Feliz 2014 - OU - afinal sempre tomo (eargh) decisões de ano novo (eargh)
Eu ontem prometi um post (o mais) fofinho (possível) e coiso, a desejar feliz ano novo a toda a gente, certo?
Pois prometi.
Fofísses à parte, desejo mesmo, mesmo que tenham um ano assim como não há muitos,
mas em bom, ok?
E depois posso dizer que esta noite dormi menos umas horas, isto e, que a interrupção habitual do meu sono se prolongou um pouco mais de que o costume. E como tal, ou por isso mesmo, consegui pôr a minha cabeça em ordem - e por ordem entenda-se o 2 antes do 3 e depois do 1, estão a ver? - pelo que, ainda tive tempo de tomar uma decisão, que POR ACASO até é um resolução de ano novo, coisa que há dois anos ando a evitar tomar [já que só o nome 'decisão de ano novo', me tresanda a falhanço], mas pronto.
Decido que hoje, mesmo, mesmo antes do soar da primeira badalada, me dispo. Me dispo dos restos de armadura atrás da qual me tentei de proteger e que ainda restam agarrados à minha pele - tenho para mim que alguns a vão deixar em ferida quando arrancar, mas dê lá por onde der, hão-de sair.
E depois, quando der a última badalada, nem armadura, nem casulo, nem nada que se pareça, vou estar emocionalmente nuínha e prontinha para renascer com 2014. E venha de lá bordoada, coice e cacetada, que eu aceito. E devolvo. Porque isto de levar, engolir, calar e encher fica, tal como a armadura que me protegeu (de muita coisa mas falhou noutras tantas), em 2013.
A partir daqui é a doer - em mim e nos outros.
Vou trocar as reticências por pontos finais. E vou andar de volta dos pontos de interrogação até eles mudarem - para OUTROS pontos de interrogação, que no dia em que as respostas acabarem em parágrafos, podemos pendurar as botas e dedicar-nos à pesca.
Por isso, em 2014 vou andar às apalpadelas à procura de mim, e vou guardar cada bocadinho de mim que descobrir.
{Dois anos se passaram desde que o meu pai foi operado pela primeira vez ao tumor na próstata; depois uma segunda vez, depois o meu sogro lutou com o cancro, depois faleceu, depois o meu pai lutou com a diabetes, e o resto da história que já conhecem, e depois faleceu há menos de quatro meses, e eu acompanhei cada virgula de ambos os casos e passaram 24 meses sem eu saber muito bem como, e dei por mim mudada, mas parecia que ontem tinha sido mesmo ontem e já tinham passado 730 dias, e eu tinha mudado como qualquer pessoa muda em 104 semanas, ainda para mais a suster a respiração e a endurecer os abdominais para aguentar os murros desferidos, e a formatar a cabeça para aguentar tantas mudanças, e suportar tantas dores.
O que restou? Uma pessoa que não conheço.
E que, garanto, começo hoje a conhecer.}
Por isso, a todos os que, há quase nove anos me seguem por estas paragens, aos outros que me descobriram há menos tempo e vão seguindo, aos que se lembram de mim às vezes, e aos que calha cá virem parar, A TODOS, sem exceção, desejo o melhor ano das vossas vidas.
Eu, pela minha parte, vou fazer tudo ao meu alcance para conseguir começar uma nova jornada carregadinha de esperança, e na certeza de conseguir fazer os meus dias, e dos dos que me rodeias, mais felizes.
Assim eu me mantenha eu,
vivinha e de saúde.
Até para o ano!