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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Ter | 31.07.12

Ídolos: Palavras para quê?

Fátima Bento
A atuação d'«Os sócios» foi no mínimo, memorável;
A vitória do Diogo foi mais que merecida;
Mas quem ganhou mesmo esta edição dos Ídolos foi a 
com o feito de contratar o 'júri-maravilha'.
Espero bem que os mantenham. Já nem tenho memória de um programa me divertir tanto!
{#emotions_dlg.star}{#emotions_dlg.star}{#emotions_dlg.star}{#emotions_dlg.star}{#emotions_dlg.star}
- e muito bem merecidas!
Ter | 31.07.12

Olha, a gaja 'inda 'tá viva!...

Fátima Bento

Pois 'tou. E recomendo-me vivamente {#emotions_dlg.sarcastic}.

Hoje foi mais um dia de leva e trás, dado que o meu doente esteve internado uma semana, e teve hoje alta. Fui buscá-lo ao HGO, levei-o a casa, aviei as receitas de hoje, fui a Centro de Saúde combinar o atendimento ao domicílio, pedir outras receitas, e lá voltei para casa. OITO HORAS depois de ter saído. 

Ui.

E hoje é o primeiro daqueles dias que acontecem todos os meses a pessoas normais, e que acontecem quando lhes dá na bolha, a pessoas como eu. E como só lhes dá na bolha de quando em vez,

quando dá é a doer.

Mas prontx. O meu querido doentinho estava todo pimpão, bem disposto e kido. Que é o que se quer.

 


Já volto para falar sobre o meu tema da semana, afinal de contas, o Ídolos acabou no domingo.

Mas disso falo mais logo, que agora tenho de levar o filhote ao cinema.

Inté.

Sex | 27.07.12

Passa de uva...

Fátima Bento

Terça-feira, na volta do hospital, cansada que nem uma lontra, da véspera+manhã, dirijo-me ao Almada Fórum para ir buscar ração e saquetas para as gatas. Para aproveitar a viagem, ainda espreito a Fnac, nem sei bem para quê, mas dou comigo na caixa de cd na mão.

Ah, Pablo Alborán!

Sorrio meio embaraçada, não pela escolha, mas bastante consciente da minha aparência

(belhec)

e digo que estou a comprar mas ainda não ouvi.

- Vai adorar! diz-me o miúdo, sorridente. Ele teve mais sucesso aqui que na Espanha! Até lhe vou dizer qual é a que vai gostar mais, enquanto verifica o encadeamento das faixas, é a perdona-me. Na Espanha, nada, aqui, olhe, aqui é assim como o Tony Carreira!

Incrédula, olho para o cd (será que nõ me vou arrepender?), olho de soslaio para o meu interlocutor, sinto um estaladão na face direita, e respondo bem, Tony Carreira não faz bem parte da minha lista de favoritos...

A serio?, responde o mocinho a afiambrar-se ao segundo estaladão, a minha mãe é louca por ele, adora! - trás! Toma lá que já levaste!

Ou seja, em 24 horas passei de lady a senhora com cara de fã de Tony Carreira.

Sinto-me num luau a dançar o limbo... (how low can you go... how low can you go...)

Ohhhhh céééééuuussss!!!!!

Mas palavra de honra, cada vez que me lembro do diálogo, escangalho-me a rir.

Haja quem me faça rir!

Ah, gostei do cd. 
Será que também gostaria de Tony Carreira??
Spooky...
Ter | 24.07.12

Exaustão, será a palavra certa? Não há nenhuma mais contundente?

Fátima Bento

Fim de tarde e noite - até às 23h - passada entre batas às riscas fininhas azuis e brancas, todas brancas com o estetoscópio atravessado na nuca, scrubs brancos e 'azul safira'(?) 'verde turquesa'(?) (juro que nunca consigo classificar aquela cor), e batas amarelas. Gemidos, gritos, ai mãezinha mãezinha por uma senhora cuja progenitora já deveria ter partido há mais de uma década, mas que continuava a ser invocada. Um surfista com uma queda mal dada, colar cervical e namorada por companhia, dois putos sem noção do que podia estar em cima da mesa. Uma mulher que toma valium diluído em um tudo-nada de água a arrepiar-se com o sabor - arrisco um 'se tapar o nariz, às vezes ajuda'. Meto uma palhinha na garrafa de água da senhora que chamava pela mãe tenho medo de me engasgar..., e levo-lhe a palhinha à boca, e ela bebe a olhar para mim enquanto o faz, quase com ar de criança, entre o surpreendido e o agradecido, e no final, depois de ter inserido a palhinha no celofane e lha colocar ao lado da garrafa, sobre a sua almofada, me dirige um terno 'muito obrigado minha senhora', que me deixa um bocadinho atordoada, válhamosanto que agora é que se acabou de vez o menina. Um rápido olhar dirigido ao espelho - as olheiras a ultrapassarem claramente as maçãs do rosto, a total ausência de qualquer tipo de maquilhagem, a roupa que quando vesti ainda assentava tipo 'é c'umó'utro, escapa' que agora fazia um pneu mais acima do habitual, tal e qual como se tivesse dois pares de mamas, sem tirar nem pôr - ter-me-ia dito sem palavras 'aí tens, senhora até é um elogio'.

O 'meu doente', de quem eu era acompanhante oficial, quedava-se sentado numa patética cadeira de rodas que só tinha apoio para um dos pés, e esperava pelo enfermeiro chamar para as análises e o TAC, depois de ser visto por um médico amoroso que devia andar medalhado com a indicação médico #1, que faz mesmo-mesmo-mesmo acreditar nestas pessoas que trabalham pelos outros. Depois as análises, feitas por um enfermeiro dedicado e brincalhão (sim, há enfermeiros brincalhões nas urgências!) e depois o transporte para a sala de TAC por um maqueiro que conversava com o meu doente ' S.B., já cá esteve, não já, o seu nome e cara não me são estranhos'..Seguiram-se três horinhas à espera de resultados, e eis senão quando o médico nos procura e, para encurtar, voltámos lá hoje. Saímos de casa às oito, saímos do HGO às 11:30h, deixando o S. internado para amanhã refazer a nefrologia, e estando prevista a alta para mais tarde. 

Está provado que a gente não se habitua nunca a estas situações -

e no dia em que nos habituassemos,

se tal fosse possível,

estaríamos muito mais perto

das bestas que dos homens...

Seg | 23.07.12

Se vocês fizessem ideia...

Fátima Bento

... da quantidade infinita de temas que eu tinha alinhados na mona para desandar a escrever quando abrisse o editor do sapo! Meninos e meninas, material para duas semanas no mínimo!

Depois ligo o pc.

Abro a net.

Clico no shortcut do editor

Escrevo o email, digito a password e ativo o blogue.

Clico em novo post.

***pufff***

É por estas e outras que ando a precisar de vitaminas para o sótão. E ainda por cima ando mais disléxica...

Ui.

 ... é que só podia...

Qua | 18.07.12

Fresquinhas:

Fátima Bento
  1. A Inez já voltou para a Terra dos Bifes. Seguiu hoje de manhã para Faro, e entrará no avião lá para as cinco horas. Leva na memória mais recente uma noite com os amigos e uma tarde na praia com os amigos e a mãe. Foi bom, até daqui a um par de meses!
  2. O doente já está em casa, molinho e ensonado a cause da morfina. Não tem dores e hoje almoçámos (eu e o Vitor) com ele. Ainda se riu algumas vezes. E sabe tão bem vê-lo sorrir!!!
  3. Eu, estou bestialmente cansada. Não parei desde sexta-feira, fiquei (quase) sem gasolina no bólide zarolho, e sem saldo no telemóvel... amanhã praia c'o pikeno... eu qualquer dia despeço-me, só quero que me deixem des-can-sar!
  4. Quanto ao resto, alarguei a 'cinta' por forma a fazer o que acho que devo, independentemesnte de mais um idiota, menos um idiota que se atravesse no meu caminho. Mas não facilito a vida a quem não ma facilita. Ponto.
  5. E por ora é só. Já tenho o próximo post na calha, mas a gaiata levou a(s) foto(s) que o vai ilustrar no telemóvel, por isso espero news dela. Depois vocês vão ficar a conhecer a mais recente adição fisica e emocional à minha vida :o)
Ter | 17.07.12

Da crise, e do que se diz hoje

Fátima Bento

Hoje (e porque por duas horinhas fiquei sozinha, pelo que posso passar uma de volta do teclas), sinto-me inspirada pelo tema recorrente a alguns destaques: a crise. Já escrevi aqui a importância que o dinheiro tem na minha vida, que é pouca. E é sobre isso que o pessoal se vai debruçando quando fala na crise: do que é e não e importante, do contentar-se, não necessariamente com menos, mas com coisas diferentes (e essa é a grande virtude desta crise económica).

E acho recorrente uma coisa: todos exaltam a virtude de não ter créditos - neste discurso, a prestação da casa não se vê como um crédito, mas como uma necessidade, pelo que é como se não o fosse de fato.

Lê-se pouco de pessoas que assumam ter créditos e andem a subir paredes para não entrar em incumprimento, porque assumir isso é o equivalente a levar com a seca frase: não te metesses neles. Ou seja, a sentir-se culpado até a medula.

O que uns - os de dedo em riste - e os outros - os que são apontados - têm em comum e a falta de memória e a idade.

Acusadores:

20-30 anos

solteiros

casados sem filhos

(ou com um filho pequeno)

ou

idade >55 anos

Acusados:

idade: 30-50

casados

dois filhos (ou mais) de idades >12<25 

Os uns

Claro que há exceções. Mas o normal é que as pessoas mais velhas, que passaram pelo antigo regime e se habituaram a poupar, e/ou passaram por necessidades que hoje mal imaginamos, nunca se tenham sentido atraídos pelo crédito fácil, e tenham estoicamente resistido ao dinheiro posto na conta sem ser pedido, a cartões de crédito a atafulharem a caixa do correio só-à-espera-de-ser-ativados, e todos os 'ataques' agressivos de creditarias que nos interrompiam o sono com chamadas a oferecer dinheiro. 

Os mais jovens não tinham ainda idade (nem necessidade) de entrarem na roleta do dinheiro barato (em grande parte os pais fizeram-no por eles). Entretanto já avisados pelos sinais dos tempos refrearam-se um pouco, e não conseguem hoje entender por que cargas d'agua é que tanta gente 'vendeu a alma ao diabo' a troco de dinheiro. Ainda para mais porque uma vida em comum iniciada à pouco tempo ou um filho pequeno ainda não pesam o suficiente para lhes desenvolver empatia.

Os outros

Os que têm dívidas de créditos pessoais, de cartões de crédito, e mais o que vos ocorrer, entraram na roda livre um pouco atordoados. Não se previa qualquer crise. As pessoas acreditavam poder cumprir. Era um boom à americana que se antecipava: o dinheiro gerava consumo, o consumo gerava trabalho, o trabalho pagava as dívidas desse consumo. Até que uma das premissas da equação quebrou, e deixou de haver dinheiro para pagar o trabalho que pagava o consumo. E a bola de neve desse consumo já era impossível de travar, e as mensalidades continuaram a bater à porta, ou à caixa de correio, ou à conta bancária, na data e hora habitual, independentemente da situação profissional de cada um. 

 

Salvam-se, de fato duas coisas boas desta crise: a geração seguinte não irá repetir os erros desta. As pessoas estão a descobrir que é possível

substituir o verbo ser ao verbo ter

(mas como o ser humano tem memória curta, quando as vacas voltarem a engordar, esquecem a importância do 'ser', como já aconteceu através dos tempos)

E por ora, as famílias vão continuar a abrir falência para poderem sobreviver.

O mileurismo cá em casa também funciona para três. Mas para quantas famílias não chega nem para pagar as despesas?

Todos deveriam pensar nisso antes de serem simplistas, redutores, e antes de olharem a floresta sem pararem para pensar que é composta por (muitas) árvores.

Seg | 16.07.12

Einstein, a minha estupidez, e o fim da minha baixa autoestima (nem que isso me mate)

Fátima Bento

Pois que devia saber melhor. Como disse Einstein, a maior prova de estupidez é fazer vez após vez a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Ainda para mais dentro da mesma entourage, não só com os mesmos personagens, como com os mesmos atores – daqueles que estragam não só os personagens como - e principalmente - o guião.

primeiro

quando nos delegam uma tarefa, não é de esperar que vão de volta à casa da partida, ou quase, verificar a veracidade do nosso relatório;

segundo

partindo do princípio que até deixamos passar a ‘humilhação’, seguimos para bingo com o fato de ser necessário tomar e comunicar uma decisão, coisa que foi assegurada a quem deu garantias do relatório estar realmente correto;

chegada a hora H do dia D

pois que se decide recuar no acordado, e quem vier atrás que feche a porta. Pior, quem ‘vem atrás’, que até começou à frente por conta da falta de tempo dos outros ouve coisas como ‘eu percebi o que queres’ , coisa díspar e sem sentido…

inevitavelmente

deste desarrazoado um bocadinho de auto-estima ergue-se e empurra-me porta fora, salve-se quem puder deste manicómio, e a primeira sou eu. Por que dei, dei, dei, porque estava disposta a dar, dar, dar, e o reconhecimento é este.

Ínterim:

A situação era delicada

Pois era. Fui eu que recebi a notícia da gravidade da mesma, que andei a passar relatórios… SEI MUITO BEM  da gravidade da mesma.

Estava toda a gente nervosa

E eu, não estava? E eu não ando vai e volta à nem sei bem quanto tempo, a minha cabeça não tem estado 24/7 a marinar o assunto, a virevoltear cenários, a pensar e repensar a inevitabilidade de tudo isto?

Moral da estória

- ou o que aprendi por ser assim, ter agido assim e isto ter ocorrido da forma que se viu: já chega. Tenho de me dar o valor que tenho, já que todos à minha volta continuam a usar e abusar. Pôr o coração ao largo e viver a minha vida.

É que posso ter uma vida pequenina.

É que os meus miolos até podem passar algum tempo num Tupperware no frigorifico para não se estragarem à falta de uso, mas, e apesar de nivelar a coisa SEMPRE por baixo

NÃO SOU BURRA NENHUMA,

NÃO MEREÇO ESTE TRATAMENTO

E como tal vou começar a mimar-me. Já chegou a altura de cuidar de mim como cuido dos outros, que se vão borrifando para os meus esforços, uma e outra vez.

Já tinha mencionado, que no meio disto tudo, tenho o melhor marido do mundo? Não?

Pois que tenho.

O melhor do mundo.

Quanto ao resto, tenho pena. Tenho mesmo muita pena, mas as coisas são como são…

Dom | 15.07.12

Update

Fátima Bento

A Inês chegou na sexta, pelas 15 horas, ao Parque das Nações, via Faro. Tomámos um café e seguimos para o hospital.

(não se nota nada o cansaço, pois não? Lá agora...)

Chegamos a casa, e lgo depois fomos jantar fora com o meu pai, que estava cheinho de saudades da mocinha!

Ontem os manos foram almoçar e ao cinema. Ainda estive com eles durante o almoço, mas as tantas vim-me embora, e eles depois do filme vieram a pé, o que só lhes faz bem. O avô Zé jantou cá em casa. À noite, vimos a Aurea, que a Inês não conhecia, e agora quer ir à Fnac comprar o cd+dvd.

Hoje, foi almoçar com quatro amigos, vamos ao Hospital no final da tarde, e jantamos na avó. 

Amanhã está alinhado praia de manhã (eu cá não sei se tenho estofo...) e uma ida ao Dolce Vita de tarde (que cá para mim vai ser uma ida ao Almada Fórum, que a temperatura sobe 5º de hoje para amanhã, e isso pode influir a minha 'capacidade' de condução). Na terça, é dia para os amigos, quarta regressa. Ou seja, estes dias vão passar num sopro...

Hoje de manhã, depois de tirar o café vou ao pote do açucar, e encontro-o vazio. Mentira - no fundo encontrei isto:

... preguiçoso mas creativo e chei' d'a estilo...

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