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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Qui | 31.10.13

Mau. Isto está mau.

Fátima Bento

Ainda pensei que pudesse eventualmente ser uma crisezita de sinusite. Mas nnãããããooooooo, tinha de ser coisa pior. Dado que as febres baixas já começaram a subir (e me está a dar para disparatar cá dentro da caixinha dos pirulitos), até já estou a pôr a put@ da constipação em dúvida... cá para mim apanhei a primeira gripe do ano.

Porra!

Tenho mais que fazer de que estar a perder tempo com gripes.

(acho que toda a gente que tem gripe, nas primeiras horas diz isto; vêem? mais um sintoma...{#emotions_dlg.bunny})

Arrrhgggghhh!

Isto é acabar o jantar do puto, e ir direitinha para a cama. Que se lixe a Quadratura do Círculo (também como eu estou, não ia perceber nada do que aqueles três dissessem... se amanhã acordar minimamente em condições vejo a repetição)

Fónix, esta é daquelas que só lá vão de antibiótico... e três dias de cama ninguém me tira. Fónix, este fim de semana era para montar o escritório. Acho que vou amanhã comprar a merd@ do antibiótico...

'Tou mesmo, MESMO lixada.

FÓNIX!

Seg | 28.10.13

Coisas

Fátima Bento

Ontem o dia começou comigo a partir-me em pedacinhos, depois o marido pegou naquela cola-para-coisas-delicadas e levou-me ao meu lugar favorito para curar neuras e colar estilhaços, a serra da Arrábida, a ver aquele oceano azulão, dito pelo meu pai, então não vês que até chamam àquele sítio costa azul?, e subimos, e o espírito nas alturas, perdido naquela beleza toda, e depois fomos tomar o melhor chocolate quente do mundo ao meu lugar favorito para lanchar, saímos de lá, claro, a destilar, que ontem estava calor demasiado para uma bebida daquela temperatura... voltámos, e pronto, horas depois o dia acabou não num descendo mas numa queda a pique, 90º certinhos, que o miúdo anda a ver se me enlouquece ou me leva a cumprir o que ameaço, e que tenho para mim desta semana não passa, adeus até ao meu regresso, que hás-de aprender que as coisas que se dizem e fazem têm um preço, e se não aprendes de outra maneira, pode ser que seja desta. Dezassete anos serão ou não uma quantidade de anos suficiente para aprender que atropelar as pessoas dói e assumir-se de vitima, às paginas tantas já nem ao próprio convence?

Sou sincera, isto parece um lugar comum, daquelas coisas que as vítimas de maus tratos domésticos dizem três vezes em quatro, 'se calhar não é ele, sou eu, se calhar sou eu que percebo mal, provoco a situação, digo o que não devo, faço assim o que devia ter feito assado', mas depois há mais um que vê e diz que não, que eu nas mãos dele sou um saco de areia, e eu às vezes nem sei, pronto, só sei que não me posso deixar destruir, já tanta gente tentou e não conseguiu, junto a minha resiliência e meia dúzia de tralhas numa mala de cabine, que não preciso de mais, e vou esconder-me num lugar onde possa estar em sossego e paz de espírito, silencio, ó senhor, silencio, e livros, e papel e caneta, e silencio.

E depois volto, pois volto, gostaste da amostra, da próxima é mais tempo, e lambo as feridas de quem cá ficou e não tem culpa, e espero não ter de cumprir a segunda parte, que não é justo para quem fica na incerteza, nem faz nada para ser enrolado nesta onda de vou-ali-e-já-venho.

 

 

E hoje o marido faz anos, e dei-lhe uma prendinha antes de adormecer, e vou dar-lhe outra quando chegar, e depois vamos jantar ao nosso restaurante, àquele onde só vamos os dois, onde não levamos ninguém desde que nos conhecemos, e amanhã de manhã tenho dentista, e de tarde clínico geral, para as credenciais para o check-up do ano, daquelas coisas chatas que têm de ser feitas, e algumas já passaram o prazo, mas agora que ando feita de cristal é uma boa altura, dois meses quase depois do pai ter ido, e de continuar a ser atropelada a intervalos regulares. E depois há-de ser a marcação das outras duas consultas, uma que já devo à casa desde antes do pai ser internado, e outra a ser feita uma vez por ano, com direito a ecografia a ver como andam os interiores ainda reprodutores da menina.

Hoje... hoje vou tratar da beleza, enfiar-me na cabine de duche, lavar, esfoliar, aplicar máscara no cabelo e na pele, e fingir que estou sózinha e que ele está na escola onde deveria estar.

Amanhã, depois de amanhã...

... um dia de cada vez?

Ainda?

Qui | 24.10.13

Todos os santos ajudam, não é? é,é...

Fátima Bento

Pois qu'aqui a santa tem um copo COM água na mesa de cabeceira, PARA AS GATAS (leram bem) beber, durante a noite ou dia, mas de noite garanto que bebem, que o 'chelofe, chelofe, chelofe' é bem audível.

Aqui há uns dois domingos, estando eu com uma das minhas reais telhas, e o marido tido o azar de apertar comigo para arrumar a cofee table (que é o termo queque para mesa de centro da sala), desandei tipo vendaval com os livros da Nigella, do Jamie, do Gordon, da Mafalda, para o quarto, voltei à sala, peguei na mólhada de revistas, fiz uma braçada, empilhei ao lado dos livros, juntei 'as mulheres casadas...', 'a dieta dos 31...' e 'dias da princesa' e arrematei a pilha com o kobo. Deixei a coffee table limpinha.

(imagem, óbviamente, meramente ilustrativa)

'É isso que chamas arrumar?' perguntou.

'É', rosnei (leia-se tu-NEM-perguntes-mais-nada)

Depois disso conversámos chorei, the hole shabang (acreditem, desde que o pai se foi, viver comigo tem sido um senhor pincel - não só mas também para moi même, quanto mais para os outros desgraçados...) mas a pilha lá ficou, a bloquear as gavetas da mesa de cabeceira, que até hoje só abre a primeira.

Ora a noite que passou, na sequência do post anterior, deitei-me, e lá adormeci.

!!!chelofe!!!!

E eis senão quando oiço eu sei lá se quatro se oito patas a darem ao selaide em direção à porta do quarto, aqui d'el rei qu'aquilo era água mas da molhada!

Ham, ham, e fria, que ainda levei com alguma em cima... acordei, por isso com um excelete humor!

"... put@s das gatas, que me entornaram a merd@  da água em cima do c@r@lho dos livros, f@d@-se!"

Acorda o mon homme, com uma disposição em tudo equivalente à minha

"Fod@-se apaga-m'a merd@ da luz, c@ralho, quero dormir!"

"Mer@ o que é que eu faço para limpar esta porr@ a esta hora c@r@lho?"

Nada.

N-A-D-A.

Tirando o fato de ter sacudido a água que se tinha 'amontoado' sobre 'um passeio à beira mar' que em boa hora tinha desaguado sobre 'os dias da princesa' (também em perigo de afogamento), e 'a dieta dos 31 dias', naquele momento prestes a fazer uma valente retenção de liquidos. ISSO, eu evitei que acontecesse.

O resto, não sei.

A meio da noite, quando acordei (como de costume), apalpei o meu caminho manualmente (i.e, às apalpadelas) até ao kobo (aiokoboaiokoboaiokobo) que tinha deslizado e ficado ao alto entre a pilha e a mesa de cabeceira (longe de mim ligar a luz e o chorrilho de alarvidades que se seguiriam), e sinto-o. Apalpo-o de todos os ângulos, direito e avesso: seco. Sequíssimo. 

O que confirmou que o copo estava mais que apenas 'meio vazio'. Graçádéu!

Quanto aos livros d'ouro da coffe table, não tive, juro que não tive, coragem de ir verificar se residuos de H2O poderão ter-se imiscuído nas receitas da Mafalda, se os pratos do Jamie e do Ramsey ficaram aguados, e se a Nigella está a fazer alguma retenção de liquidos. Mas ainda lá vou. Quando acabar o mojito, eu ganho coragem e vou.

Resumindo e baralhando:

Não bastava a menina dormir mal e porcamente e acordar todas as noites, independentemente da quantidade de químicos que mete no bucho.

...Não!!!!...

Tinham de vir as duas melhores amigas da mommy/avojinha e acordá-la c'um banhinho d'água fria.

A-C-A-B-O-U---S-E!

A partir de hoje, na minha mesa de cabeceira, copo de água

só se for morna.

Prontx.

 

Qua | 23.10.13

Eu. Não. Ando. Bem. E já vai sendo altura de 'ueicaupar' e cheirar o café, as rosas, o ca...

Fátima Bento

...qu'isto tem sido um regabofe.


Umas atrás de outras. Umas coladas, outras próximas... cruzes credo, as coisas que uma pessoa pensa quando está cansada, com o período, com sono...

 

Hoje de tarde - há tanto tempo! - estava parada num dos meus lugares favoritos a olhar o rio, e sinto aquela paz que nos faz leves como uma pluma, de felizes. Dei-me por satisfeita e recordei que quem disse que a felicidade era um estado de espírito estava mesmo inspirado. Respirei o momento. relaxei e aproveitei o quanto pude.

 

No fim de semana passado tive um daqueles pesadelos em que mesmo depois de acordarmos continuamos sem conseguir acordar e sair do dito cujo, a menos que saltemos da cama a correr - e aquele era tão mau, mas tão mau, que se me tivesse levantado, tinha caído ali para o lado paralítica p'ó resto da vida, que morrer, naquele cenário, era uma benesse.

 

Na noite seguinte comecei a ter outro com os mesmos intervenientes, mas não me fiquei: lá do buraco do sono, desandei a gritar até que os sons me saíram mesmo da garganta e acordei: eu, o marido, alguns vizinhos, com certeza.... ainda gritei e gemi um bom bocado, mas enxotei aquela malta. Todinha.

Depois, no dia seguinte fui à farmacia e aviei-me de (mais) ansiolíticos - os meus estavam a acabar - Actifed para a sinusite - e para ajudar a dormir, qu'é 'ma beleza - e um hipnótico.

Primeira noite: dormi como um anjo.

Segunda noite: acordei e fiquei acordada duas horas durante a noite, no escuro, a fixar o teto (presumo que lá estivesse, não acendi a luz para verificar).

Vamos ver como vai ser hoje.

Amanhã atualizo esta coisa em condições. O meu blogue vale mais que estes posts - Eu valho mais que o derrame de desgraças...

Deixem-me ir, que as primeiras horas são minhas. O resto da noite, agente logo vê...

Ter | 22.10.13

O que está a dar é ser mesmo má língua!

Fátima Bento

 A serio.

Ontem tive, segundo as estatísticas do sapo, 87 visitas.

Antes de me deitar, atirei-me à campanha das Galochas-Jumbo como gato a bofe, et voilá: 184 visitas desde as 0:00h, até agora 22:13h., segundo o sitemeter.

Ou seja:

SE eu usasse o blogue para destilar veneno;

SE eu falasse bué de trapos e coiso;

Até era mais visitada, quiçá destacada

[(houve hoje um recorte destacado

que me deixou o estômago às voltas

por me sentir injustiçada...)]

É pá, parafraseando o outro, eu poder, até podia...

... mas não era a mesma coisa

nem eu era a mesma Fátima B.

Seg | 21.10.13

E sim, EU sou mesmo MÁ LINGUA - ai JUMBO, JUMBO...

Fátima Bento

Aquele anúncio Louis Vuitton. Aquele anúncio que mostrava a pseudoprostituição uma coisa tão decadentemente glamourosa. Aquele anúncio.

Mais própriamente este.

E depois era o Jumbo.

E depois o Jumbo achou que sim. E que depois do anúncio do ano passado que lançou as galochas low cost pela primeira vez - aquelas que as bloggers juravam não cheirar a borracha nem nada (pffff!) e serem confortáveis (então não!), e que empestavam um corredor inteiro do hipermercado - de tal maneira que quase me puseram a fazer os 100 metros barreiras enquanto empurrava o carrinho de compras (e correr ainda nem era in, vejam lá!).

Este ano vi o anuncio 2013/14 sem som, por razões de diversa ordem. Tirando a última das meninas que nos vão sendo apresentadas, lavem a cara às outras e fujam... mas o importante são as galochas.

E então, se calhar o problema é meu, mas mal vi o anúncio só me lembrava do de cima (salvaguardadas as devidas distancias). Em absurda e incomportávelmente pior. A pseudoprostituição é substituída pelo... pseudolesbianismo de one night/afternoon stands com moçoilas que escrevem teclam lindamente à maquina nos pcs, quando muito, e UAU enchem um carro de que não me lembro a marca, de meninas - mas apesar da M.P.M fazer um post amoroso a agradecer àqula gente toda a trabalheira da 'fazedura' do video, e tudo e tudo, pópó incluído... o importante são as galochas.

E pronto.

Também, dir-me-ão que por €12,99 e €7,99, não posso pedir mais. Poder até posso, mas não peço. nelas, não faço tenção de gastar um euro quanto mais um cêntimo.

O anúncio da L.V. era, mau grado o bom gosto da fotografia, aberrante na mensagem que passava.

Este é apenas reles.


P.S: ai Auchan, Auchan... não mudes a conta de agência, que não é preciso... (convenhamos, eu não faço definitivamente parte do publico alvo a quem se dirige aquela coisa... mas mau gosto é sempre mau gosto...)

Ter | 15.10.13

Aquele momento

Fátima Bento

Aquele momento em que estás só à espera da pizza para dares ao puto e te ires deitar para acabar com o dia de uma vez, que isto já são horas a mais para uma pessoa só, e  não me apetece  empaizinar-me com ansiolíticos com a cama aqui tão perto.

Esse.

Momento.

A campaínha já tocou.
O puto já come.
FUI.
Ter | 15.10.13

Aiiiiiii, porra!

Fátima Bento

Ando cheia de vontade de escrever. A fervilhar de ideias. Um dos temas em esperar é o novo álbum do Sting, que é qualquercoisa!, outro é que está na calha para sair o 5º livro de crónicas do Lobo Antunes. Mais, passei hoje umas horas na Segurança Social, e com um mínimo de sentido de observação, aquilo dá, de borla, para começar um livro. 

Mas a verdade verdadinha é que estou cansada. Cheia de sono, só me apetece, assim, zuut, que seja amanhã, ou depois, ou coisa que o valha.

Ando desorganizada ao cubo, e chateada até dizer basta.

Amanhã o pai fazia 82 anos.

Se calhar é disso. Sei lá.

Mas hoje, mau grado a quantidade de coisas-que-já-fiz-porque-foi-preciso-fazê-las, estou fartinha de me interrogar:

Sex | 11.10.13

valter hugo mãe

Fátima Bento

Há bocado escrevi no facebook

 
 
por acaso nem estava a pensar em quem, e no que vou escrever a seguir. Mas adequa-se.
 
Há-de haver por aí muito boa gente fartinha de me ouvir citar e louvar o António Lobo Antunes. Mas aturem-me lá mais um bocadinho: ele disse, há uns tempos, uma coisa parecida com isto, 'quando escrevemos um livro, ele só é nosso até ser editado, ao ser comprado pelo leitor deixa de nos pertencer', a história, tal como 'o livro, passam a ser dele'.
 
Eu acho que esta ideia deveria ser a pedra basilar de qualquer escritor. O seu juramento de Hipócrates. Porque quem for ler o que escrevi vai colar-se a momentos, pequenos nadas, passagens, de maneiras tão dispares quanto as vivências de cada um.
Não há, nem pode haver, um direito de propriedade sobre o texto, a frase, os dizeres de um livro, um capítulo, uma pagina, uma frase, uma palavra que seja.
Não é meu.
É de quem o lê.
E a sombranceria, a arrogância,  perdoem a liberdade literária, a cagança, com que alguns autores ocupam o pódio naquele momento em que o livro é lançado, no centro daquela fogueira de vaidades, é uma coisa que me transcende, irrita, enjoa.
valter hugo mãe, cujo 'a desumanização' aterrou na minha mesa da sala, e que tenciono ler nas duas ou três horas que me deve demorar, é um bom exemplo daquilo que um escritor não deve ser.
A sua postura no lançamento do referido livro mostrou-me tudo a que um autor se deve furtar.
Com prémios, sem prémios, vaiado ou aclamado, a verdade é só uma.
Temos todos a nossa medida, que não se altera consoante a altura da pilha de galardões acumulados - e cuja atribuição só nos deveria fazer sentir mais pequeninos, mais responsáveis.
E no fim, mesmo no fim, não sabemos mesmo nada, o filosofo bem o dizia...
 
 
(nada do que disse acima tem qualquer ligação com a lei de proteção de direitos de autor, e com o não à cópia. Penso que isso seja claro, mas se não fui explicita, fica aqui a minha opinião expressa)
 

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