Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Dom | 28.11.10

Eu e as botas

Fátima Bento

(post que poderá nunca ser publicado por via de estar a ser escrito no famoso bloquinho preto, e a preguiça poder eventualmente imperar e impedir a sua passagem ao “teclas”. Memo para mim própria: começar a andar com o “teclinhas” atrás)

 

Pois e é que quem me segue e ao que escrevo, sabe que eu já cheguei a pesar qualquer coisa como 93 quilos (sabiam, não sabiam?), e agora peso assim menos 30, mais grama menos grama.

 

Ou seja.

 

Nunca pude fazer daquelas figuras elegantes, bota de pele a acabar imediatamente abaixo do joelho, com saia travada, blaser e/ou sobretudo. Tudo porque as benditas das botas, se de enfiar,  não passavam nos gémeos, e se de zip, o mesmo deixava de subir mal chegava ao mesmo sítio. Por isso, ora toma lá botins e é se queres (o que, em abono da verdade, também não era propriamente favorecedor, se tivermos em linha de conta que visualmente “cortam” as pernas na linha do tornozelo, o que além de gordinha me dava a ilusão-de-óptica de ser baixinha, e, logo, mais gordinha ainda...) ah, e ainda havia o recurso àquelas “coisas” de lycra, que de longe, quem fosse pitosga até achava que era capaz de ser vagamente elegante, mas ao perto, dava vontade de fugir. E, tirando o efeito-para-o-boneco, de vêem-que-eu-estou-de-botas-c'um'ás-pessoas, a verdade é que aqueles híbridos, quais meias hiper-opacas-com-sola-e-salto, não serviam para muito mais: se a chuva fosse valente, os pés ficavam molhados na mesma!

 

(e aqui faço a ressalva, em tempo: existem neste momento no mercado, modelos em imitação de nobuck, ou semilicuir, com uma percentagem de spandex, que mantendo a propriedade modeladora e adaptável aos gémeos mais difíceis, têm um aspecto e uma performance bué-bué-longe dos seus antepassados).

 

E, voltando à minha estória, já que os 30 kg não se evaporaram, foram desaparecendo devagar, ainda há uns meses entrei numa sapataria e experimentei umas botas... cujo fecho éclair "deixou de funcionar" precisamente no abençoado sítio do costume.

 

Então agora imaginem a cena: início desta estação. A Fátima entra numa sapataria e vê botas, botas e mais botas (sapatos, qu'é deles?), de todos os tamanhos, feitios e alturas – até acima do joelho, que desplante! - e, encolhendo os ombros face à inevitabilidade do que se seguiria, pega numas botas, e senta-se. Tira o pé da sandália, e bota o pé no pé da bota (jogo de palavras giro, hein?), puxa o zip, e... e... ele pára. Porque já não havia mais zip!!!!!

 

Rufem os tambores, façam saltar as rolhas das garrafas de espumante, a mulher pode, finalmente usar um par de botas!!!! Ó felicidade! Tomada pela euforia da coisa, e não medindo o risco, decide experimentar um segundo modelo... e um terceiro... e serviam todos!!!!! Foi o êxtase.

 

E a partir desse momento, a Alice terá o seu País das Maravilhas, mas a Fátima tem o País das Botas! Desde um modelo de biqueira ponteaguda (onde é que eu estava com a cabeça?) a umas nobuck com um bonito salto em cunha (sério, é mesmo bonito!), até à sua mais recente loucura, disparate, chamem-lhe o que quiserem... sim, aqui a je comprou umas tipo-ugg (conforme mencionado no último post...). Daquelas que são quentiiiiiiiiiiiiinnhhhhhhassssssss, e confortááááááááááveissssss e transformam qualquer comum mortal com menos de 1,20 m de perna, num trambolho com dois olhos (não se ofendam, que não vale a pena).

 

O engraçado da cena, é que fui comprá-las com uma amiga e a filha, de nove anos, e parecia que tinha havido ali uma troca de personalidade: a miúda parecia eu! “Tão giras! Tão fofas! Tão divertidas! 'Tou apaixonada! Ai que queridas! Acho que vou levar!” E a minha amiga:” Vais quê? Tu?” a miúda torcia o nariz, jamais a apanhariam com tal isso nos pézinhos, a mãe dizia, “não tem nada a ver contigo” e eu continuava com a ladainha de tolinha até me decidir, antes que a empregada chamasse os paramédicos, ai-que-a-senhora-não-joga-com-o baralho-todo! Valeu-me o facto dela ter umas iguais, e sentir pelas mesmas um desvelo igual ao meu...

 

Sexta-feira, plena onda de frio, 9:00h a preparar-me para sair de casa e “ir às cápsulas”, fez-se luz: dia perfeito para enfiar as ditas cujas nos pés! Procuro o meu camisolão-túnica favorito e descubro que as traças decidiram fazer um festim mesmo na frente da camisola. Puxo da agulha e da linha, e lá tento cerzir a coisa o melhor possível...mas ná, só mesmo com uma écharpe por cima. Tiro a etiqueta às leggings, e enfio as norueguesas. Oh prazer supremo! Enquanto me dirigia ao carro, sentia frio em todo o lado menos nas pernas.

 

 

Quem também gostou muito foi a gata Piccolina, que só ao centésimo “NÃO!” é que conteve o entusiasmo com os pompons.

 

E prontx, como podem avaliar pela amostra junta, cá estou eu quadrada, deselegante como um perú, mas tão quentinha e contente que nem vos conto!

 

 

E sim, se forem ao "step in", vão ler que fazem “perna de elefante” - confirmo – e mais um ror de coisas. É verdade é. Mas se querem que vos diga:

 

QUE-SE-LIXE!

3 comentários

Comentar post