O primeiro dia com chuva
Hoje levantei-me e voei porta fora. Literalmente.
Não tomei café, não comi nada, enfiei-me no carro e fui ao Rio Sul comprar comida para as gatas, que não comiam desde ontem às 18h, e estavam desvairadas, andavam atrás de mim de um lado para o outro, ensarilhavam-se nos meus pés, e olhavam com aqueles olhos de "vá lá, nôna, temos tanta, tanta, TANTA fominha!".
Ok, desandei, e se o Vitor me tinha dito onde se ligavam os limpa pára-brisas ontem, quando estavamosna sala a ver o CSI, a verdade é que eu entretanto me esqueci. Ainda fiz uma ou duas tentativas, mas conduzir e tentar descobrir como fazer as escovas deslizarem, tá de gesso. Fui o caminho todo com uma visibilidade reduzidíssima, o que quer dizer que a velocidade era quase a mesma - devagarinho e quase parada. Claro que o carro foi abaixo - pois se eu estava com medo de carregar no acelerador! Bom, lá cheguei ao estacionamento, e vai de pesquisar tudo para descobrir onde era o comando das escovas. Vai que eu meti na cabeça que era de rodar! Às tantas oiço um grito: "não forces que ainda ficas com essa m**da na mão! "O grito era meu, e o conselho sábio. Puxo do telemóvel para ligar ao homem, cheia de vergonha. Pouso o telefone no banco e decido fazer uma última inclusão pelos meandros daquelas bandarilhas espetadas nas laterais do volante. Ah-ah! Piparote para a frente e voilá!
Pronto, na hora de voltar a casa já não ia ser tão complicado.
Lá fui à loja dos animais comprar a ração, e à farmácia aviar as receitas. Antes de sair, ainda fui devolver umas sapatilhas que tinha comprado para o pikeno ontem - e das quais ele não gostou.
E depois fiz a viagem de regresso, mas com as escovas a mexerem. E quando cheguei, não tinha lugar para estacionar. Encostei o carro em segunda fila, no pátio onde costumo estacionar, enquanto uma senhora com uns aninhos a mais que eu tentava tirar um carro minúsculo dum lugar recolhido - mas pela minha rica saúde, não era difícil de tirar! - e eu com cara de parva a olhar para as 500 mil manobras da senhora, sem saber muito bem o que fazer, lá acabei por recuar um bocadito, não sabendo muito bem para quê, mas para a mulher sentir que tinha mais espaço, sei lá. Lá acabou por tirar "a carroça", toda transpirada, e dei graças a deus por ter o vidro do carro fechado, que ela passou por mim a dizer uns quaisquer impropérios, mas eu não ouvi. E fiquei ali, parada, enquanto um Clio estacionava no lugar de onde ela tinha saído - mesmo que tivesse chegado primeiro, nem arriscava estacionar ali, o dela era de metade do comprimento do meu (canudo, tenho um carro tão comprido...). Deixei-me estar até me sentir com pachorra para ir à procura de um lugar. Fiz inversão de marcha - que teria sido mais fácil, não estivesse um comercial estacionado com a traseira a meio do estacionamento, mas não foi nada que eu não conseguisse fazer. Lá fui eu à rotunda de baixo, e depois à rotunda de cima, devagar, a ver os lugares do lado esquerdo. havia um em frente à porta do prédio, mas com o meu carro, ou o deixo torto, ou deixo a trazeira no meio da estrada, ou encosto à parede e não passa ninguém. 12 manobras depois, o carro estava ao lado da porta do prédio, passava uma pessoa entre o carro e a parede, e a trazeira não estava no meio da estrada. Ufa! Saí, mas tive de voltar atrás para desigar as luzes, em que não acertava, porque estava com o comando das escovas na tola.
Mas lá acertei e vim para casa. Irra!
As gatas estão a ronronar até agora, de barriga cheia.
Valeu a viagem, mas todos os dias são estreias; ontem foi o ir comprar mantimentos sózinha, hoje sair com chuva - e em jejum e sem café...
Amanhã, à partida é para levar o Tomás à natação - outra estreia.
Mais uma vez peço desculpa por estes posts, mas são importantes para mim. Agora vou ali dormir uma sesta, que este tempo está a deixar-me tão, tão mole e cansada, que vai lá vai!
Mais logo volto, para escrever qualquer coisa mais interessante.
B'jinhos,
Fátima