SO-COR-RO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Bom, dizer que estou à beira da loucura é decididamente um understatement. 'Tou mesmo a flipar.
O trabalho é uma real bosta, com todas as moscas a que tem direito, e mais umas quantas amigas convidadas. É uma frutaria que não tem fruta para vender... levo a manhã toda com o sorriso mais querido do mundo a dizer às pessoas que "sexta-feira temos produtos frescos" sem saber muito bem se é verdade... já tenho clientes amorosas que vão lá todos os dias - e saem com três maçãs ou um cachinho de uvas - que a menina é simpática, coitada, e não está a fazer negócio... arrrghhh! E o que me custa mais, é que aquela gaita tem perninhas para andar, os sócios é que são umas abéculas, que percebem tanto de pme's como eu de cantonês. Aiiiiiii!!!!!!!!!!!!! Sinceramente, nem sei bem o que lá estou a fazer. Acho que à espera que um dia me digam: amanhã isto fica fechado, escusas de vir. E isto põe-me doente...
Não sei se já contei aqui que tive uma loja aos 20 anos. Sim, os papás montaram-me uma loja de roupa "de autor", mal eu acabei o curso de design de moda; fazia duas colecções por ano, produzia shows de moda para divulgação das mesmas, e até tive uma escola de manequins onde formava as meninas que desfilavam as minhas criações.
Depois, a minha mãe lembrou-se de ser déspota também com a minha loja - que no fim de contas era dela e do meu pai. E começou a fazer joguinhos: podes-te ir deitar que amanhã já não abres a loja. E na manhã seguinte entrava no quarto, destapava-me e gritava: levante-se, calona, e vá abrir a loja! E, claro, eu ia. E depois repetia-se o mesmo, vez após vez. Ás tantas, começou a ser à semana: vai pensando, que na sexta-feira acabou-se. E eu lá preparava tudo, e na segunda recomeçava o jogo... ou seja, ganhei um big trauma, e agora andar aqui no arame de olhos vendados deixa-me aterrada. Por mim, já me tinha vindo embora, mas acontece que o dinheiro faz falta. Mais de que a minha saúde, o meu equilibrio? Não me parece. Mas existem mais pessaos e circunstâncias envolvidas, por isso, a cada manhã, tento começar com uma prespectiva positiva. É claro que quando me abrem a loja, 15 minutos depois da hora marcada, e entro nela, reponho a fruta que ficou no frio, olho à volta e vejo um ou dois quilos de cada variedade, o positivo começa a evaporar...
Vai daí que hoje, para espantar a tristeza (e a depressão que começa a dar o ar de sua graça), fui e comprei uns sapatos.
Estes sapatos:
Foram escandalosamente baratos, e ficam lindos nos pés. Mais: seguem a tendência peep toe para usar com collants no inverno. E obvio, só os pago para a semana...
De resto, neste momento, estou novamente (será que cheguei a sair alguma vez?) a atravessar um "inferno astral". A minha tolerância e paciencia estão a esgotar-se. De full time com um colega, estou neste momento sózinha, a fazer as manhãs.
Tirem-me deste filme...