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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

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Sex | 23.03.12

Mr. Clooney ou O que eu vi #2

Fátima Bento

 Confesso que sempre tive uma antipatia militante por George Clooney, desde a sua participação como estrela-maior de ER, Serviço de Emergência, quanto a mim sem ponta por que se lhe pegasse - ele, não a serie... achava que ele era baixo e peludo... blergh...

Esta minha opinião arreigada fazia de mim uma espécie de ser-de-outro-planeta, por que já então, mulheres de todo o mundo suspiravam de admiração pelo gajo, e revistas lhe davam destaque, e mais destaque... e eu pensava, isto está tudo maluco... quantos mais suspiros e destaques mais earrgh eu ficava, e prontx, nasceu um "ódio de estimação". 

Passados que são 18 anos sobre a estreia da série mencionada, que deu o seu último estretor em 2004 (ih as saudades que eu tenho! Dentro do género, para mim não há serie que lhe chegue aos calcanhares...), saltemos para 2011. Clooney que entretanto cresceu, faz dois filmes que merecem destaque: "Nos Idos de Março", e " Os Descendentes".

E então, separemos as águas e falemos de um de cada vez.


Nos Idos de março (The Ides of March, 2011)

O primeiro papel deste filme pertence a Ryan Gosling, que consegue, duas ou três vezes fazer a sua angústia/desilusão/raiva transbordar do ecran e apanhar-nos em cheio.

O realizador reservou-se o primeiro papel secundário, e rodeou-se ainda de estrelas-maiores como Paul Giamatti e o fabuloso e óscarizado Philip Seymour Hoffman.

Clooney é consistente no desempenho do papel de um governador candidato à Presidência dos Estados Unidos aparentemente impoluto, a menina dos olhos de Stephen Meyers (Gosling), um genio em comunicação, e segundo homem forte da campanha de Mike Morris (Clooney). Stephen, um crente absoluto nas pessoas com quem trabalha, e na firmeza de princípios do Governador Morris, tem, ao longo do filme, uma amargo despertar para a inexistencia de limites éticos na política.

Este foi um filme de que gostei muito. E o facto de ter sido realizado por George Clooney segundo um guião escrito pelo próprio, só lhe acescenta valor. Caro mr. Clooney: 20 valores.


Os Descendentes (The descendents, 2011)

O papel desempenhado pelo ator supracitado deu-lhe o Globo de Ouro e ia-lhe dando o Óscar (que merecia, na minha opinião, inteiramente). 

Matt (Clooney) faz parte de uma grande família de excêntricos milionários-que-não-parecem, tal como o próprio, descendentes de emigrantes donos de uma boa parte do Hawai, herança que foi sendo vendida, restando agora uma imensa parcela de terreno a ser (ou não) também vendida.

Mas em primeiro plano, a mulher do mesmo tem um acidente que a põe em coma. Matt, mais ligado ao trabalho que à família nuclear, tenta reagrupar a ninhada - duas filhas + um amigo da filha mais velha que se cola aos três (li algures que só quem leu o livro consegue perceber o porquê da sua presença...), enquanto tenta desesperadamente gerir as emoções da descoberta de que Elizabeth o traía. Clooney demonstra neste desempenho uma contenção permanente e brilhante, além de nos conseguir convencer que é uma pessoa real e normal, igual ao nosso vizinho do lado, que consegue racionalizar sem passar por cima das suas emoções, e tomar as decisões certas sem perder o pé - nem a cabeça - dando prioridade ao que é realmente importante e conseguindo o que no início parecia não só difícil como improvável: formar uma nova e consistente família de três... bem, mais um...

Meu caro mr. Clooney: não tenho outro remédio senão conceder-lhe os mesmos 20 valores que lhe dei acima.

 

Agora voltemos ao início da conversa. 

Em primeiro lugar esclareço que o senhor não é baixinho, tem 1, 80m. Mais: tenho a certeza que se é peludo é porque quer.

Em segundo lugar: aos primeiros anúncios da Nespresso torci o nariz - porquê ele??? E depois veio a campanha com o John Malkovich a interagir com Clooney e... só não muda de opinião que é burro (não acrescento e teimoso, porque é do conhecimento geral que os asininos são teimosos).

Ok, o homem é charme em estado puro. Não parece nada 'diva', e até aparenta alguma afabilidade no contato com os fans. É um dos melhores atores da atualidade, acima de qualquer dúvida. 

(e agora entra o restinho de embirração: qualquer homem de smoking ou fato-de-para-cima-de-mil-euros, em forma e bem tratado, pode ter quilos de charme...)

Só um pormenor: mudo IMEDIATAMENTE de opinião no dia em que o gajo se passar da marmita e for ao bisturi (aquelas rugas em redor dos olhs deviam ter seguro de uns bons milhões...) Em todos o aspetos: olha o Liam Neesson (dos poucos casos em que compreendo o porquê de ter feito tal disparate, pelo que não me insurjo contra tal decisão, mas...): desde que foi ao esticador não o consigo levar a serio. A serio, que não o consigo levar a serio. No próximo post "O que eu vi", vou falar do The Grey, com ele. Ali, o que salva a honra do convento é o fato dele andar de capuz e ter barba de três (quatro, cinco, seis... dias), que disfarça as lisuras que não têm qualquer razão de existir num senhor com a sua idade... mas chega, fica para a próxima.

P.S:

 (já a isto, acho MESMO difícil resistir...)

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