A família aumentou, de seis elementos para sete
Ontem, ia eu comprar um franguito para o meu jantar e do Tomás, vem ter comigo uma caganita de gato. Yá, uma caganita de gato, de tão pequenino. E estava tão maltratado, rameloso, sem uma vista, sujo-sujo-sujo, que peguei no bichinho e pensei: vais comigo para cima!, enquanto lhe dizia: - Olha! És um presente de Natal?
E foi.
Mal entrados em casa, apresentei-o às outras duas que bufaram o resto da noite, e fechei-me com ele, que afinal parece que é uma ela (espero bem que sim) na casa-de-banho, água morna no lavatório e banhinho, que estás imunda. Pois que não gostou, mas foi uma valente! Depois foi secá-la em frente ao aquecedor, para evitar a hipotermia, e lavar-lhe os dois olhinhos com soro fisiológico.
Agora, o animal, além do olhinho estropiado, também estava (e está) com uma constipação de dar dó, e quando espirrava, levantava o focinho, e espirrava para o ar (blerrgh, era chuva de ranhoca!), e quando sentia ranhito no nariz, abanava a cabeça com força - a minha camisola está para lavar, e com uma temperatura alta, pf! - e lá vai ranhoca para todo o lado...
Nesta atura do campeonato, a Mia já tinha amarrado o burro, e a Blimunda não descolava os olhos do meu colo onde, em meio a um ninho feito com o meu robe (que sim, também está para lavar, lol), espreitava de vez em quando a pequenitates.
Entretanto chegou a minha filha, e eu mostro-lhe a piolhinha. Ela rende-se na hora, é minha, é minha, se for preciso não me dão mesada, um gato neste estado ninguém adopta - e porque é que achas que eu o trouxe, duh! - e tutti quanti. Atraca-se à gatinha, e estão agarradas até agora - a Inês nem dormiu.
Entretanto, a Mia lá veio para o meu colo, sem tirar os olhos da poltrona onde estava a Inês, de ninho ao colo, bufando quando a pequenina se mexia. E de noite, lá dormiu dentro da cama - à terceira tentativa de eu a convencer - estando hoje meiguinha como de costume - mas ainda não viu a outra, que continua no quarto da pikena.
Isto foi o que eu encontrei à bocado quando entrei no quarto da Inês:
Ou seja, eu não ficava bem com a minha consciência se deixasse o animal na rua, já que, no estado em que estava, não sobrevivia de todo. Com miminhos e calor, já não está tão constipada, e o olhinho regenerou-se, de ontem para hoje, nítidamente, tendo ontem um cheiro fétido, que hoje já quase não se nota . E está feliz, feliz, embora ainda não coma - porventura ainda estaria a ser amamentada? Penso que seja já muito grande para isso, terá à volta de dois meses - ou não consegue comer porque até respira de boca aberta?
Agora será tudo uma questão de tempo... a sua regeneração total, e a aceitação das duas cá de casa - que é o que vai demorar mais tempo.
A minha filha está tão feliz que diz que queria o telemóvel, mas prefere a gata.
E pronto, uma estória com final feiz. A Inês está encantada, e à Audrey - sim, a Inês já lhe deu nome - saiu a lotaria, o euromilhões, o totoloto, o totobola e o joker, tudo no mesmo dia!
Estou feliz e em paz, com este desfecho.
E aqui se comprova que a Mia já fez as pazes comigo, por isso estou a teclar com uma mão só...
B'jinhos,
Fátima