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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Sab | 01.10.11

É amanhã que aqui a nina faz 44|

Fátima Bento

Ok, amanhã faço anos. 44. Viva eu.

Quem já acompanhou alguns dos meus anteriores aniversários sabe a importância que dou a esta data: é o meu dia, e por isso, um dos dias mais importantes do ano para mim.

E quem me conhece (daqui e não só) sabe que habitualmente ando numa azáfama, num 'pulguedo' nos dias anteriores, quiçá semanas! E planifico o que vou fazer no dia, com quem e onde, geralmente indecisa entre sair com o marido ou estar com os amigos todos.

Mas não este ano.

Não sei se isto vai soar estranho a alguém, mas os amigos são... ia dizer cada vez menos, mas isso não é verdade. Estão é cada vez mais espalhados, e para juntar toda a gente é o cargo dos trabalhos (sinal dos tempos e das redes sociais?). Ainda pensei em convocar um 'almoço de gajas', mas depois reparei que o dia calhava a um domingo, e nepes. Não seríamos muitas gajas, éramos poucas mas boas – só queria ao pé de mim as pessoas que de alguma maneira 'ganharam' esse espaço. Estou um nadinha exclusivista... vai daí, o que eu SEI que vou fazer, é que vou almoçar aos sogros, comme d'habitude, e que vou levar um bolinho e uma garrafa de espumante. E depois venho para casa, provavelmente faço uma sesta, e recuso-me a fazer o jantar: - faço anos, alimentem-me ó fáchavor!

Desengane-se quem pensa que estou triste ou a passar por alguma crise existencial – nem por sombras. Estou calma e placidamente a abraçar um número que considero mágico, o 44. Adoro capicuas, e se aos 22 nem me apercebi muito bem do número (pelo menos não me lembro de tal), aos 33, acredito que estivesse a passar por uma fase (aí sim) de dúvidas e preocupações, existenciais e das outras, mais práticas. Agora olho à minha volta e declaro este o meu território, cravo a bandeira, e vou usufruir deste ano em pleno. Atingi um patamar novo, sinto-me em paz comigo própria, conheço-me melhor de que antes e gosto da mulher que estava debaixo destas camadas todas. Neste último ano perscrutei o meu interior e encontrei uma boa parte do que procurei a minha vida toda: harmonia e (algum) equilíbrio. Mesmo quando as coisas descarrilam, hoje sinto aquela serenidade e consigo aceitar o que não posso, ou tantas vezes não quero, mudar.

Podia querer sair no meu dia. Assim ir “passear”... mas isso eu tenho feito quando sinto vontade, assim na hora e sem planeamentos que é como me sabe melhor. Não me apetece festa, nem muita gente, aqueles de quem gosto, mais os outros que estão porque não podem deixar de estar, e aqueles outros ainda que não estão por razões idiotas, ou pela distância que nos separa.

Não. O 2 de Outubro dos 44 é um dia meu. De mim comigo, e com aqueles que mais amo, e que têm estado do meu lado nos momentos bons e menos bons – afinal, a minha família nuclear (faltas tu, gaja, mas estás comigo à mesma!).

O resto é 'decoração' e retórica.

Depois conto como foi o dia e coloco fotos – ah mas claro que têm de haver fotos, o homem vai ter de dar uma de fotógrafo, ora essa!

 

Mas chego aos 44 feliz. Sei com o que conto. E venha o que vier, eu aguento.

 

E quando chegar aos 55, aí, sim, faço uma graaande festa.

 

... ou não!

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