O(s) meu(s)primeiro(s) livro(s)
Comecei pela Enyd Blyton - sim, pelo Noddy, que na altura, inicio dos setentas era de formato muito mais pequeno, e tinha muito mais letras que agora - e segui para 'As Gémeas', 'O colégio das Quatro Torres', 'As aventuras dos Cinco...'
Mas o que me despertou mesmo para a leitura, aquela coisa de agarrar e não largar, aconteceu devia eu ter uns oito ou nove anos, e foi uma obra de uma colecção de que já pouca memória existirá: a colecção (e neste caso, o 'C' mudo faz toda a diferença) Delly.
Em casa haviam inúmeros volumes da mesma, que pouco mais era de que 'literatura de cordel', e a minha mãe indicou-me uma obra em quatro tomos:
- 'A criança abandonada'
- 'O príncipe misterioso'
- 'O Deus hindu'
- 'A dama de fogo'.
De pouco me lembro em relação à trama; recordo que perdi o sono com uma passagem que mencionava o emparedamento de alguém, que me fez dormir de luz acesa mais de uma semana... e lembro-me de agarrar no primeiro volume e ir até ao último de um fôlego - só não me perguntem quanto durou o fôlego, que já passaram uns anitos...
Daí até agora, os livros têm sido os meus companheiros - passo o cliché, aquela 'coisa' que me faz 'sair daqui', tirar férias do agora e projetar-me noutros lugares, às vezes dentro de mim própria.
E além de durar mais, um livro proporciona uma viagem onírica em nada comparável a um filme, the best next thing. Não só porque nos estimula a imaginação, como porque... dura mais...