Há dias assim, e outros como hoje!
Tenho andado outra vez fugida. É que se antes eu, quando estava em fase cinzenta vinha para aqui despejar as mágoas, agora em idêntica situação, recolho-me no silêncio da palavra escrita, ou seja, não blogo. Primeiro, porque acho que chover no molhado só aumenta a autocomiseração, e a pena-de-nós-próprios, imobiliza-nos.
Concordo que às vezes sabe bem ficarmos a olhar para o nosso umbigo - eu até diria que faz falta - ou deitar debaixo do edredon quentinho enroladas num auto-abraço. Ou ir até à beira-rio e ficar a olhar para a água, ficar a macerar os assuntos que nos preocupam, ou pura e simplesmente de cabeça vazia. Melhor ainda se for a praia, estiver vento, for preciso estar agarrada ao casaco (voltamos ao auto-abraço, hein?), e o mar estiver revoltado; venho de lá como nova.
Isto tudo para justificar as minhas ausências: são dias assim, em que é melhor olhar para dentro de que verbalizar nas teclas. Depois eu volto.
Como hoje.
Que está um dia bonito, acordei ainda o sol estava a nascer, levantei os estores todos da casa, deitei-me no quentinho (só mais um bocadinho, lol...), a Mia enroscou-se a ronronar ao meu colo, dentro da cama, e eu fiquei a olhar para a janela a ver desaparecer o rosa das nuvens, e o céu a ficar azul. E pronto, acabei por me levantar, fazer o ritual costume, tirar o café, dar uma fatia de banana desidratada a cada uma das ratinhas - aquilo é que é felicidade! Estão tão gordinhas que parecem duas lontras! - e ligar o teclas. Tenho umas quantas coisas agendadas para fazer hoje, em casa, já que amanhã passo o dia todo fora - de tarde SPA, uma Experiência oferecida no Natal!
Por isso, hoje ainda cá hei-de passar outra vez.
B'jinhos!