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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Qui | 05.05.05

...

Fátima Bento

7:45 h. O sangue ferve-me nas veias. Aíás, já acordei assim. E só não adormeci assim graças aos sacrossantos valium.


Explicando:


Roupa para lavar-roupa para estender-roupa para apanhar-dobrar-cesto com ela. Repete. Empilha 2º cesto sobre o 1º. Repete. E por aí além até que a pilha parece os himalaias e eu...


[estou a escrever (à mão) na mesa do café. Deixei um post it rosa-fluorescente à Inês, ao pé do telefone - "não me telefones". Toca o dito:"mãe, estava a passar aquele top (com aquele , está a referir o que a madrinha lhe deu na pascoa, que ela adoooora, e que é assim tipo 100% acrilico e 10% elastano- as contas não batem certo, mas apanharam a ideia), e o ferro estava quase frio (atão não?), e assim que encostei o ferro, o tecido começou a enrugar, fez uma 'coisa esquisita', e depois eu fui metê-lo debaixo d'àgua, estiquei (aposto que rasgou...) e aquilo parece que está melhor (melhor não sei, mas molhado está de certeza...) e pode ser que ainda dê para usar, não pode mãe?


(sei lá se pode? EU SEI LÁ SE PODE???)


"sim Inês, eu depois vejo." Caneco, que nem fugindo para o café me safo, irra!!!]


(agora voltem lá atrás do parentesis para a panharem o fio à meada...)


...já não destingo o cesto da branca do cesto da esura, e não sei onde estão as boxers do filho, nem as tangas da irmã dele, quanto mais as meias do pai (mas ainda ninguém saiu de casa sem cuecas nem meias...)


E o Vitor a pedir os ténis de verão, guardados dentro de uma caixa debaixo da cama, em meio a mais 5 ou 6, que o mais dificil nem é descobrir qual é a caixa, o dificil é tirar as caixas debaixo da cama com os himalaias ali tão encostadinhos... Tirei a caixa do canto, que eu sabia conter sapatos (a única realmente acessível), e ao abrir: meus, do tomás e da Inês. Bonito. Vou à sala e digo ao vitor: "mais 24 horas"


E que tal, e ue já me pediu à semana (vê lá, se não foi à anos!) e blá blá blá, e dá-me uma fúria, entro no quarto e começam a voar peças de roupa, cestas que estavam debaixo da cama, e literalmente tudo o que pus a mão em cima.


"Ah querem, querem viver numa pocilga?Atão tomem! E zumba, vai de atirar objectos vários (nomeadamente de tecido) via aerea, e era vê-los, aterrar onde calhava. Puxei, empurrei, conseguo enfiar-me debaixo da cama( que é baixissima!!!) e puxar a ùltima (TINHA QUE SER A ÙLTIMA, AARRRRGHHH!!!)


Toma (quase que lha atirei em cima). 


Para finalizar a minha feroz vociferação, olhei para a pilha amálgamada de tralha vária ( que, vou-vos contar, merecia uma fotografia ) e rosnei: "Ná, isto ainda não está suficiente, ainda percisa de mais uns retoques para ficar MESMO mal."


Deitei-me, o Vitor deitou-se, ambos em silencio. Minutos depois, pôs-me a mão na cintura e puxou-me para ele.


"Deixa lá, às vezes nem eu me percebo..."


Foi a última coisa que eu disse. Depois, adormeci.

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