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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Ter | 28.05.13

Pai, domingo

Fátima Bento

O meu pai está (de novo) na sala de recobro, e à partida não vai sair de lá num futuro próximo, porque os objetos pessoais foram devolvidos aos familiares, e a cama desocupada. O que o levou ao recobro foi uma paragem cardio respiratória no domingo, quando eu entrava no hospital para lhe dar um sumo antes do almoço. Quando ia entrar no quarto, pediram-me para esperar, que tinha havido 'uma ocorrência' e já me iam chamar quando eu pudesse estar com o meu pai.

Não me cheguei a aperceber que a ocorrência era com ele.

Como o tempo passava, e ninguém me chamava, entrei, e vi que a que acama tinha sido levada. Exames ao domingo, não há. Médicos, são poucos...entrei em pânico. Aquele pânico silencioso em que não fazemos ideia da razão pela qual estamos apavoradas. Ainda voltei ao corredor mais duas ou três vezes, e além de não haverem enfermeiros à vista, a cama continuava desaparecida.

Fui para a casa de banho e vomitei tudo o que tinha comido e bebido desde a véspera. 

Duas horas depois, chamaram-me.

O meu pai estava ligado a tooodas as máquinas, a oxigénio, e sob vigilância cerrada. Entretanto surgiram dois médicos, eu saí, depois um dos dois esteve a conversar comigo e a explicar que TODOS os valores componentes do sangue tinham caído, ao mesmo tempo que a falta de respiração aumentara, e uma vez que ele já tinha antecedentes cardíacos... 

(aqui vai ficar um pedaço por contar, por ora, mas que a seu tempo referirei)

Ato quase continuo, vem o resultado das análises feitas dez minutos antes, e os valores tinham subido para dentro da normalidade. O médico, amoroso, assegurou-me haver toda a esperança.

 

 

Fiquei umas horas junto à cama, mão na mão- Depois ele acordou, entretanto o Vítor apareceu para levar a sopa, e amazing, ele quis almoçar. Dei-lhe o almoço, deixei assegurado que alguém lhe daria o jantar, e vim-me embora depois de muitos beijinhos, miminhos e mariquices - nós dois somos uns maricas, é o que é.

 

Ontem,segunda, houve muita coisa que me apercebi ter mudado.

Hoje por telefone, notei que havia mais qualquer coisa diferente.

 

Eu estou à espera, e não acredito em milagres. Vou dar-lhe um beijo todos os dias, que ficamos os dois felizes, mas as minhas forças começam a falhar porque eu sou feita de cócó.

 

De resto, aqui em casa a familia queixa-se, mas eu estou imprestável.

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