A SALOICE DO CANUDO, ou...
...ou-como-eu-fui-estupida-ao-ponto-de-suar-a-camisola-e-levar-um-chuto-no-trazeiro...
JÁ CHEGA.
Tenho-me mantido aqui no meu cantinho, sem fazer ondas, estupidamente educada, e low profile qb.
Mas agora, já é demais.
Não gosto, nem nunca gostei dos meandros da politica e dos jogos de poder em que rolam cabeças só porque são precisos “escape goats“, sem pensar nos donos das ditas… no entanto, em meio à situação que estou a viver agora, devo dizer que a politica institucionalizada, com meandros mais ou menos opacos, ganhou um respeito da minha parte que de facto, não tinha. Pela tenacidade daqueles que lá andam, que caem e se levantam, e apontam o dedo a quem acham que os empurrou, e que se mantém alerta na primeira esquina, para rasteirar da mesma moeda quem lho fez antes.
À “pequena escala”, à escala de quem anda aqui pelo aparecer, quais pavões a exibir a plumagem numa feira de vaidades, que trepa pondo os pés onde (e em quem) nem repara, só para aparecer mais na fotografia, a coisa ganha no jogo baixo, e perde na dignidade dos que se re-erguem, se sacodem, e seguem caminho (salvo raras e honrosas excepções, que acabam por mais não fazer de que confirmar a regra).
Posso, e devo, passar a registar aqui o que me deixa tão desencantada, magoada, traída, mas só pensar na dimensão e impacto que tem em mim, me dói.
Muito.
E sei que nem adianta de nada contar, apresentar factos e datas, mencionar contradições, porque, depois de quase 2 anos de dedicação total a um projecto de “Formação
Porque para
1) desbravar caminho,
2) lançar alicerces,
3) cimentar contactos,
4) acompanhar cada um dos cursos presencialmente,
nunca foi posta em dúvida a minha capacidade. Agora, que a coisa tem raízes, e conta ganhar maior projecção, foi feito um contacto pela/com a filha de um casal amigo do Presidente, e eis senão quando eu sou remetida para a prateleira, perdão, secretária, num cargo sem nome em que, como eu própria coloquei, seria assim uma espécie de faz-tudo do circo, em que fazia uma perninha a assistir o coordenador geral do projecto (que é o sr. Presidente, acumulando mais um cargo) e outra a assistir a directora pedagógica de implementação… yada…yada….do projecto. E teria de me reportar a ambos (e quem mais se inventasse colocar de premeio), em relação a algo que EU COMECEI, facto de que muito me orgulho.
E não me venham dizer que este projecto é outro, maior, porque sem o inicio não existia, quanto mais tinha crescido…
E não é para me responderem, mas o que é mais difícil, começar do nada, ou seguir as linhas já traçadas?…
(e quem as ajudou a traçar???)
Agarrando-me à convicção de que mereço mais respeito de que aquele que me era destinado, recusei-me a ocupar o tal espaço com o meu nome na prateleira, perdão, secretária.
E demiti-me.
Estou, então à margem, persona non grata que me tornei, banida.
E todo este embrulho numa Federação Regional de Associações de Pais onde se trabalha VOLUNTÁRIAMENTE. Portanto, o gozo deste tipo de atitudes só pode estar no lixar o próximo, porque sim. Ou eliminar o ‘objecto’ que ameaça crescer e fazer sombra…
Vão ficar-me na memória algumas frases ditas em reunião alargada a todos os Órgãos Sociais da Federação, saídas da boca daqueles que acompanharam os relatórios sumários transmitidos oralmente por mim, de 30 em 30 dias, e que podiam ter-se abstido de comentários por falta de informação que os validasse… no entanto, e dado que, a informação era partilhada entre mim e o Presidente, como bons ‘yes-men’, fizeram coro com o lado mais forte… e eu vi-me remetida a je e a moi-même.
De qualquer forma, a pérola da noite foi para o Sr. Presidente, e merece ficar gravada na pedra: a propósito de eu ainda estar no início da Licenciatura de Psicologia, e das minhas capacidades, vociferou um:
“Não me interessa o que vais ser, interessa-me o que tu és agora”.
A resposta, que não dei na altura, só pode ser “Um Alguém com letra ‘muito’ maiúscula, que se não tivesse preparado o terreno, agora, não havia rali.”
E tenho dito.
Fátima