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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Qui | 27.09.07

Mas que raio de titulo é que hei-de dar a esta m*r*a???

Fátima Bento

Estou oficialmente triste.

 

Nos últimos 30 anos, mais coisa menos coisa, não fôra a resiliência que possuo, já cá não andava. Há quem apague a luz por menos, e vezes demais tive vontade de o fazer. Mas não o fiz, e por alguma razão terá sido (já lá dizia o tio Einstein que não há coincidências, para tudo o que acontece tem de haver uma razão e um propósito). E de há uns 6 ou 7 meses para cá, tal qual o titulo de um livro do Asterix, “Caíu-lhes o céu em cima da cabeça“, TAU, levei c’o dito no alto da pinha.

 

Não vou desafiar o cosmos, mas aconteceu-me quase tudo. Tudo o que não precisava, não queria, dispensava. E houve o que doeu mesmo. Mesmo a sério.

 

Bom, começando pelo mais recente, o meu filho foi agredido na Escola - aproximadamente a 30 metros (não medi, é a distancia de atravessar a estrada), enquanto esperava pelo autocarro, com um grupo. Desde arrastarem-lhe a mochila na terra, a saltarem sobre ela, até lhe baterem com um cinto… tudo sob o olhar atento de dois Auxiliares de Acção Educativa (?) que não mexerem um musculo nem para ligar para a Escola Segura.

 

Claro que acto continuo, a criança chega a casa arrasada, ligo para o Conselho Executivo: não tinham tido qualquer conhecimento do facto, ninguém tinha mencionado o assunto, mas que eu deveria falar com a Directora de Turma - ó p’las alminhas, atão o puto é agredido na paragem do autocarro, e mandam-me falar com a Directora de Turma???? Sou só eu OU ISTO NÃO FAZ SENTIDO NENHUM? - e apresentar uma queixa por escrito.

 

Mas como aqui a filha do Sô Zé até é uma mocinha bem mandada - e nestas coisas não se deve falhar um milímetro - lá fui ao encontro da mencionada DT, entreguei duas cartas em que além de mencionar o ocorrido, pedi a identificação dos Auxiliares, e terminei com um “agradecendo deferimento”.

 

A agressão  foi na quarta feira passada, que à conta do toque de saída ser à hora do autocarro, eles não o conseguem apanhar, e esperam 40 minutos pelo seguinte. 40 minutos!!!!

 

A reunião com a DT foi na Quinta.

 

(eu acabei de meter os papéis para o exame de código, mas com a reformulação da DGV, a coisa ‘tá lleeeeeennttaaaaa e demoooooorraaaddaaaa, de modo que, mesmo que passe os dois exames à primeira, não tenho carta antes de Dezembro. E olhem que dados os ataques de pânico do gaiato, eu já pensei em ir buscá-lo mesmo SEM CARTA arriscando-me a 2 anos de prisão e 240 dias de multa se apanhada… - ná, c’a sorte qu’eu ando, era só dar à chave e tinha o policia à frente de bloco em punho…)

 

Vai daí a criança não conseguiu ir à Escola na Segunda nem terça de manhã, pânico,  pânico… Aquilo deve ter andado a fermentar naquela cabecinha durante o fim de semana, e… prontos.

 

Quarta-feira: ele decidiu ir, e declinou a boleia do avô para casa. Resolveu enfrentar, para ver se consegue superar.

 

Bom, escusado será dizer que da escola, até agora deferimento, nepes.

 

Até que ontem soube mais umas coisas:

 

Tive direito a uma descrição do ocorrido por um colega que estava presente, que além de confirmar a presença dos dois-mirones-cuja-obrigação-até-era-terem-tomado-medidas, soube que os mesmos conhecem os miúdos agressores.

 

O que foi realmente grave para a criança para qualquer criança, nitidamente, foi, mais de que as chicotadas que apanhou com o cinto, mais que a própria humilhação, foi a insegurança gerada por dois elementos, que estão ali para os proteger, não terem feito nada. Só faltou aplaudirem a actuação quando finalmente viram o autocarro aproximar-se.

 

Obviamente, isto não fica assim.

 

Já aprendi o suficiente para saber exactamente os passos a dar para ajudar a cair o Carmo e a Trindade.

 

Que agora o que irrita é o pouco caso que a escola devota a um caso destes.

 

Afinal sempre tivemos razão quando, em Junho - devido ao facto de um grupo grande de miúdos perseguir sistematicamente o Tomás dentro da escola, nomeadamente nos intervalos, para lhe bater - termos combinado que já que só faltavam 15 dias para o fim do ano lectivo, se ele conseguisse esquivar-se até ao inicio das férias, seria o ideal, uma vez que, ninguém ia fazer nada. Os 15 dias passaram connosco a perguntar diariamente  que/se tinha acontecido alguma coisa. E a escola acabou, e o puto fez um longo UUUUUUUUFFFFFAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!

 

O assalto e o bullying de que tinha sido alvo estavam para trás!

 

Agora, este incidente veio pôr a panela ao lume com todos os ingredientes lá dentro.

 

Pelo amor da santa, o meu filho tem 11 anos!!!!!! Com esta idade TODOS os miúdos precisam de protecção!

 

Ah, mas garanto, isto não fica assim!

Fátima

 

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