Num mundo ideal, todas as certezas têm, obrigatoriamente de terminar com um ponto de interrogação
Porque nada nunca pode ser absoluto. A VERDADE é um conceito abstrato, que tem, obrigatoriamente que levantar dúvidas. Por mais certos que nos estejamos que o caminho É aquele, tem de haver uma interrogação à chegada, e fazer desse apeadeiro um ponto de escala para a viagem seguinte, para o destino que descobrimos provavelmente não ser BEM SÓ aquele. Tem de haver sempre mais alguma coisa. Sempre mais um passo (ou dois ou três) a ser dado. Porque não é espectável na natureza humana o contentar-se com ISTO, por mais dentro das nossas aspirações que ISTO esteja.
O passo, o apeadeiro, o destino, a viagem seguinte pode ser como conseguir mais, menos, ou, simplesmente diferente.
Mas tem de haver essa 'ambição', esse desejo.
Porque no dia em que a verdade for dada como absoluta e a certeza perder o ponto de interrogação, temos um enorme, incontornável e intransponível muro de betão à nossa frente.
E viver acabou; passamos a sobreviver a duras penas, e sem finalidade que o justifique.
E, para mim,
assim não.
(este texto vem por inspiração e em sequência deste)