As aventuras da Fátima na terra dos Bifes - II parte
Sexta-feira acordei devagar, a ver se sossegava o cérebro de tantas piruetas... leventei-me com tooooooda a calma, tomei o pequeno almoço e vesti-me. A Inês estava na Uni a apresentar um trabalho, e eu decidira ir passear a Abney Park, um cemitério que me parecera lindíssimo em fotos que vira na net, e que fica logo acima da casa da pikena. Saí nas calmas, e mal entrei no dito, percebi que deveria ter tido mais pressa em chegar lá, para poder ter menos pressa para sair. Uma hora é muito pouco, e acabou por ser o tempo que tive para lá estar...
É o cemitério mais vivo que já vi, um 'cemitério para viver', se me premitem a expressão.
Encontramos mães a passear bebés nos seus trolleys, yuppies que aproveitam a hora do almoço para fazer jogging ou andar de bicicleta, amigas que passeiam e põem 'a escrita em dia', donos a fazer o passeio higiénico com os bobbys - mas não se vê um cocó que seja em lado nenhum, aliás, o parque prima pela higiene, pese embora o facto de, segundo rezam as lendas, depois do sol se pôr ser local de prostitução e consumo de droga; como não encontramos um unico vestígio, acabamos por nos perguntar se não será um mito urbano...
E estava eu a fazer uma auto-foto quando um gentelman resolve interromper o seu jogging para me tirar uma foto condigna. Por isso, olh'aí eu, cortesia do Bife, com um auricular posto (pois, foi logo a seguir que tirei também o segundo e fiquei a escutar os sons que os animais faziam...)
Às tantas, vejo uma "coisa", grandota e gordita, a atravessar a alameda, uns bons metros à minha frente e penso - deve ser uma atazana,enorme! - mas não, não era; quando chego a lugar, deparo-me com um esquilo a meio do tronco de uma àrvore, à altura do meu peito. E depois de engolir o gritinho começo a falar inglês com o bicho - não vá o bichinho não ser poliglota e não perceber o que lhe digo, LOOOOOOLLLL- enquanto procuro a maquina dentro da mala sem olhar para a mesma, aparvalhada por ver um esquilo no seu habitat, pela primeira vez. Eu vasculho a mala e o bicho parado, a olhar para mim como que a dizer: "atão? tirs a merd@ da foto ou não tiras?" e eu "you're so sweet, so pretty..." " 'tou-m'aqui 'tou m'a ir embora, 'tou't'a dizer..." e a p*t@ da maquina lá me vem parar à mão, tiro-a da bolsa enquanto vou bichanado sweet coisas ao bicho que olha para mim como se fosse doida "ATÃÃÃÃÃÃO, tuga, tiras a pix ou não tiras?????". Ligo a máquina, ponho-a em modo foto, e o gajo pisga-se árvore acima enquanto me chama uns impropérios. Apanho-o mas de baixo para cima, como se pode ver...
E depois de tanto verde e de tanta beleza, saio, contrariada, para me encontrar com a Inês em "Roma" - Finsbury Park, perto da underground station, lugar onde param todos os autocarros, ou quase - num Costa, onde bebo um qualquer-coisa-caramel (ou um caramel-qualquer-coisa), abençoada cafeína, numa altura e que a cabeça já funcionava (ou melhor, não funcionava) em roda livre, tal qual uma centrifugadora. E fomos a Angel, onde vi algumas das suas lojas favoritas, e um Centro Comercial muito giro, com uma enorme H&M onde as pessoas atiram a roupa para o chão alegremente (o único exemplo de falta de respeito pelo próximo com que me deparo nestes seis dias), e que me põe a olhar para os bifes "atravessadamente". E tomamos um expresso num café muito simpático, com uns nichos a que chamei "casulos", antes de decidirmos voltar. Quando chegamos a StockeNewinghton (acho que é assim que se escreve), à main street, vamos ao pub favorito da Inês, o 'Coach and Horses', onde ela bebe um half pint de Guiness enquanto eu me atraco a um martini.
A acompanhar, viramos duas doses de hóstias de camarão com dip agridoce que mais viessem, mais 'morriam'. E seguimos para casa.
E é o final do dia dois.