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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Seg | 25.06.12

Updates

Fátima Bento

Hoje armei-me em boa e fiz dois posts. Um no Donadecasices, aqui, e o outro no novinho e fresquinho 'Destralhamento, organização e minimalismo' (aqui).

E vou reabrir o 'Step in to my closet', e o 'Melhor é possível' -  e este vai ficar um pouco mais abrangente.

Quanto ao '... entra na linha', estou, ainda, a ponderar. Os outros vão todos desaparecer - à exceção do 'On a budget', que vai continuar suspenso.Que é uma confusão? Ná.

Lá agora!

Qui | 21.06.12

Carta Aberta à Seleção Nacional

Fátima Bento

Sr. Paulo Bento, jogadores da Seleção Nacional, e a quem mais interessar:

É com pesar e tristeza que me dirijo a vós. Fiquei ante-ontem a saber que o vosso silêncio se deveu à magoa que vos invadiu por conta dos comentários depreciativos que muitos portugueses fizeram, segundo vós, erradamente. E sim, como o senhor Paulo Bento referiu na conferência de imprensa de ontem, temos todos dois ouvidos e uma boca; e o que é lamentável é que só agora o tenha descoberto. O mesmo senhor que falou dos cachecóis, e que muitos portugueses iriam concerteza torcer pela República Checa mais logo.

Pois, Mister Bento, está enganado. Não há português digno da sua nacionalidade que logo não se prante em frente ao televisor a ver o jogo que não torça, não pelo Ronaldo, não pelo Postiga, pelo Pepe, ou por qualquer outro:

vamos estar TODOS a torcer por

Portugal.

Porque é isso, mister, que o senhor, tão cheio - ó, a abarrotar! - de humildade que ainda rebenta, se esquece: aqui o Ronaldo não é o Ronaldo: é um português que tem condições de sonho para desempenhar o seu trabalho e quando falha redondamente,

SOMOS NÓS TODOS QUE FALHAMOS

entendeu? Entenderam todos? Se vocês falham NÓS falhamos.

E isso, automaticamente tira-vos o direito de terem uma boca para nos virem dizer que estão magoados com as criticas, e que por isso decidiram um black out.

Imaginem um trabalhador cuja função seja despejar contentores de lixo, e que, descuidado, deixa a estrada suja. Acham que o patrão lhe vai dizer que sabe que ele é fantástico, e que só teve um dia mau, amanhã será melhor, enquanto lhe estende um cheque de pagamento pelo trabalho efetuado??? 

Acham que o vosso trabalho vos põe num patamar superior a quem limpa, com toda a dignidade, a merda que fazemos? Ah, mas não estão. Nem um degrau quanto mais um patamar...

Se o homem que nos apanha o lixo não vier trabalhar um, dois, três dias, a nossa qualidade de vida é afetada; se logo vocês, no campo, não jogarem um c@r@*ho, amanhã a gente levanta-se e vai trabalhar, e teremos um dia em tudo igual aos outros.

Teremos perdido uma centelha de esperança, ao não seguir em frente.

À vista de tal desaire, todos perderiamos. Portugal viria com o trolley numa mão, e nada na outra.

 

Somos dez milhões a jogar mais logo. É a esperança de outros tantos que está em cima da mesa. E nem vocês, nem ninguém tem o direito de amuar e ficar a olhar para o buraquinho que tem na barriga enquanto a dona Maria, que nunca na vida pensou passar por isso, se esquece da conta da luz que não vai conseguir pagar este mês, quando olha para os onze. Se o senhor João, que não só perdeu o seu trabalho, como ainda vê o filho tirar o neto da Universidade por não ter como pagar as propinas, põe toda a sua fé no 'Ronaldo e mais dez' para justificar o orgulho que tem no seu país, que está nas ruas da amargura...

Ao agirem da forma que resolveram agir, vocês deixaram de merecer qualquer respeito pela minha parte. Neste momento, fazem parte de uma maquina que se quer oleada, e que eu e outros 9 999 999 (e uns trocos) PAGAMOS para terem as condições excessionais em que se movem, para desempenhar a vossa tarefa, que é

serem nós em campo.

Por isso, joguem bem, logo ao final da tarde.

Ganhem este, e ganhem os dois a seguir, faz favor. O povo português tem uma memória muito mais curta que a vossa, seus filhos da put@ egocêntricos, e hão-de ir receber-vos ao aeroporto em massa. Hão-de ter todas as honrarias a que quem ganha o título tem. Sabem os deuses, até eu farei um post de louvor...

Mas não esquecerei.

Não esquecerei que, depois de vos ver baixar a cabeça frente a uma Alemanha de cabeça baixa, depois de um jogo terrível frente à Dinamarca, ao se elevarem ÀQUILO DE QUE SÃO CAPAZES em frente à Holanda, nos viraram as costas. 

Por isso, o mister Paulo Bento deveria ponderar quem aqui é português, e quem não é. 

Ganhem logo. Só têm vantagens nisso.

A gente depois fala.

Ter | 19.06.12

Preciso de fazer um plano

Fátima Bento

Os meus dias neste momento são divididos em duas tarefas principais: destralhamento e escrita. Nos intervalos, cozinho, lavo/estendo/apanho roupa, carrego e descarrego loiça na/da máquina.

E venho à net. E ponho-me para aqui a procrastinar, a procrastinar, e às paginas tantas não fiz nem 10% do que deveria, coisa perfeitamente escusada se tivesse elaborado um plano.

Por isso, e porque ainda pouco passa das 15:00h, e o dia agora é compriiiido, para o resto da tarde decidi fazer três coisas: destralhar uma ou duas horas, e sentar-me à secretária e fazer um belo d'um plano para organizar o meu tempo, e o meu caminho.

Depois, finalmente, vou-me pôr de molho, fazer esfoliação, máscara, e tudo a que tenho direito.
Até mais logo!
Seg | 18.06.12

Atraiçoada* ...

Fátima Bento

Há não sei quanto tempo um livro não me agarrava com uma força daquelas que nos faz esquecer o que temos de fazer, o que precisamos fazer, o deveríamos estar a fazer...

No sábado li quatro páginas e fiquei rendida. Ontem à tarde tive de tirar um tempinho para ler um pouco (e o dia de ontem foi transbordante de afazeres...) fui pelo livro fora e vou acabá-lo daqui a pouco - e só não o acabei já porque, para mim os livros, como os filmes, precisam de algum repouso para que os avalie decentemente. Um bom filme tem de passar o teste das 48 horas - e por um bom filme não me refiro a blockbusters, refiro-me a um filme BOM - que consiste em: se o filme fica na tua cabeça e ficas a pensar nele passadas 48 horas, é um bom filme. Se não, mastiga e deita fora.

Os livros é similar, mas não têm janela temporal definida:

depende...

Mas às primeiras páginas tem de se seguir uma noite de sono, é sagrado. Depois quando lhe pego no dia seguinte, ou a coisa engrena, ou então vai para a pilha dos daqui-a-uns-tempos-leio - que muitas vezes contém livros bastante bons, mas começados no momento errado... por exemplo, neste momento a pilha é encabeçada pelo 'Crónica de uma morte anunciada', do G.G. Marquez,

o que é uma vergonha

- li um ou dois capítulos e trouxe-o para a sala. Fomos trocando olhares, mas nunca me deu aquela vontade incontrolável de parar o que estava a fazer para o continuar a ler. Por isso, pilha com ele. Mas garanto que será o primeiro a ser lido.

 

Já com este não. Com este foi magnético. Anda cá qu'é já aqui. Tunga. Tem-me acompanhado na carteira, para roubar uns instantes ao dia e ler mais um bocadinho. Quando me levantei trouxe-o do quarto para a sala, não o largo da mão. Tive um ataque de riso enquanto tomava um café que pôs toda a gente a olhar para mim. É o terceiro, mas os dois primeiros foram em casa.

O que escolhi ler como pesquisa, transformou-se numa maçã caramelizada na ponta de um pau. Ou uma nuvem fofa de algodão doce, mais uma voltinha no Carrossel de Lancelot.

Se estou a aprender alguma coisa? Claro. A escrita do autor combina as influencias que lhe são queridas: muito G.G. Marquez, uma boa parte de Lobo Antunes e um ou dois parágrafos abençoados por Saramago (embora em relação a este não esteja muito certa, já que não conheço muito do Nobel - vá venham daí esses tomates e ovos podres...) 

Fantástico, digo eu, e sublinho-o letra a letra

F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O

Consigo compreender como a obra levou dois anos a ser escrita. Os trechos, claramente selecionados, foram escolhidos a dedo, e no seu todo, criam uma composição soberba para um primeiro trabalho. Acredito que deixem toda a gente em pulgas para ler o que se seguirá, e observar a maturação do autor enquanto tal. Nessa altura, e não quando recebeu o chorudo cheque das mãos de Passos Coelho, poderá ser considerado

escritor

Vou acompanhá-lo a par e passo. Será a primeira vez que vou acompanhar a evolução de um autor que tem mesmo muito para dar.

Falo, claro está de

* porque, a minha escrita ficou para amanhã. Mas valeu a pena.
Qui | 14.06.12

Contagem decrescente para tirar a escritora do armário...

Fátima Bento

Hoje comprei uma cadeira.

De secretária.

Com rodinhas para pavimentos moles, para não estragar/riscar o chão.

O que quer dizer que

vou virar ermita


Pertantex, a partir de segunda-feira acabaram-se as saídas por dá cá aquela palha, e as voltinhas...

Por isso é que hoje fui ao Ikea, e despachei praticamente tudo o que tinha a despachar. Só falta o hipermercado, que guardei para amanhã.

É assim:

ou é desta ou temos a burrinha

nas couves.

Por isso a partir de segunda:

 

- portanto, não me incomodem, fáchavor...