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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Seg | 20.06.11

mea culpa?!

Fátima Bento

Estou numa daquelas fases que geralmente atravesso em silencio, com monólogos interiores, idas à praia, contemplação e meditação. Mas acontece que desta vez estou de tal forma abalada que não consigo ficar calada. Tenho uma cratera no peito que não sei quando vai fechar...

 

Imaginem... imaginem que assentam a vossa vida num pressuposto. Imaginem que investem tudo o que possuem, passado, presente, futuro, na certeza de que aquele é o único caminho que faz verdadeiramente sentido, o "caminho certo". Imaginem que ano após ano se "esquecem de vós próprios", se relegam para segundo plano*, em prol de levar aqueles barcos a bom porto, na ansia de construir pessoas melhores, que irão, não só mas também, enriquecer a sua geração, embora que o que aqui está mesmo-mesmo-mesmo em causa é dar asas, ajudar a atingir o infinito necessário para se sentirem felizes.

 

E na certeza desse pressuposto, imaginem que acompanham todos os estudos publicados que conseguem lêr, todos os livros de psicologia académica, de psicologia "POP", e de Psicologia Positiva, que promete juntar o melhor de três mundos no que à felicidade diz respeito.

 

E depois sigo. Sigo os conselhos e a minha intuição de mãe e vou fazendo o que poderia jurar estar a fazer em grande estilo, com resultados mesuráveis...

 

... mas afinal caio da cama, sou sacudida e acordada e foi o balão que me rebentou na cara, e que não, e que nunca, e que nada adiantou de nada, as noites sem dormir durante quase 8 anos, as canções de embalar trinadas à rouquidão a amamentação até querer, os acordos de nós os dois, feitos à boca pequena... segredos nossos...

 

E de repente, perdi.

 

O pai disse-lhe textualmente - acho que foi a unica coisa que consegui escutar - que nada de que qualquer um deles 3 façam por mim, nunca será nada em comparação com o que fiz e faço por eles.

 

E agora estou aqui, li o script, o guião, e olho à volta, e o filme não é este.

 E deixo-me estar e olhar esbugalhado para a minha vida que me escorre por entre os dedos...

 

 

*e neste aspecto como em tantos, 'faz o que que eu digo, não faças o que eu faço' assenta que nem uma luva com distinção.

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