23
Abr12
Dia do livro
Fátima Bento
Comecei ontem a ler este livro:
(mesmo a propósito do dia da mãe, lol)
Com o amén da Anna Wintour, vale o risco. Ainda só li meia dúzia de frases mas aposto que me vai divertir muito.
Antes deste li o já aqui referidíssimo
que, lamento dizê-lo, ficou aquém das minhas expetativas. Vá-se lá saber porquê, esperava uma coisa mais 'Comer, orar amar', e não é. Dos adjetivos com que Elizabeth Gilbert o classifica, discordo do primeiro: não o achei divertido. Mas sim, inteligente e verdadeiro, é-o de facto.
Agora o livro que eu li este ano e que mais me marcou pela positiva foi um que comprei na Fnac e de guardei imediatamente o talão de compra, já que apostei comigo própria não ir gostar, e ao fim de meia dúzia de paginas, se tanto, voltaria à precedência.
[e aqui voltamos ao maldito preconceito que nos (des)anima a alma e acredito que muitas vezes nos faz perder coisas boas.
E a questão aqui é que eu de-tes-to a mãe da menina, aquele detestar que a gente nem sabe explicar muito bem por quê, mas é o "p'cebe" e o 'tá a ver' que lhe correm nas veias, que me deixa o pêlo hirsuto como uma gata assanhada].
A mãe é a Rita Ferro (tenho por aí 'O nó na garganta', mas não passei da segunda página), e a filha, claro, é a Marta Gautier. e este é livro de que falo
Já falei neste blogue que, sim senhores, leio livros de desenvolvimento pessoal e auto-ajuda, a par com Oliver Sacks, Freud, Dolto, Ben Shaar, Helena Marujo, e não só não tenho vergonha disso, como tenho orgulho. Já apanhei pelo caminho umas quantas bostas com B maiúsculo, mas também tive o previlégio de descobrir perolas valiosas.
Este livro é isso mesmo.
"Ontem em conversa com a minha psicóloga, tive a ideia de começar a escrever este diário, e esse era o outro motivo da minha ansiedade. Tenho esperança de que o diário ponha fim a esta fase de «dormência» que atravesso há mais de três anos".
Este é o início da viagem que fazemos ao longo das páginas. Este é um livro de mulheres, para mulheres, e, porque não, para homens que queiram perceber-nos um nadinha melhor.
"Às vezes, num frémito de consciência iluminada, consigo responder-me: «Pensas que andas a fazer-te justiça? Pensas que andas a ser tu mesma? Queres convencer-te disso? Queres convencer-te de que és feliz só porque é suposto seres? Só porque é lógico? Tu queres acreditar que és feliz porque tens medo de mudar, porque mudar podia perturbar-te, podia pôr-te a pensar, desorientar-te, podia assustar os outros ou desapontar alguém. Tu que te julgas tão livre, tu que te achas tão dona de ti mesma, tu que pensas que tens tudo o que desejas, que és tão corajosa, tão diferente, sim, tu mesma estás a acobardar-te perante a vida. Há qualquer coisa de fundamental que estás a deixar escapar, e essa qualquer coisa és tu própria.»"
Quem não se sentiu pelo menos um bocadinho refletida aqui, não precisa, de todo, de ler este livro.
Faltou-me dizer que a narrativa começa na página 17. Estas duas transcrições pertencem há pagina 18.
Imprescindível.
Digo eu.