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Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Diário de uma "dona de casa" 2.0

... à beira de um colapso

Ter | 04.02.14

O nosso tão imenso umbigo...

Fátima Bento

Estava em casa, eram umas 11 horas da noite quando recebi o telefonema de um querido amigo meu. O telefonema deixou-me muito feliz e, a primeira coisa que ele me perguntou foi:

- Como estás?

E, sem saber porquê, respondi:

- Muito só...

- Queres conversar?

Eu respondi que "sim"...

- Preferes que eu vá até a tua casa?

E, respondi que "sim", novamente...

Desligou o telefone e em menos de quinze minutos lá estava ele a tocar à minha campainha. Eu comecei a falar e fui falando durante horas do meu trabalho, da minha família, do meu companheiro, dos meus problemas e dúvidas e, ele, atento escutou sempre. Naquele dia eu estava muito cansada mentalmente e, a sua companhia fez-me muito bem. Além do mais, do começo ao fim ele escutou, apoiou e aconselhou-me. E finalmente, quando notou que eu estava melhor, disse:

- Bem, agora tenho de ir trabalhar...

Surpreendida disse-lhe:

- Porque é que não me disseste antes que tinhas que ir trabalhar, olha só as horas que já são, não dormiste nada, eu roubei o teu tempo por toda a noite.

Ele sorriu e me disse:

- Não te preocupes, é para isso que existem os amigos!

Ao ouvir isso fiquei feliz em saber que tinha e podia contar com um amigo assim. Acompanhei-o até a porta de e enquanto ele se preparava para caminhar até ao carro, eu perguntei:

- Ei, porque é que me telefonaste tão tarde? O que querias?

Ele voltou-se e disse com voz baixa:

- É que queria dar-te uma notícia... fui ao médico e ele disse que tenho um tumor maligno no cérebro, não operável, assim, só me resta esperar...

Naquele momento fiquei muda... ele sorriu e disse:

- Tem um bom dia!

Entrou no carro e foi-se embora... precisei de um bom tempo para assimilar a situação e, até hoje me pergunto porque foi que, quando ele me perguntou como eu estava eu me esqueci dele e só falei de mim? Como ele teve força para sorrir, me escutar e dizer tudo o que disse?

Desde este dia a minha vida mudou... deixei de ser tão crítica com meus problemas e de me preocupar tanto e apenas comigo. Agora, aproveito o meu tempo para estar mais perto das pessoas que amo, perguntar como elas estão e me interessar mais por elas, sem esperar nada em troca. Tento sentir mais profundamente aqueles que estão a minha volta e aqueles que passam por minha vida... fazer um amigo é um dom; ter um amigo, uma graça; conservar um amigo é uma virtude. 

Mas ser um amigo... é uma HONRA!!!

Autoria desconhecida

(tomei a liberdade de adaptar do português do brasil para o nosso)

Nota - encontrado no Facebook, de uma partilha de Ana Tobias 

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