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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

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Qua | 23.09.09

Gripe A: as escolas e os planos de contingência...

Fátima Bento

 Como todos sabem eu tenho dois filhos: um com 13, e uma com 18, que andam em escolas diferentes. Atendendo ao risco de pandemia como insistem em se lhe referir, cada escola recebeu uma serie de instruções - que podem ser lidas aqui, e um reforço financeiro, como não poderia deixar de ser, para preparar as escolas para tentar conter o que se espera que aí venha. Todas as escolas só deveriam iniciar o ano lectivo depois de existir um plano de contingência, e medidas adequadas à prevenção da disseminação do vírus.

 

 

Então começo por contar como está ser na escola da Inês.

 

O ano lectivo teve início no dia 16 deste mês. No primeiro dia foram dadas indicações de todo o tipo, e passados filmes sobre o H1N1, tudo com o acompanhamento de Técnicos de Saúde. Em todos os pavilhões, em ambos os pisos existe um "garrafão" de gel de álcool para os meninos desinfectarem as mãos, bem como nas casas de banho, que se encontram neste momento todas abertas, para que a proximidade das mesmas leve a uma lavagem de mãos mais frequente. Todas as salas, independentemente da estação do ano, vão funcionar com janelas e portas abertas, para evitar o ambiente condensado e fechado, que só leva à propagação do vírus.

 

O único ponto menos positivo: como está previsto, os pais e encarregados de educação também devem ser elucidados e envolvidos nos procedimentos, e até agora não existiu qualquer contacto da escola nesse sentido.

 

E agora, como está a ser na escola do Tomás.

 

Agora não a tenho ao pé de mim, senão dizia a data, mas a verdade é que recebemos uma carta com o plano de contingência para a gripe A, atempadamente. Eu até mostrei algumas passagens ao Tomás, sem o querer alarmar em excesso (ele é um nadinha hipocondríaco), e esta segunda-feira, dia 21, lá deram início ao ano lectivo. Como? Com aulas. Passaram-lhes a informação de tinham de lavar as mesas no fim das aulas, e que tinham de tomar duche após as aulas de Educação Física (hello? Já no meu tempo era assim, e no ano passado também). Ah, e estão proibidos de emprestar material escolar uns aos outros.

 

Voilá. Filmes? Népia. Técnicos de Saúde, o que é isso (e o Centro de Saúde é paredes meias com a escola).

 

Indicações sobre lavagem de mãos? Qué??? Garrafões de gel de álcool - deve ser para rir. Como diz o Tomás, "ó mãe, nós nem temos como lavar as mãos depois de limpar as mesas!" Casas de banho? Duas, uma para meninos e outra para meninas, numa escola de mais de 2000 alunos - as outras estão todas fechadas. E claro que, tirando a carta com o plano, que mais não é que areia para os nossos olhos, os pais não foram contactados para nada.

 

Hoje adoeceram dois colegas do Tomás - não será, acredito nada grave, o grave virá com os primeiros frios - e o puto já diz que se começam a aparecer mais colegas doentes, não quer lá meter os pés.

 

Diferenças entre estas duas escolas? São as duas no mesmo concelho, embora em freguesias diferentes, mas estão as duas tuteladas pela DREL, e obviamente pelo Ministério da Educação, co-adjuvado pelo Ministério da Saúde.

 

Estou piurça, claro que estou piurça.

 

 

Assim como se me revolveram as entranhas quando o meu filho me disse que criaram uma turma com todos os piores alunos da escola. Não deve haver nada mais anti-pedagógico.  É uma carta de desistência para os miúdos. Os professores como não lhes conseguem dar aulas, vão passando faltas colectivas, até ao limite. Limite passado, meninos chumbados, têm de continuar a ir à escola, que era obrigatória até aos 15 anos de idade mas parece que agora é até os 18. E o que é que eles vão andar lá a fazer? A perturbar os outros alunos, das outras turmas!

 

Sabendo eu de antemão que é extremamente difícil dar aulas a crianças problemáticas inseridas numa turma regular, e que com isso, todos perdem em termos de desempenho, será menor a perda de que esta atitude absurda e inexplicável que a direcção de uma escola decide. Falamos de alunos que se plantam em frente à escola, do outro lado da estrada, a beber álcool, a fumar tabaco e haxixe, e que vão para as aulas completamente alterados.

 

Palavra que tudo isto é aflitivo a todos os níveis. Mas não é com facilitismos, criados pelos e para os professores que lá vão.

 

Bom, no que diz respeito à gripe, e à escola do meu filho, vou começar a mexer-me: na sexta já vou ligar para lá, para tentar falar com alguém da direcção. Se me começarem a barrar a entrada, vai uma cartinha para a Drel, do que soube pelo Tomás e a Direcção não me deu hipóteses de corroborar.

 

Agora a grande merda no meio disto tudo, é que no próximo domingo é dia de eleições, e até à tomada de posse do novo governo, parece-me que a Drel não vai funcionar: vai funcionando. E quando aqueles gajos todos assinarem lá o livro de honra e jurarem por sua honra o costume, e tomarem posse, já de gabinetes redecorados, a pandemia já estará aí. E à primeira morte, vai ser o pânico geral.

 

E das duas três, ou o Senhor Engenheiro já não se está já a ver como Primeiro Ministro e quer passar a batata quente à Manelinha deslavada, ou então, já tem um discurso preparado, decalcado daquele que usou para explicar(???) porque é que em Portugal a recessão só foi declarada um ano depois de o ter sido no resto do mundo industrializado...

 

Estou piurça? Ah pois estou!

 

Filhos da p***!

 

Vá, portugueses, votem PS no domingo, votem!

 

Arrgh!

 

Fátima

 

(ah, eu tenho de fazer uma correcção a respeito da minha intenção de voto: há uns posts atrás, falei que ia votar Bloco. Pois é que com pacto secreto com o PS ou sem ele, a minha cruzinha não levam. Só quando entrar no gabinete de voto, é que decido o que faço...)

 

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