Intervalo da melhor série que está a passar neste momento na televisão (por acaso no AXN), e eu a dar aqui um pulinho para me queixar. Ando chata. Mas desta vez sei que me vão compreender, e vai haver por aqui empatia aos mólhos...
Eu 'tou dó-dói da garganta. Ele é o calor, e mais o ventilador, e pronto, não há muito a contar, até tenho estado com febre. Ou seja, se há altura em que preciso de usar e abusar da minha cama, esta é ela.
E ontem à noite, a caminho da caminha entro no quarto e oiço o alarme-piccolina a plenos pulmões - a bicha nem dá um minhau, só pia como os pássaros, mas quando baixa o alarme, até os vidros abanam. Vejo a buzina a olhar para cima e sigo a direção dos renhaus em dolby sorrund, e ei-la: imperturbável, do alto da parede, um baratão de 6 cm (não estou mesmo a exagerar), junto à sanca do teto. A Piccolina não se calava, e tentava subir paredes, olhando para mim a intervalos regulares a inquirir-se porque cargas d'água eu não lhe dava uma mãozinha para chegar lá acima.
E eu, a fazer-me relaxada, abanco no meio da cama, pernas recolhidas, à espera que a aventesma ruiva continue o circuito e faça o favor de se posicionar sobre a porta do quarto, único lugar onde o meu campo de visão abarca o espaço suficiente para eu lhe dar uma valente sapatada com o chinelo e ver onde ela cai. E eu a fazer o filme todo, e a ver-me a gritar mata-mata-mata, e a saltar-lhe em cima até haver aquela coisa branca num raio de 50 metros, e a gata não saber o que fiz ao inseto. Ora estou eu nestes devaneios, sem mover os olhos da bisarma, e eis senão quando sua excelência pára, hesita, e resolve inverter o sentido de marcha. Ainda estende as patas da frente para o 'rodapé' (acho que é mais rodateto) de gesso, ou estuque, ou lá do que aquilo é feito, mas sente que a textura é demasiado lisa, e volta a meter as mãos (arghhh, mãos...) na parede. Mas completa os 180º, e eu vomito um 'pronto, Piccolina vai ter mesmo de ser assim e agora, senão hoje não durmo...' subo para cima de um banco, e é nesse momento que cruzamos o olhar. Digo-vos, meus senhores, que 6 cm de barata assim de perto deixa o mais corajoso sem pinga de sangue... levanto o chinelo, a Piccolina incita-me com MINHAUUUUUSSSSS em êxtase, faço pontaria e... acerto-lhe de raspão e a p*t@ da barata cai-me para trás do armário.
AIVÁLHAMOOSANTO!!!!!!
Escusado será dizer, para encurtar a estória, que adormeci às 4:00h, e posso dizer que dormi de olhos abertos, com o alarme presente e sem dar um pio, mas aquela coisa em zoom não me saía - nem sai! - da cabeça...
Agora alguém me explica de onde aquela porr@ saíu? Eu passo o verão com a janela aberta, sim, MAS com estores bem encostados em baixo, e aquele rinoceronte não cabia nas frestas do estore. Será que existe algum espaço vazio na caixa do mesmo por onde aquele elefante se tenha esgueirado? Garanto que não vou verificar, não vá me cair alguma em cima. Pelo sim pelo não vou agarrar na porcaria (é mesmo porcaria) do veneno em gel, e espalhar pelos cantos recônditos do quarto - onde nem o alarme nem a sua tia cheguem - a ver se o T-Rex é atraído pelo 'doce' da coisa, se empantrurra e morre bem morridinho, qu'eu não gosto cá destas brincadeiras.
É que não me faltava mais nada! Dividir o meu quarto com um baratão! Escusado será dizer que não sei muito bem como é que vou conseguir adormecer hoje... chamem-me maricas, força! Eu queria ver-vos a olhar uma besta daquela olhos nos olhos...
Argggghhhhhh!!!!!
(e com isto tudo, aquela estória do "ben-u-ron e cama" 'tá-se mesmo a ver, não tá? Hoje andei a paracetamol, mas mal parei em casa, e quando cá estava, era sentadinha no sofá da sala, com as mialgias do meu corpinho a berrarem: Cama! Cama! Cama! e eu a fingir que não ouvia. Acho que vou ter de ingerir um valente suporífero, senão é mais uma noite p'ó bochecho, e se não descanso, amanhã ainda acordo a sentir-me mais dó-dói...)
Podem deixar-me bouquets de simpatia nos comentários, sim?
Assinado, uma Fátima bué assustada