do que foi: nítidamente, a juventude, desde a idade (e inexperiência da coisa) dos apresentadores, até o final com as criancinhas sobre o palco a entoar “over the rainbow”, e os ganhadores todos, de estatueta em riste, bichanavam-nos ao ouvido, a rede social. Nada de surpreendente, dado que até duas semanas antes da grande noite, era dado como certinho vencedor. E depois, o vento virou, mesmo sobre a linha de meta… as apostas viraram todas a favor de terras de Sua Majestade e do filme daí oriundo, e, além do mais-que-certo (que sempre o fora) Colin Firth, com o prémio para melhor actor, levantaram-se rumores sobre as estatuetas de melhor filme e melhor realização irem, tambem para “O Discurso do Rei”. E o resultado foi o que se viu a 27.

 

E posto isto, que dizer sobre a atribuição dos prémios? Em primeiro lugar, não vi o “The fighter/O último round”, pelo que nada posso dizer nada sobre os Óscares de melhores secundários. No entanto, e tendo em conta o grande actor que é Christian Bale, acredito que o tenha merecido, pese embora o facto que me custou ver Geoffrey Rush continuar sentado... melhor guarda roupa, Alice segundo Tim Burton, e direcção artística, mais que bem; cinematografia, efeitos sonoros, e efeitos especiais, tutti quanti, Inception/A Origem, bravo, já que se ficou por aqui, coisa que traduz bem o que, na minha opinião, o filme vale. Melhor canção pareceu-me mal atribuído, mas ainda não vi o Toy Story 3, (que arrecadou o Óscar de melhor filme de animação) e o som estava de tal modo mau, que não gostei. Gostei, isso sim da (batidíssima) balada de Tangled/Entrelaçados. A terceira nomeada, do filme 127 horas, valia o que valia – encaixa no filme que nem uma luva, mas isolada destoa. E a Gwyneth estava linda, nervosíssima, mas a canção era vulgar demais para aspirar ao prémio. Melhor argumento (merecidíssimo) e melhor banda sonora (brilhante) para The Social Network, que lhes juntou o prémio de melhor edição e por aqui se ficou.

 

 

Entrando nos ‘prémios grandes’, um mais-que-perfeito Óscar para Natalie Portman, inatacável em “Black Swan”, maravilhosa.

 

 

 

 

 

 

Colin Firth agarrou a desejada (e suada, nas duas últimas semanas compareceu em 4 a 5 festas por noite para, como dizem no meio, apertar as mãos certas) estatueta, que dispensava qualquer máquina de marketing já que Firth é inteiro em cada papel que representa, e George VI é até agora o papel da sua carreira. 

 

 

 

Não tivesse havido “King’s speech” este ano e James Franco, pelo seu papel em "127 hours", teria apertado o careca dourado na mão, também merecidamente – não são todos que seguram 97 minutos de filme a solo (tirando duas ou três aparições secundaríssimas), e com distinção.

 

E agora, a porquinha torce o rabo... melhor realizador Tom Hooper. WTF? Não vou tentar minorar a minudência do trabalho do senhor: se a perfeição existe, este filme é perfeito. Mas os cenários estão criados, os actores fazem o filme, a história não aceita angulos inovadores... Este Óscar, independentemente do premio de melhor filme ter sido entregue ao “Speech”, deveria ter ido para David Fincher, para o seu trabalho em “The Social Network” feito com um cast de actores desconhecidos, que ainda nem tinham entrado para o rol das esperanças de Hollywood (sim, eu sei que o Jesse Eisenberg fez o Zombieland. Obrigado por reforçarem o valor da minha opinião), e ter feito um filme absolutamente genial, com a cadência certa, no ritmo perfeito.

 

Quanto ao Óscar de melhor filme, a apresentação spoiler dos nomeados, fez-me querer levantar do sofá e desligar a tv antes do anuncio final. Mas o óscar para "The King's Speech" foi um prémio merecido, e vou repetir o que disse atrás: se a perfeição existe, este filme é perfeito.

Não tivesse o Rei botado discurso, e teríamos uma entrega a encaixar no mise-en-scéne preparado: os vencedores seriam todos jovens, e grandes esperanças. Assim, ganhou a certeza, o seguro. Que em momentos de instabilidade, política e económica, é um indicativo de segurança.

 

De qualquer forma, é agradável olhar para um ano em que foram feitas coisas realmente boas, e em que desta vez, foi mesmo preciso esperar que “a senhora gorda cantasse” * para saber who did it. E isto de só saber o desfecho no fim tem o bom das surpresas. Mesmo quando o final é diferente do desejado...

 

 

 * da expressão inglesa it isn't over until the fat lady sings, 'não acabou enquanto a senhora gorda não cantar'.

 

Sex | 04.03.11

Aos mólhos...

Fátima Bento

... as novidades. Nada de muito importante, no entanto, mas uma cheia de pequenos nadas, e outras tantas opiniões que a maior parte de vós até dispensa. De qualquer forma aqui vai, breve e resumidíssimo, aquilo sobre o que quero falar...

  • Os Óscares. Sim, que aqui a "cinéfila"-de-serviço, não disse uma palavra sobre a "grande noite";
  • Os livros que ando a ler.  Verdade é que não andava capaz de ler nada. Desde ter começado a Allende e a Kostova, de que aqui falei, praticamente não virei uma página desses livros. No entanto, neste momento encontro-me a braços com dois, novíssimos, que são dois pequenos presentes em si: nada de ficção que não ando de todo para aí virada...
  • As séries. "Mentes Criminosas", "CSI Nova Iorque", "Agarra-me se puderes"... novas temporadas, e eu de peneira em riste, acho que ando mal habituada... 
  • A SERIE. in TREATMENT, de que já aqui falei mais de que uma vez, terceira temporada fresquinha a passar na NEXT, quarta temporada já a correr nas televisões americanas. HBO em grande estilo, e Gabriel Byrne no seu melhor;
  • Nas bancas, o que está, em que vale e em que não vale - de todo- a pena gastar os nossos suados euros;
  • As tendências Primavera Verão. What to (and not to) wear esta estação (para ler, a seu tempo, no outro blogue);
  • Uma fabulosa experiência por €15,90, para quem mora para as minhas bandas (igualmente, no outro blogue);
  • O que eu aprendi na aula de auto-maquilhagem na Sephora (ainda, lá há-de estar, no outro blogue).

E aqui está a to-do, melhor, to-write list para os próximos posts. Falta, claro, a explicação da minha tão prolongada ausência na blogosfera...mas sobre isso, a ver se falo mais logo, que agora esperam-me tarefas nada glamourosas mas necessárias: vou limpar e arrumar a cozinha, mais limpar o frigorífico - não é um sonho de tarefa? - e tratar da roupinha do people que anda aqui uma confusão de peças invernais e primaveris, mais o que guardo?, o que lavo antes de guardar?, edredões, e a cómoda nova do meu filho, a pôr no sítio...

 

 

Por isso, mais logo cá passarei, ou assim o espero (quanto mais não seja, porque vou fazendo pausas, e já que o PC tem de ficar ligado por estar a descarregar a 3ª do in TREATMENT (a mais curtinha em número de episódios, e pesa "SÓ" 18,2 Gb... daqui a uma semana está despachado =o/)

 

Inté!