Não morri (cruzes!)
Não ando perdida - quer dizer... não em termos físicos...
Ando, como já sabem, esgotada e (neste momento estou com esperança de estar a conseguir fintar) no inicio de uma crise depressiva; coisa que já não tinha há mais de dois anos... e a ficar maluquinha, e agressiva, e o diabo a sete.
Prontx.
Uma verdadeira Grinch, portanto.
No entanto ando por aqui a fazer das tripas coração para me manter à tona. E sabem, isto visto de fora, é tudo tão ridículo... estão a dever-me €320. Tudo bem, estão (jura?), a fazer-me muita falta. Mas é só dinheiro. O dinheiro é uma porcaria, suja e reles. Mesmo quando precisamos mesmo dele, não merece que nos consumamos em nós próprios, por dentro e por fora à conta disso, certo?
Certo.
Mas o que custa mais, O QUE CUSTA MESMO MAIS é aquela sensação de andarem a gozar connosco. E é o telefonema que nunca vem, e é a transferência bancária que nunca é feita, e é o 'para a semana' que se multiplica (neste caso, por quatro). E, e, e, e...
Nestas quatro semanas (um mês preciso este domingo), perdi a vontade de me arranjar, comecei a enfiar no corpo a primeira coisa que vem à mão, descurei os pés, as mãos, a pele... até tomar banho e (olhó nojo!), lavar o cabelo se tornou um sacrifício. Estou mais magra, mas não no sentido da roupa ficar mais larga, e toda gira: não, no sentido de andar a fazer retenção de líquidos - já percebi para onde vão as litradas de água que engulo - e de ter crises de colite que
a) me fazem parecer ter engolido uma bola de basket, e
b) me fazem largar carrinhos ou cestos de compras em meio ao hipermercado e sair desembestada em direcção à casa de banho.
E me dão ar de doente, tez macilenta e cinzenta, cara de quem acabou de ser desenterrada.
Os meus dias têm sido pontuados por 'ó-ó's com a avójinha' e 'ó-ó's de miminho' com as minhas duas fofas (se não fosssem elas, acho que já me tinham saltado os parafusos todos - isto que ainda não saltaram, portanto), ó-ós garantidos por benzodiazipinas.
E têm também sido pautados por ataques de mau génio, vontade de bater com a cabeça nas paredes e arrancar os cabelos.
E ficar muito quietinha no sofá, muito xugadinha, a ver se a vida passa e nem dá por mim...
Bem sei, dirão, não é razão para tanto.
Mas acho que um ano de merd@, mais o ter visto este filme vezes demais - embora este seja a versão mais 'estupidificante' de todas, fez-me saltar a bolinha. E ela anda aí, a saltitar casa fora, e até agora nem eu, nem ninguém da família (se souberem o que é bom para a tosse, nem tentam) a conseguimos agarrar.
Será que é este fim de semana que vou ver a placa da saída do labirinto?
Ó p'amordasanta, senão eu emaluqueço de vez. Mas antes disso, faço estragos.
E garanto que não levo prisioneiros.