Coisas boas de 2012 - parte 1 - um objecto
Eu sempre disse que quem gosta de livros tem de os ler e ter em papel: ele é o cheiro, o virar a página, as lombadas todas desalinhadinhas nas estantes! Sempre sonhei em ter uma sala-biblioteca com estantes do chão ao teto carregadinhas de horas e mais horas de leitura, com um cadeirão de orelhas e um candeeiro de pé alto, mais uma otomana para descansar os pés.
Estão a ver o filme?
Então, em Maio passado, no meu aniversário a minha filha fez questão de me oferecer uma prenda marcante, e eu pedi-lhe um reader.
Ela achou que o Kobo era lindão, e eu recebi um prateado.
Em que é que o reader mudou a minha vida para melhor?
- É pequeno
- Leve
- Cabe em qualquer carteira
- Consigo lê-lo na cama toda tapadinha, só com uma mão de fora (!)
- As obras são um nadinha mais baratas e - o melhor! -
- encontram-se muitas gratuitas (mesmo gratuitas, não estou a falar de piratas)
Então e a biblioteca cheínha de livros, dona Fátima?
Pois que sim, claro.
A diferença é que agora, as obras que compro são selecionadas para caber em duas categorias: as 'material para papel', e as 'material para reader'. Há 'N' livros que não compraria nunca em formto digital (ou pelo menos, mesmo que o fizesse, acabaria por ir buscá-las em papel). Não imagino Lobo Antunes sem ser palpável, folheável, cheirável. Para mim a sua escrita é demasiado sensual, na medida em que me desperta todos os sentidos, para ser lida num aparelhómetro eletrónico.
Já E.L.James, não imagino sob outra forma que não num cartão de memória. E há uma míriade de escritores alguns com muitas aspas, que cabem lindamente no meu leitorzinho. Assim, deixam espaço nas pateleiras para os que, como L.A., me dão realmente prazer em ler, e reler, e consultar.
A biblioteca fica mais reduzida mas com maior qualidade.