A cirurgia de ontem
E eis senão quando, às 16:00h, não resisti mais, agarrei no Rocinante e rumei ao Garcia de Orta. Cada vez que eu ligava atendiam, davam informações, eram super simpáticas, mas se eu lá estivesse era muito mais prático. E depois, se ele fosse removido para o piso de internamento, sair do recobro e não ter ninguém à espera tem de ser muito triste. E ainda por cima, eu estava uma pilha de nervos por ter assistido à hemorragia na véspera e da dificuldade de a estancar, a ideia dele precisar de sangue tinha-me apavorado devido a ele pertencer às Testemunhas de Jeová que têm como porta bandeira o não ao sangue (custa-me muito a compreender e a aceitar, mas seja feita a vontade do senhor Zé, que é 'maior e vacinado', e no caso de acontecer alguma coisa má, pelo menos eu estava lá. E no caso de acontecerem coisas boas, também).
Bom às 20:00h, a enfermeira (um torrão de açucar) veio chamar-me, e apesar de uma confusão me ter feito esperar mais 40 minutos em pé, a expressão do meu pai quando me viu foi impagável. Primeiro, porque não era 'o meu dia' de lá ir (é um dia eu, um dia a minha irmã), e depois porque estava à espera de ver a minha mãe. Quando acordou dos ansiolíticos, a primeira coisa que fez foi pedir à enfermeira para dar muitos beijinhos à minha mãe (coisa mais querida!), tanto que a enfermeira veio perguntar-me se eu era a esposa :) ...
Depois lá subimos ao quarto de recobro do piso onde está internado, e eu pude estar com ele mais uns bons minutos. Ele todo derretido "...por isso é que tu és a minha filhinha..."
Depois vim-me embora, deixei-lhe muitos beijinhos, e a garantia que hoje a minha irmã e a minha mãe o iam ver, e vim embora. Parei na Telepizza, e trouxe jantar, comemos às 22:20h - mas eu, de coração quentinho