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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Seg | 18.02.08

Jesus Christ Superstar - prelúdio

Fátima Bento

Em 1973, tinha eu, portanto, 6 anos, estreou um filme chamado "Jesus Christ Superstar", que seguiu a linha da adaptação de musicais ao cinema, como o "Hair", mais ou menos da mesma altura. Tenho a noção que terá sido também por aí que estalou o escândalo do "Laranja Mecânica" do Kubrick , isto num clima políticamente quente, mesmo em cima da revolução...

 

De quando o filme saíu, eu ainda guardo noção da polémica gerada, de ter havido quem "amaldiçoasse" a obra, pois que era uma (des)adaptação livre da Bíblia, e que incorria em erros graves. Não sei se a igreja se pronunciou sobre a matéria mas acredito que não tenha havido volta a dar-lhe...

 

A minha mãe, na altura beata católica fervorosa, tomou-se de amores pela musica que Madalena canta a Jesus, "I don't know how to love him" e claro que, não percebendo uma palavra de Inglês, comprou a banda sonora. 

 

O que quer dizer que antes de me permitirem ver o filme (proscrito lá em casa durante muitos anos...), decorei todas as letras, o seu significado e cantei a plenos pulmões, com a noção de estar a transgredir, mas "só um bocadinho..."

Principalmente esmifrava-me toda numa musica, "I only want to say(Gethsemane)", que se passa no Monte das Oliveiras, quando Jesus pede a Deus "afasta de mim este cálice", segundo a bíblia. Nessa musica, talvez a minha favorita de todo o musical, o que se sente é uma imensa raiva por parte de Jesus de "porquê eu???"

"(...) Listen surely I've exceeded
Expectations
Tried for three years
Seems like thirty
Could you ask as much
From any other man?

(...)Why, why should I die?
Oh, why should I die?
Can you show me now
That I would not be killed in vain?
Show me just a little
Of your omnipresent brain!
Show me there's a reason
For your wanting me to die!
You're far too keen on where and how
But not so hot on why...
Alright I'll die!
Just watch me die!
See how, see how I die!
Oh, just watch me die!

Then I was inspired:
No, I'm sad, and tired...
After all I've tried for three years
Seems like ninety,

Seems like ninety,
Why then I'm scared
To finish what I started
-What you started
I didn't start it!...

God thy will is hard
But you hold every card

I will drink your cup of poison
Nail me to your cross and break me
Bleed me, beat me
Kill me, take me now
Before I change my mind..."

 

Ou seja, cruzei a porta do Politeama, subi a escadaria de mármore e ocupei o meu lugar, cheia de esperança que num país maioritáriamente católico e de brandos costumes, Filipe La Féria tivesse tido coragem de recriar o que eu  desejava ver: uma abordagem verdadeira dos últimos dias de um personagem real e (quanto a mim, e era esse uma das 'imagens' que guardava) humano.

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