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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Qua | 05.12.07

A entrar na quadra um 'cadinho irritada...

Fátima Bento

Hoje é dia de fazer embrulhos de natal, que os presentes estão a organizar-e num tal caos, que daqui a pouco não encontro metade.

 

E além disso, é mais um assunto que quero ver despachado antes de começar a mudança.

Já fiz as compras quase todas. Falta-me a prenda para a sogra - acho que vai levar um caixote de Ferrero Rocher, já que todos os anos me oferece uma caixa, mesmo sabendo que eu não gosto do raio dos chocolates, que é para o Tomás comer.

 

Desta vez leva ela uma, para dar ao neto. "Prontos", a vingança do chinês é pequenina e redondinha, como se costuma dizer!

Também me faltam as prendas para a mana e o cunhado. Gostava de ser mais fria e pragmática em relação a estes dois, que depois do saco do Seixal que me deram nos anos, mereciam era um das Caldas! Mas como eu sou boa mocinha, ando a ver se encontro as prendas ideais dentro do meu orçamento, claro.

Parva!

Voltando à sogra, este fim-de-semana, aquando do habitual almoço, deixou-me sem palavras e sem ar. Eu tinha uma àrvore de Natal artificial liiinda, que me tinha custado uma nota preta há um ror de anos, com as pontas das agulhas semeadas de branco, um espectáculo. Como nesta casa, durante três anos seguidos tivemos gatos bebés, que se atiravam à dita, e além disso, com os putos maiores, ninguém cabia na sala com ela montada, comprei uma mais pequena, e mandei a maior para casa dela, que tem arrecadação. Além disso, como passávamos o Natal lá, era o sítio certo para estar a àrvore grande. Este ano, como o Natal vai ser na minha casa, no domingo disse-lhe que na próxima semana precisava de levar a árvore. Resposta da senhora: "ah, a àrvore! Há que tempos que a pus no lixo!" E ó p'ra mim de boca aberta e olhos esbugalhados... "você tá a gozar comigo!" gargalhada de gozo: "caíu, 'tava toda partida, foi para o lixo. Nem tinha aonde a meter!" (acho que se fosse outra pessoa tinha levado um estalo; e eu detesto bater - nunca bati aos meus filhos nem sequer aos gatos... e partida não estava de certeza, que a dita era "dura na queda"...)

A MINHA àrvore !

Saíu-me um  politicamente incorrecto "mas ela foi caríssima!", que caíu mal até a mim. "Mas eu pago-lhe outra, fique descansada!"

Pois.

O problema é que não consigo encontrar uma igual. E ela não faz ideia quanto é que custa uma árvore boa, daquelas em que levamos quase uma tarde inteira para endireitar os ramos.

Ah, mas paga, paga!

Agora vamos a ver se ainda consgo encontrar alguma como deve ser, qu'isto este ano tem sido uma razia. Vi umas muito bonitas no Le Roy Merlin, a ver se ainda têm.

Tou mesmo f*d**a (pardon my french)! Mal por mal tinha-me dito quando a deitou fora!

E depois, todos os fins de semana vem com a mesma história: "porque é que vai comprar presentes, não compre, deixe lá isso, 'tá a preocupar-se com os outros para quê, dê só aos nossos miúdos, blá blá blá". E eu respondo sempre "se você não quiser dar não é obrigada, mas para mim, Natal sem dar prendas não é Natal". Para a semana mudo o discurso. Quando ela repetir a sacrossanta frase, levanto a voz e berro: "Outra vez a mesma cantiga?" De certeza que não volta ao ataque mais vez nenhuma.

Chiça!!

Mmmmm... arghh!

Prontos, me voy hacer los embrulhos de nöel...

Inté

Fátima

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